No mês do doador, Fhemeron fica em estado crítico por falta de doadores dos tipos A, B e O negativos

“Estamos com o estoque quase vazio, temos apenas 100 bolsas de O positivo.

Anayr Celina Fotos: Jeferson Mota e Daiane Mendonça
Publicada em 12 de junho de 2019 às 11:04

Bolsa de sangue sendo coletada em doador

Rondônia tem, hoje, mais de 100 mil pessoas cadastradas no banco de sangue da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Rondônia (Fhemeron). Só que o número expressivo não condiz com a realidade, já que menos de 10% desse total retornam à fundação, o que resulta na falta de bolsas de sangue, principalmente as do tipo A, B e O negativos. As bolsas estão em falta no estoque, o que coloca a Fhemeron em estado de alerta.

“Estamos com o estoque quase vazio, temos apenas 100 bolsas de O positivo. Hoje todos os hemocentros do país trabalham para fidelizar esses doadores, como forma de garantir o retorno deles. Em Rondônia, lutamos para ultrapassar os 50% de doares fidelizados” explica a gerente de captação da Fhemeron, Maria Luiza.

Segundo ela, o público voluntário é o que mais realiza doações. Em sua maioria são homens, cerca de 60%, com idades entre 18 e 29 anos. João Batista Neves é doador há mais de 30 anos, fez o cadastro em 1983, e de lá pra cá não deixou de doar. No dia 14 de junho é comemorado o dia mundial do doador de sangue, e João aproveitou para comemorar o aniversário próximo a data, doando sangue a quem precisa.

“Sou doador porque sei o quanto isso salva vidas. Hoje nós estamos aqui, com saúde, mas e amanhã? Pode ser eu quem precise de sangue” afirmou o servidor público.

O estudante Gabriel Silveira Dias, de apenas 21 anos, pretende seguir o mesmo exemplo de João. Ele diz que esta é a primeira de muitas doações. “Eu já queria ser doador e vi que a Fhemeron estava com pouco estoque, então resolvi fazer minha parte e ajudar”, declarou o estudante.

Aos 21 anos Gabriel decidiu se tornar doador

As mulheres ainda são minoria. Maria Francisca da Conceição tem mais de 40 anos de idade e é a primeira vez que faz a doação de sangue, e reconhece que poderia ter doado bem antes. “Eu moro no distrito de Rio Preto, são mais de duas horas de viagem de carro e moto pra chegar aqui. Hoje, como eu vinha pro centro, aproveitei e chamei minha sobrinha para doarmos sangue, e sempre que eu puder vou voltar aqui”, declarou a sitiante.

O processo de doação, segundo a gerente de captação da Fhemeron é simples: basta comparecer à fundação localizada na avenida Jorge Teixeira, setor industrial, nº 3766 , portando documentos de identificação. Ou entrar em contato pelo número 3216-2234. Após o cadastro no banco de sangue, é feita uma triagem rápida, e logo após a coleta. A recomendação é que o doador se alimente antes, no dia que fizer doação, evitando comidas gordurosas.

Para mudar o cenário da Fhemeron diversas entidades estão se mobilizando com campanhas de doações como a campanha “Pedalando pela vida”. A expectativa dos organizadores é alcançar mais de 500 doadores este ano.

Domingos não pode doar sangue, mas incentiva quem pode

“Essa será a segunda edição da campanha que vai acontecer no dia 15 de junho. Nosso objetivo é conscientizar a população sobre a importância da doação. Nosso grupo de ciclistas vai pedalar em prol dessa causa” esclareceu Everton Deglei, um dos organizadores da campanha.

Domingos Soares da Silva entende bem a importância da doação. O vigilante perdeu dois filhos para a anemia falciforme, distúrbio hereditário que altera os glóbulos vermelhos. Devido ao problema, hoje ele não pode doar, mas incentiva aos demais. “Meus filhos sempre precisavam de duas a três bolsas de sangue devido à anemia. Então eu sei o que é estar na fila de espera para receber uma bolsa de sangue. Por isso sempre digo para as pessoas doarem, porque sangue é vida” declarou emocionado o vigilante.

A Fhemeron funciona de segunda a sexta-feira das 7h15 até as 18 horas, sem fechamento para o almoço. E aos sábados das 7h15 às 12 horas.

Comentários

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    Mauro Luiz Von Rondon 12/06/2019

    Os hospitais do governo e bancos de sangue não podem ficar a mercê somente de doadores e os pacientes até morrerem por falta de doadores. Muitas pessoas poderiam doar seu sangue se recebessem RS 5,00 por doação, nunca mais faltaria doador. Há tantos desvios de verbas e não querem gastar um pouquinho para salvar uma vida. É o que eu penso, acredito e com certeza resolveria definitivamente o problema. Professor Rondon.

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