MPF irá analisar se fala do prefeito de Porto Alegre (RS) em posse de vereadores viola democracia

Objetivo é evitar que autoridades utilizem eventos públicos e os cargos para promover apologia a regimes autoritários

Fonte: MPF/Foto: Comunicação MPF - Publicada em 11 de janeiro de 2025 às 18:08

MPF irá analisar se fala do prefeito de Porto Alegre (RS) em posse de vereadores viola democracia

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio Grande do Sul, órgão do Ministério Público Federal (MPF), abriu procedimento para apurar eventuais irregularidades nas declarações sobre a ordem democrática feitas pelo prefeito reeleito de Porto Alegre, Sebastião Melo, durante a posse dos vereadores do município, no último dia 1o. O objetivo é evitar que figuras públicas utilizem de seus cargos e eventos oficiais para promoverem apologia ou atitudes permissivas a regimes autoritários.

A medida foi com base em representação recebida em mãos pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão no RS, Enrico Rodrigues de Freitas, com o pedido para analisar o discurso do prefeito reeleito. Durante a posse dos vereadores, Melo disse que "se um parlamentar diz 'eu defendo a ditadura', ele não pode ser processado por isso, porque é liberdade de expressão".

O documento - entregue durante reunião realizada na sede do MPF nessa quarta-feira (8) - é assinado pela Associação dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do RS (AEPPP-RS) e pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), em conjunto com diversas entidades jurídicas e de direitos humanos e partidos políticos do RS.

Durante o encontro com os diversos signatários da representação, Enrico frisou que a própria Constituição de 1988, respaldada por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), determina que "a liberdade de expressão não é ilimitada: discursos de ódio, discursos racistas e discursos que pregam a violência, por exemplo, não são contemplados por ela".

"É absurda a ideia de que a liberdade de expressão possa ser usada para defender um regime que prega o fim da liberdade de expressão", ressaltou. O procurador vai encaminhar o documento que lhe foi entregue aos ofícios criminais do MPF/RS para que analisem se também cabe a abertura de uma investigação na esfera criminal.

MPF irá analisar se fala do prefeito de Porto Alegre (RS) em posse de vereadores viola democracia

Objetivo é evitar que autoridades utilizem eventos públicos e os cargos para promover apologia a regimes autoritários

MPF/Foto: Comunicação MPF
Publicada em 11 de janeiro de 2025 às 18:08
MPF irá analisar se fala do prefeito de Porto Alegre (RS) em posse de vereadores viola democracia

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio Grande do Sul, órgão do Ministério Público Federal (MPF), abriu procedimento para apurar eventuais irregularidades nas declarações sobre a ordem democrática feitas pelo prefeito reeleito de Porto Alegre, Sebastião Melo, durante a posse dos vereadores do município, no último dia 1o. O objetivo é evitar que figuras públicas utilizem de seus cargos e eventos oficiais para promoverem apologia ou atitudes permissivas a regimes autoritários.

A medida foi com base em representação recebida em mãos pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão no RS, Enrico Rodrigues de Freitas, com o pedido para analisar o discurso do prefeito reeleito. Durante a posse dos vereadores, Melo disse que "se um parlamentar diz 'eu defendo a ditadura', ele não pode ser processado por isso, porque é liberdade de expressão".

O documento - entregue durante reunião realizada na sede do MPF nessa quarta-feira (8) - é assinado pela Associação dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do RS (AEPPP-RS) e pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), em conjunto com diversas entidades jurídicas e de direitos humanos e partidos políticos do RS.

Durante o encontro com os diversos signatários da representação, Enrico frisou que a própria Constituição de 1988, respaldada por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), determina que "a liberdade de expressão não é ilimitada: discursos de ódio, discursos racistas e discursos que pregam a violência, por exemplo, não são contemplados por ela".

"É absurda a ideia de que a liberdade de expressão possa ser usada para defender um regime que prega o fim da liberdade de expressão", ressaltou. O procurador vai encaminhar o documento que lhe foi entregue aos ofícios criminais do MPF/RS para que analisem se também cabe a abertura de uma investigação na esfera criminal.

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