Movimento teve vários momentos que levaram ao Grito do Ypiranga 

Já não havia meios para a volta ao período anterior, e com a carta enviada pela sua esposa a D. Pedro quando fazia viagem à província de São Paulo, foi apenas a “gota d’água” que levou à proclamação do Ypiranga

Lúcio Albuquerque
Publicada em 09 de maio de 2022 às 18:23
Movimento teve vários momentos que levaram ao Grito do Ypiranga 

O “Sete de Setembro” foi, como se dizia antigamente, “a gota d’água” de um  processo iniciado muito antes e que culminou com o chamado “Grito do Ypiranga”, passando antes por vários movimentos, um deles a “Inconfidência Mineira” que nem teria chegado a começar (*) quando Tiradentes foi preso, e acabou por aí.

Mas, antes, jovens brasileiros mandados estudar em Londres ou em Coimbra (Portugal) voltavam com a ideia de que, como outros países, o Brasil também deveria deixar de ser colônia. Em 1776 foram os Estados Unidos. Em 1789 a França. Por aí afora, isso, claro, mudava visão de mundo que aqueles jovens tinham.

Em 1808, em plena campanha napoleônica para dominar a Europa, Hipólito José da Costa lançava o jornal “Correio Braziliense” ou “Armazem Literário”, cuja primeira edição surgiu em junho de 1808, três meses antes que a Gazeta do Rio de Janeiro, uma espécie de porta-voz da realeza comandada por D. João VI.

Na Bahia, onde a presença de tropas portuguesas chegou a gerar uma sublevação contra a decisão do príncipe regente em desobedecer às ordens das Cortes, circulou entre 1811 e 1823 um jornal, o bi-semanário  “Idade d’Ouro do Brazil”, impresso por Manoel Antonio da Silva Serva, defensor do absolutismo monárquico português. 

Três dias depois do Dia dos Santos Reis, a 9 de janeiro de 1922, o príncipe regente D. Pedro de Alcântara, depois imperador D. Pedro I, em ato público no Rio de Janeiro proclama o que ficou conhecido como “Dia do Fico”, encerrando seu discurso com um apelo de “união e tranquilidade”.

Ainda não era a separação de Portugal, mas representou um ato de desobediência às Cortes Gerais, Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa.

Informalmente começa ali o Império do Brasil, com resistências de parte de tropas portuguesas acantonadas no Pará, Bahia e Rio de Janeiro.

A importância dada à chamada “Inconfidência Mineira” decorre também do alto grau de riqueza que estava sendo extraído do solo das “Gerais”, afinal, era a província de melhor contribuição à reconstrução de Lisboa, destroçada por um terremoto na metade do Século XVIII, e os impostos no Brasil continuavam a subir.

A partir do “Dia do Fico”, uma série de medidas começaram a ser tomadas por D. Pedro: Dia 16 de janeiro é criado o primeiro ministério formado só por brasileiros, encabeçado pelo (depois) Patriarca da Independência José Bonifácio de Andrada e Silva, e nos períodos seguintes novas decisões de D. Pedro, visando o fortalecimento do próprio governo. 

Já não havia meios para a volta ao período anterior, e com a carta enviada pela sua esposa a D. Pedro quando fazia viagem à província de São Paulo, foi apenas a “gota d’água” que levou à proclamação do Ypiranga.

 (*) https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/a-inconfidencia-mineira.htm

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