A jovem Walelasoetxeige Suruí, conhecida como Txai Suruí, foi a única brasileira e indígena a discursar na abertura da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26). Sua voz ecoou no mundo e desde então ela vem sendo vítima de diversos ataques racistas, misóginos e de notícias falsas sobre sua cultura, seu povo e sua luta.

Nós, da Ação Ecológica Guaporé – Ecoporé, declaramos nosso total apoio a Txai e sua família, em especial a seus pais, a indigenista e ativista Neidinha Bandeira Suruí e o Cacique Geral Suruí Almir Suruí, que há décadas lutam pela preservação dos territórios indígenas e conservação da Amazônia, sofrendo também com constantes perseguições e ataques.

O potente discurso de Txai pede que o mundo se volte para ações concretas e urgentes frente às mudanças climáticas e que os povos indígenas, que estão na linha de frente na luta pela proteção das florestas, sejam ouvidos e incluídos nas decisões. Ela também chama a atenção para a invasão dos territórios indígenas e lembra a morte de Ari Uru-Eu-Wau-Wau, guardião da floresta e liderança indígena assassinada em 2020, em Jaru. Um crime que até hoje segue sem resposta das autoridades.

Txai tem 24 anos e é a primeira do seu povo a cursar Direito. Ela atua no departamento da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé e foi fundadora do Movimento Juventude Indígena de Rondônia.

Os ataques direcionados a Txai expõe a violência, preconceito e perseguição que os povos indígenas sofrem na luta pela floresta em pé, pela preservação da sua cultura e pela própria existência, e reforça a necessidade da ocupação de cada vez mais espaços de discussão e tomadas de decisão.