Negócios e Ciência são os temas a serem discutidos no Amazônia+21
Também se falará sobre a riqueza da bioeconomia na perspectiva da ciência, tecnologia e inovação
As discussões sobre os caminhos do desenvolvimento sustentável na Amazônia continuam nesta quinta-feira, 5, no Fórum Mundial Amazônia+21, com debates sobre negócios, como a Amazônia é vista sob a perspectiva dos brasileiros. Também se falará sobre a riqueza da bioeconomia na perspectiva da ciência, tecnologia e inovação. Haverá uma apresentação sobre o mapeamento de oportunidades da bioeconomia, sobre o que a ciência tem a dizer sobre a região e a contextualização da Amazônia no cenário internacional.
Nesta quarta-feira, foram apresentados modelos eficientes na gestão do saneamento básico, mobilidade urbana e geração de empregos foram algumas das temáticas discutidas no painel Cidades Pan-Amazônicas do Fórum Mundial Amazônia + 21, que aconteceu nesta terça-feira (4). O painel marcou o lançamento oficial do Fórum de Cidades Pan-Amazônicas, uma iniciativa do ICLEI América do Sul, em parceria com a Fundação Konrad Adenauer, por meio do Programa Regional de Seguridade Energética e Mudança do Clima na América Latina (EKLA) e Way Carbon.
Além dos representantes dessas instituições, participaram virtualmente do evento o prefeito de Porto Velho (RO), Hildon Chaves, o prefeito de Manaus (AM), Arthur Virgílio, o especialista de Planejamento Estratégico e Estatística de Moyobamba, no Perú, Roberto Pascual Gabriel, e a ambientalista Denise Hamú, que desde 2011 está à frente do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
O quarteto saneamento básico, mobilidade urbana, educação ambiental e geração de empregos foi um apontamento comum entre os participantes para promover o crescimento da região amazônica. Mas o debate que começou no Fórum Mundial Amazônia +21 foi apenas o pontapé inicial dessa importante discussão.
Demandas da economia sustentável
Sob a mediação do presidente da Federação das Indústrias de Rondônia (FIERO), Marcelo Thomé, o tema foi discutido sob a ótica do capital humano e as novas demandas da economia sustentável e da bioeconomia.
Aprender a cultura ancestral dos povos tradicionais para o processo de desenvolvimento. Dificuldade de acesso à educação, processo de aprendizado. Como tirar isso do papel para uma educação efetiva e de qualidade voltada aos povos da Amazônia Legal.
Para debater temas focados no capital humano e as novas demandas da economia sustentável e da bioeconomia, o painel contou com a participação de Cláudio Moura Castro, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Claudia Costin, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Flávia Valente, da Secretaria do Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas do Paraná (SEDU PR), Rafael Lucchesi (CNI/SESI/SENAI) e o professor e pesquisador Paulo Sérgio.
Marcelo Thomé ressaltou a educação como um tema transversal do Amazônia+21. Citou a melhora do IDEB em Rondônia e o trabalho desenvolvido pelo Movimento Rondônia pela a Educação. Falou ainda da importância da mediação tecnológica levando o ensino a distância as comunidades isoladas. “Nossa proposta é construir um novo plano de desenvolvimento para a Amazônia e ao mesmo tempo dar voz a estas pessoas para legitimar esse processo”, garante.
Inovação, chave do desenvolvimento
A Inovação é o motor econômico e berço da tecnologia. Os desafios para alavancar negócios inovadores com tecnologias ambientalmente sustentáveis foi o tema do sexto debate do primeiro dia do Fórum Mundial Amazônia+21. Fizeram parte desta rodada de conversa, Douglas Santos do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Leandro Moreira Dill, da Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa (FAPERO), Magali Coelho coordenadora de inovação da Universitec da Universidade Federal do Pará e teve a moderação de Rodrigo Lima do Fundo de Financiamentos de Estudos de Projetos e Programas (FINEP).
Um dos destaques apontados foi a edição do Decreto 10.534 de 28/10/2020, que tem por finalidade tratar de uma política nacional de inovação, que tem por objetivo estimular a produtividade e competitividade das empresas em observância das desigualdades regionais e da sustentabilidade ambiental na formulação e na implementação de políticas de inovação. “Esse decreto agrega valor para a empresa/marca, tem por objetivo alavancar os negócios estagnados, ser ecossuficiente, ser um negócio que garante o equilíbrio do meio ambiente”, afirmou.
Educação e pesquisa
Um dos maiores especialistas em inovação do mundo, Soumitra Dutta apresentou nesta quarta-feira (4) o painel “Inovação e Aceleração Digital para um Mundo Pós-Covid”. Direto de Nova York, ele falou dos desafios do Brasil e do mundo para enfrentar o cenário que estamos vivendo. “Temos de fazer escolhas. Não se pode ser líder em tudo. Focar nas escolhas, que naturalmente são biotecnologia e sustentabilidade. A possível vitória de Biden nos EUA vai mudar a forma de ver este tema”, apontou.
Soumitra abordou as mudanças que a crise sanitária e econômica causada pela pandemia do novo coronavírus provocou no mundo e reforçou que os pilares da educação, tecnologia e investimentos privados são importantes para superar o momento. Ele fez um paralelo com a atual conjuntura e a crise de 2008, quando o mundo também precisou se reinventar diante de uma defasagem econômica contundente.
Para o pesquisador indiano, a inovação é um eixo fundamental para o desenvolvimento e deve ser apoiada pelas políticas públicas e privadas. “Evidentemente neste momento o poder público está voltando para assistência da população, então cabe às empresas privadas investirem na inovação para transformação”, afirmou.
Todas as palestras ficam gravadas no canal do Youtube da CNI, e a cobertura completa de todos os debates pode ser acompanhada na página do Amazônia+21.
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