O Protesto

Eu sou um cidadão simples, comum, humilde e trabalhador como a imensa maioria dos nossos irmãos brasileiros.

Por Antônio Serafim da Silva, ex sucaneiro intoxicado por DDT
Publicada em 17 de maio de 2017 às 13:08

Eu sou um cidadão simples, comum, humilde e trabalhador como a imensa maioria dos nossos irmãos brasileiros.

Meu nome é Antonio Serafim da Silva, tenho 74 anos e sou agente de saúde aposentado da Fundação Nacional de Saúde.

Assiduidade, pontualidade, a simplicidade e a responsabilidade para com a qualidade do trabalho, eram características típicas de todos os trabalhadores da Ex-Sucam no Brasil.

Esse conjunto de atos associados ao caráter do homem sucaneiro foram provavelmente responsáveis pelo alcance dos objetivos de combate, controle e erradicação da malária em quase todo o território nacional.

O serviço moderno de combate a malária iniciou no Nordeste brasileiro em 1958 com a criação da Campanha de Erradicação da Malária – CEM, se espalhando a partir daí para o restante do país.

Em Rondônia, com a nossa ajuda a CEM foi instalada em março de 1962. Mas as suas atividades de fato só iniciaram a partir de junho daquele ano. A CEM foi criada exclusivamente para combater a Malária que, no Brasil, com exceção de Rio Grande do Sul, grassava em todos os estados da Federação. A arma número um utilizada pela CEM no combate à Malária, era o DDT – Dicloro Difenil Tricloroetano, pertencente ao grupo dos organoclorados, recriado pelo químico suíço Poul Muller em 1939 quando foi descoberto todas as suas propriedades inseticidas.

Funcionários da Ex. Sucam do Município de Jaru na década de 80. Fonte: waldirmadruga.blogspot.com.br

A partir desse momento o tal DDT, passou a ser o salvador do mundo no tocante ao combate aos vetores das doenças endêmicas. Esse mérito foi muito explorado e divulgado a época. Contudo, esqueceram de pesquisar e divulgar os males que o inseticida viria a causar aos seres humanos, aos animais as aves e ao meio ambiente de uma maneira generalizada. Inclusive a contaminação do leite materno que serve de alimento para as criancinhas.

No espaço de tempo entre o mês de março e junho de 1962, a CEM promoveu um concurso público para selecionar os primeiros servidores para formação do seu quadro funcional. Para os aprovados no concurso, foi ministrado um curso para habilitá-los no desempenho das novas atividades a serem desenvolvidas pela CEM.

Funcionários da Ex. Sucam do Município de Jaru na década de 80. Fonte: waldirmadruga.blogspot.com.br

Durante o curso ao qual participamos, insistimos muito com o instrutor do referido curso para que nos dissesse quais os males que o DDT poderia nos causar, a resposta era sempre a mesma: o DDT não faz mal a ninguém. Lá pelo décimo sexto dia do curso quando mais uma vez fizemos a pergunta ao instrutor, ele se irritou e mandou preparar uma carga de DDT como se fosse para borrifar uma casa, colocou três dedos da mão direita dentro do liquido e levou a boca deglutindo o inseticida. Daí para frente não se soube mais nada desse cidadão.

Na qualidade de aprovado no concurso público da instituição e no curso de habilitação fui admitido pela CEM, na função de guarda borrifador no dia 1º de junho de 1962. A nossa principal obrigação era a borrifação intradomiciliar com inseticida de ação residual “o DDT” que era dividido em três formulações: “DDT- pó casa de acabamento rústico”, “DDT- pasta casa de bom acabamento de cores claras” “e solução, uma mistura de Xilol, Triton, Querozene e DDT-grau técnico para casas de bom acabamento e cores escuras. Quando alguém borrifava com esse material era necessário parar o serviço até quatro vezes na mesma casa, em razão das frequentes tonturas.

As perguntas sobre os males causados pelo DDT continuavam com freqüência. Porém, as respostas eram sempre as mesmas, o DDT não faz mal para ninguém.

No início da década de oitenta foi a óbito o nosso companheiro de serviço José Pimenta Santos de Carvalho, cujos resultados emitido por um dos maiores e mais conhecidos laboratório do Brasil, o Pardini de São Paulo, que subsidiou o diagnóstico atestando que José Pimenta faleceu por doença causada pelo DDT. A surpresa e a decepção foram tão significativas que decidimos nós mesmos realizar pesquisas em busca de esclarecer a verdade sobre o tal inseticida.

No decorrer do período além de descobrirmos as verdades sobre o pesticida, observamos que vários colegas, bons malaeiros de Rondônia e de outros estados estavam indo a óbitos por complicações oriundas do DDT (causas comprovadas), nos alertamos e por orientação e iniciativa própria e do nosso sindicato o (Sindsef), mais de 1500 servidores entre agentes de saúde e guardas de endemias, se submeteram a exames toxicológicos para verificar se estavam contaminados e qual o grau de contaminação. Qual não foi a nossa surpresa quando verificamos que uns mais e outros menos, mas que todos sem exceção estavam contaminados por elementos do DDT.

Ao levarmos a questão para a Funasa, a resposta veio taxativa, baseado no entendimento do seu toxicologista, os dirigentes da Funasa afirmaram que houve equivoco quanto aos diagnósticos das doenças que estavam afetando os servidores, pois estas, nada tinham a ver com DDT e que os resultados dos exames estavam todos dentro de um padrão de normalidade aceitável.

Entretanto, não é o que afirmaram os especialistas. Para eles, não importa o percentual, mesmo que o resultado seja de 0,1% ainda assim o servidor está contaminado e passível de ser afetado por uma das doenças, ocasionadas pelo infeliz DDT.

Servidores da Ex Sucam do Município de São Miguel do Guaporé. Fonte: waldirmadruga.blogspot.com.br

Os efeitos do DDT no organismo ocorrem depois de atuarem sobre o equilíbrio de sódio/potássio nas membranas dos axônios, provocando impulsos nervosos constantes, que levam à contração muscular, convulsões e paralisia. Outros estudos feitos com a substância, sugerem que a mesma é cancerígena, podendo provocar partos prematuros e causar danos neurológicos, respiratórios e cardiovasculares. Intoxicação aguda nos seres humanos caracteriza-se por cloracnes, na pele, e por sintomas inespecíficos, como dor de cabeça, tonturas, dormências nos membros, convulsões, insuficiência respiratória, fraqueza muscular, perda dos movimentos dos membros e até morte. O enfraquecimento das cascas de ovos das aves foi uma prova dos malefícios do DDT, no meio ambiente.

Fonte: Primavera Silenciosa de “Rachel Carson”

No Brasil o DDT foi usado pela primeira vez em 1945 e só parou em 2009 em razão da Lei a seguir.

Em Rondônia, o início do uso do DDT ocorreu em maio de 1962, quem entrou no serviço de malária naquele ano de 1962, trabalhou trinta (30) anos com o pesticida, uma vez que o seu uso em Rondônia foi suspenso através de movimento dos servidores com esta finalidade no segundo semestre do ano de 1992.

Servidores da Ex Sucam do Município de São Miguel do Guaporé. Fonte: waldirmadruga.blogspot.com.br

A Lei 11.936, de 14 de maio de 2009, foi sancionada nesta data pelo então presidente Lula, que além de extinguir o DDT, recomendou ao Puder Executivo que fizesse um estudo avaliativo sobre o impacto ambiental e sanitário causado pelo uso do DDT. O que é mais admirável na atitude do autor e de quem sancionou, é que as severas recomendações do Art. 4º da referida Lei, foram enfáticas em relação ao Meio Ambiente, porém sobre os brasileiros que manipularam esse “veneno” e doaram a sua juventude, a sua saúde e muitos a própria vida, nem uma palavra. Isso não é motivo de orgulho para nenhum brasileiro, mais sim motivo de tristeza por vivermos em um país onde o trabalhador é considerado abaixo de zero pelo puder público.

Pequena Estatística


Servidores que foram a óbito por câncer de fígado
nos últimos 04 anos

 

01 Gessino Azevedo Viana
(Alvorada D’Oeste)

 Média de
54 anos

 

02 Edivaldo Alexandre dos Santos (Alvorada D’Oeste)
03 Edson Martins de Souza
(Alvorada D’Oeste)
04 Paulo de Souza
(Nova Mamoré)
05 Walid Issa Sabba
(Ji-Paraná)
06 Carlos Rufino de Carvalho
(Ji-Paraná)
07 Lourival de Souza
(Cacoal)
08 José Flavio de Oliveira
(Ji-Paraná)


Servidores que foram a óbito sem fala e sem movimento nos últimos 04 anos

 

01 Valmir Garcia
(região de Alvorada)
 

 

Média de
63 anos

 

02 Waldir Pimenta Santos de Carvalho (Porto Velho)
03 José Barbosa da Silva
(Ji-Paraná)
04 Nivaldo Soares Moura
(Porto Velho)
05 Antonio Titó
(Candeias do Jamari)

 

Servidor com deficiência nos membros inferiores
Julho de 2015

01 Leonel de Souza Brasil
(Candeias do Jamari)

Em que pese o autor, e quem sancionou a Lei de extinção do DDT, não haverem lembrado dos trabalhadores que usando o DDT, deram tudo de si para livrar o Brasil e os brasileiros do flagelo da malária e de outras endemias, e que hoje sofrem com as contaminações e intoxicações, e que muitos já morreram e um número incalculável encontra-se doente, ainda assim esperamos que o puder público possa reconhecer o sacrifício desses brasileiros e um dia resgatar a dívida que tem para com eles ou com seus familiares.

Dessa forma, considerando os benefícios que através do nosso trabalho, conseguimos trazer para a saúde do povo brasileiro e consequentemente para a economia do país; considerando ainda, a forma insalubre, penosa e periculosa que vivíamos diariamente no desempenho de nossas funções; considerando finalmente os nossos companheiros que intoxicados tombaram durante a caminhada e a nós que embora vivos, continuamos sofrendo os males oriundos dos venenos com os quais trabalhávamos, esperamos que o Brasil se disponha a resgatar essa dívida com os servidores da extinta SUCAM.

Meu protesto

Esse é um protesto meu e de todos os meus companheiros de trabalho da ex-Sucam, por sofremos os efeitos danosos dos venenos com os quais trabalhamos na CEM, no DENERu, na SUCAM e na FUNASA. Com média aproximada de 18 anos, respeitando ai a proporcionalidade entre idade e tempo de serviço.

Um exemplo sou eu, Antonio Serafim da Silva que trabalhei direta e indiretamente trinta anos com DDT. Hoje me encontro em Cacoal cidade do interior de Rondônia realizando tratamento no centro de Oncologia São Daniel Comboni.

A duração do DDT no Brasil foi de 64 anos (1945-2009). Nos nossos escritos usamos sempre o DDT em primeiro lugar considerando o seu tempo de uso no Brasil. No grupo dos Organosclorado usamos o DDT e o BHC, nos Organofosforados usamos o Malathion e Diazinon e nos Larvicidas usamos Temofós e Abate. Isto ocorreu até o ano de 2009 quando a Lei 11.936 de 14/05/2009 já descrita acima o extinguiu definitivamente. Os inseticidas usados hoje são os Piretroide que já trazem as necessárias informações.

O objetivo deste texto é levar mais uma vez ao conhecimento público a forma como fomos tratados pelo puder público brasileiro depois de nos desgastarmos ao máximo trabalhando com todos os venenos aqui representados, oportunizando com isso a modificação para melhoria do panorama da saúde pública do Brasil e literalmente a saúde dos brasileiros.

E nós enquanto trabalhadores da linha de frente no combate as endemias o que aconteceu? Fomos abandonados a própria sorte. Dentre nós quem não tem um plano de saúde, está morrendo por falta assistência, são poucos os que podem pagar plano de saúde. A situação é tão séria que para finalizar informamos que as esposas dos servidores só por lavarem suas roupas sujas pelo inseticida estão também contaminadas

Comentários

  • 1
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    Gerino Alves da Silva Filho 18/05/2017

    Desejo ao confrade Antônio Serafim da Silva recuperação da saúde para que possamos gozar de sua sabedoria na ACLER. Rogo que as graças do Senhor estejam ao seu lado nessa luta pela vida.

  • 2
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    Emanuel Pontes Pinto 18/05/2017

    Minha solidariedade ao sofrimento do prezado confrade Antônio Serafim da Silva, pois só quem sentiu os efeitos das infestações da malária e outras doenças similares, nesta região, nos idos de 1947 - quando cheguei em Porto Velho -, e do combate a elas por diversas órgãos, entre eles o SESP (Serviço Especial de Saúde Pública) e a Divisão de Saúde do Governo do Território Federal do Guaporé - dirigida pelo médico Dr. Rubens da Silveira Brito -, pode avaliar seu sofrimento. Fui, também, vítima da malária e outras doenças congêneres e, portanto, capaz de avaliar com precisão a sua situação atual, que o leva a se manifestar dessa forma. Portanto,envio-lhe o meu apoio a qualquer movimento que ocorra em consequência de suas infaustas revelações. Afetuoso abraço do paroara e rondoniense por adoção Emanuel Pontes Pinto.

  • 3
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    Emanuel Pontes Pinto 18/05/2017

    Minha solidariedade ao sofrimento do prezado confrade Antônio Serafim da Silva, pois só quem sentiu os efeitos das infestações da malária e outras doenças similares, nesta região, nos idos de 1947 - quando cheguei em Porto Velho -, e do combate a elas por diversas órgãos, entre eles o SESP (Serviço Especial de Saúde Pública) e a Divisão de Saúde do Governo do Território Federal do Guaporé - dirigida pelo médico Dr. Rubens da Silveira Brito -, pode avaliar seu sofrimento. Fui, também, vítima da malária e outras doenças congêneres e, portanto, capaz de avaliar com precisão a sua situação atual, que o leva a se manifestar dessa forma. Portanto,envio-lhe o meu apoio a qualquer movimento que ocorra em consequência de suas infaustas revelações. Afetuoso abraço do paroara e rondoniense por adoção Emanuel Pontes Pinto.

  • 4
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    Pedro Albino de Aguiar 18/05/2017

    Acho que o nosso confrade ANTÔNIO SERAFIM DA SILVA, membro efetivo da Academia de Letras de Rondônia - ACLER, foi vítima do tal do DDT, podendo ser indenizado por isso.

  • 5
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    Dante Ribeiro da Fonseca 18/05/2017

    É assim que a "mãe gentil" no trata. Ao confrade escritor Serafim desejo sinceramente melhoras no estado de saúde para que retorne ao nosso convívio. Dante Ribeiro da Fonseca

  • 6
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    Lúcio Albuquerque 17/05/2017

    Além de sucaneiro, Antonio Serafim da Silva é poeta, escritor, membro da Academia de Letras de Rondônia; um de seus livros é "Malaeiro", em que narra sua experiência nas selvas rondonienses para combater o mosquito. Ao Antonio Serafim vão minhas orações de que ele consiga superar essa fase muito difícil. E que da luta que ele desenvolve há anos a favor dos seus companheiros também vítimas do mesmo mal, que essa denúncia motive a que seus direitos sejam vistos e cumpridos, alguns deles torpedeados por ações de burocratas que nem sabem uma parte pequena da importância do trabalho dos malaeiros e o que eles estão sofrendo.

  • 7
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    REGINALDO FERREIRA DE SOUZA 17/05/2017

    MEU PAI (DELFINO) TAMBÉM TRABALHOU NA SUCAM BORRIFANDO CASAS. JÁ FEZ RADIOTERAPIA E SOFRE AS SEQUELAS DESTE MAL. NUNCA FORAM LEMBRADOS, NUNCA SERÃO INDENIZADOS. PAGARÃO COM A MORTE O TRABALHO QUE TIVERAM DE COMBATER ESTA PRAGA (MALÁRIA) NUMA ÉPOCA EM QUE POUCO SE SABIA DOS MALEFÍCIOS DO DDT NA VIDA DELES.

  • 8
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    ARNALDO TEIXEIRA 17/05/2017

    Nobre Professor Serafim Também na qualidade de servidor desta instituição acima mencionada na matéria, compartilho com a vossa sua indignação em saber que somos vítima deste modelo de Gestão de Trabalho, pois já perdemos valorosos colegas de trabalho que de forma honrosa cumpriu com seus deveres funcionais nos deixou e se foram, com as marcas em seus corpos das partículas deste Veneno mortal DDT, igualmente ao senhor nobre colega de combate as Endemias, continuamos acreditando nos Poderes constituídos da nossa República Federativa, inclusive no Poder Judiciário na esperança da promoção da Justiça em reconhecer ainda que tardia, visando o Valor da Dignidade da Pessoa humana, fazendo justiça a estes heróis que se foram e seus familiares como também todos nós, que ainda com as sequelas do DDT, aguardamos por decisão favorável estes abnegados companheiros . Parabéns colega Malaeiro Agente de Saúde Pública e Professor Serafim da Silva.

  • 9
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    ARNALDO TEIXEIRA 17/05/2017

    Nobre Professor Serafim Também na qualidade de servidor desta instituição acima mencionada na matéria, compartilho com a vossa sua indignação em saber que somos vítima deste modelo de Gestão de Trabalho, pois já perdemos valorosos colegas de trabalho que de forma honrosa cumpriu com seus deveres funcionais nos deixou e se foram, com as marcas em seus corpos das partículas deste Veneno mortal DDT, igualmente ao senhor nobre colega de combate as Endemias, continuamos acreditando nos Poderes constituídos da nossa República Federativa, inclusive no Poder Judiciário na esperança da promoção da Justiça em reconhecer ainda que tardia, visando o Valor da Dignidade da Pessoa humana, fazendo justiça a estes heróis que se foram e seus familiares como também todos nós, que ainda com as sequelas do DDT, aguardamos por decisão favorável estes abnegados companheiros . Parabéns colega Malaeiro Agente de Saúde Pública e Professor Serafim da Silva.

  • 10
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    João Costa 17/05/2017

    Infelizmente, nesse país é todo mundo fazendo drama para tirar uma casquinha financeira do Estado. E ainda vem falar em concurso público em 1962, tinha uma certa seleção, mas não o concurso público de fato.

  • 11
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    José Silva 17/05/2017

    74 anos, está vivendo muito tempo, com bom estado físico pelo que demonstra. Espero chegar lá.

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