Máscaras personalizadas usadas em sessões de radioterapia infantil do InRad reduzem uso de sedativo em até 32%

Criado em 2019 com o objetivo de humanizar o tratamento, projeto de customização dos acessórios facilita a adesão dos pacientes mirins ao tratamento

Assessoria
Publicada em 01 de junho de 2022 às 15:38
Máscaras personalizadas usadas em sessões de radioterapia infantil do InRad reduzem uso de sedativo em até 32%

Para facilitar a adesão das crianças ao tratamento de câncer, técnicos do Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) decidiram customizar as máscaras usadas durante as sessões de radioterapia. Criado em 2019 pelos técnicos do InRad com o objetivo de humanizar o tratamento, o projeto já beneficiou aproximadamente 235 crianças. Outro resultado importante foi a diminuição da sedação dos pacientes, que caiu em até 32%, o que também influencia na duração da sessão e no custo do tratamento.

As máscaras termoplásticas são obrigatórias nas sessões de radioterapia, tanto para adultos quanto para crianças, a fim de imobilizar o paciente para que a radiação ionizante seja direcionada corretamente ao tumor. No caso dos pacientes mirins, isso nem sempre é possível, o que torna necessário a aplicação de sedativos. Além dos efeitos colaterais do medicamento calmante, que vão desde irritabilidade a alterações do ritmo de sono e da alimentação, a sessão que normalmente dura 20 minutos pode levar até uma hora e meia (contando desde a aplicação do sedativo ao despertar do paciente).

Já na primeira consulta com o médico, os pacientes de 1 a 13 anos, recebem orientações sobre cada etapa no combate ao tumor. Eles são acompanhados também por uma equipe multidisciplinar de saúde e técnicos em radioterapia que explicam a importância de ficar na mesma posição, sem se mexer, durante a sessão de radioterapia. O próximo passo é escolher o tema da máscara – super-heróis e princesas estão entre os preferidos das crianças. Por fim, os pequenos também recebem uma fantasia e, ao final do tratamento, um certificado.

De acordo com os idealizadores do projeto, os técnicos do InRad Robson Souza e Katia Brito, ele foi inspirado em modelos de hospitais norte-americanos. A prática já foi documentada em estudos científicos – como, por exemplo, uma pesquisa realizada pela International Journal of Radiation Oncology. Por essa razão, os técnicos do InRad têm ainda a intenção de publicar futuramente os dados que levantaram desde o início do projeto, assim como apresentar os resultados positivos em congressos de saúde.

International Journal of Radiation Oncology – “Reducing Anesthesia and Health Care Cost Through Utilization of Child Life Specialists in Pediatric Radiation Oncology” – disponível em: https://www.redjournal.org/article/S0360-3016(16)30298-X/fulltext Último acesso em 18/05/2022.

Sobre o InRad

O Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) é um centro de excelência em pesquisa, diagnóstico e terapias por imagem. Também é responsável pela produção farmacêutica de itens utilizados diariamente para pesquisas clínicas e, ainda, de produtos usados na rotina clínica e fármacos produzidos no setor de medicina nuclear. É lá que fica o ‘cíclotron’, acelerador de partículas que produz a fórmula radioativa de glicose FDG (Fluorodesoxiglicose), usados em exames PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons).

Além disso, o InRad conquistou a classificação de melhor centro de medicina nuclear do mundo pela Agência Internacional de Energia Atômica. Por ano, passam pelo InRad 215 mil pacientes. Nos últimos quatro anos, foram realizados mais de 1,5 milhão de exames, entre ultrassonografia, radiologia geral, tomografia computadorizada, ressonância magnética, medicina nuclear e mamografia. No instituto são 82 equipamentos de radiologia de última geração para realizar mais de 300 mil exames por mês, 25 mil só de raios-X.

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