MPF monitora medidas adotadas em RO para garantir atendimento adequado a presos com transtornos mentais
Objetivo é monitorar se Estado está cumprindo resolução do CNJ que regulamenta a Política Antimanicomial do Poder Judiciário
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento para monitorar se o Estado de Rondônia está cumprindo a Política Antimanicomial do Poder Judiciário, que prevê uma série de medidas para garantir atendimento digno a pessoas com transtorno mentais que cometeram algum tipo de crime. O objetivo é verificar quais providências estão sendo tomadas para ampliar a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), especialmente com a criação de vagas em serviços residenciais terapêuticos para acolhimento de egressos de hospitais de custódia.
A iniciativa busca acompanhar o cumprimento da Resolução 487/23 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que entrou em vigor em maio deste ano e instituiu a Política Antimanicomial. A norma prevê o atendimento especializado dessas pessoas em local adequado, por uma equipe multidisciplinar que ofereça serviços de saúde e assistência social. A meta é acabar com Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, alas psiquiátricas e espaços congêneres em todo o Brasil, de forma a assegurar um tratamento digno, inclusivo e continuado aos pacientes custodiados que necessitam de cuidados especiais e, excepcionalmente, de internação.
Para apurar a situação atual, o procurador regional dos Direitos do Cidadão em Rondônia, Raphael Luis Pereira Bevilaqua, enviou, no último dia 28, ofícios para a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus/RO) e para a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau/RO). No documento, ele solicita informações sobre a quantidade e localização das casas terapêuticas em Rondônia e medidas adotadas pela administração para ampliar a Rede de Atenção Psicossocial.
O procurador também quer saber o que vem sendo feito para implantar de forma efetiva as Equipes de Avaliação e Acompanhamento das Medidas Terapêuticas Aplicáveis à Pessoa com Transtorno Mental em Conflito com a Lei (EAPs), previstas na resolução, assim como as chamadas "equipes conectoras", no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Caberá a essas equipes prestar apoio na identificação de pessoas com transtorno mental ou deficiência psicossocial e encaminhá-las para tratamento terapêutico adequado na rede.
Tanto a Sejus/RO quanto a Sesau/RO terão 15 dias para enviar ao MPF as informações solicitadas. As secretarias também devem informar se há interlocução entre elas e outros órgãos, como o Ministério Público do Estado de Rondônia (MP/RO) e o Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia (TJ/RO), para tratar sobre o cumprimento da resolução.
A Política Antimanicomial estabelece procedimentos e diretrizes para implementar a Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência e a Lei 10.216/2001, no âmbito do processo penal e da execução das medidas de segurança. Essa última norma trata da proteção e dos direitos de pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde psiquiátrica. Segundo o procurador Raphael Bevilaqua, o monitoramento dessa política busca assegurar garantias fundamentais previstas na Constituição Federal, como o direito à saúde, mediante ações que visem à redução do risco de doença, assim como o tratamento digno a todos os cidadãos.
Casos de dengue aumentam no Brasil; saiba como evitar o mosquito!
Especialista do CEJAM dá informações valiosas de como driblar a proliferação em casa; confira!
Manutenção de estoques florestais como estratégia para a redução do aquecimento global
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, a conscientização e o engajamento da sociedade são essenciais para garantir a proteção contínua desses ecossistemas vitais
Após atuação do MPF, Antaq aceita acordo com associações de ribeirinhos
Medida garante alternativa de acesso ao rio Mamoré, que foi bloqueado pela construção de um muro para impedir utilização de porto clandestino
Comentários
Seja o primeiro a comentar
Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook