Operação Lava Jato e a atuação do Judiciário no combate a corrupção são pautadas em entrevista com Presidente da Ameron

Ao longo da entrevista, o presidente da Ameron afirmou que a corrupção é algo que ocorre há muito tempo na história da humanidade em si, embora seja uma conduta de extrema reprovação em pleno século XXI.

Assessoria
Publicada em 19 de setembro de 2017 às 11:30
Operação Lava Jato e a atuação do Judiciário no combate a corrupção são pautadas em entrevista com Presidente da Ameron

Convidado especial do quadro “Cidadania”, comandado pelo advogado Fabrício Jurado, o presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Rondônia (Ameron), desembargador Alexandre Miguel participou do programa Bronca Livre exibido pela TV Allamanda - afiliada ao SBT em Rondônia. Durante quinze minutos de entrevista, o magistrado falou sobre a atuação do Poder Judiciário no combate a corrupção e fez uma análise da Operação Lava Jato que investiga um grande esquema de lavagem e desvio de dinheiro público da estatal Petrobrás – fraudes executadas por servidores públicos, políticos e empreiteiras.

Ao longo da entrevista, o presidente da Ameron afirmou que a corrupção é algo que ocorre há muito tempo na história da humanidade em si, embora seja uma conduta de extrema reprovação em pleno século XXI. Destacou também que o brasileiro é um povo cheio de esperança e por ser ordeiro será capaz de superar essa fase de convívio com a corrupção. “A história do mensalão é uma demonstração clara de que o país vem mudando, culturalmente estamos nos abdicando de que só o pobre vai para a cadeia. Os noticiários tem nos mostrado que poderosos economicamente e politicamente tem sido condenados e pagando pelos erros que cometeram”, avalia.

O desembargador Alexandre Miguel também lembrou de um dos grandes avanços da legislação e que tem colaborado nos trabalhos de investigação da Polícia Federal, Ministério Público e o Poder Judiciário: a utilização da delação premiada. “Muitos ainda estão aprendendo a lidar com essa questão. Não se ouvia falar em delação premiada há dois ou três anos. É uma legislação nova e incorporada no sistema jurídico em 2003. Enquanto os outros (investigados na Operação Lava Jato) utilizavam fatos passados, no caso específicos deles (donos da JBS) eram crimes que estavam acontecendo. A partir daí se verificou que tudo o que disseram, não disseram tudo, pois tem muitas coisas que talvez tenham sido acobertadas e com o passar do tempo foram descobertas”, examina o magistrado.

A possível privatização da Petrobrás também foi discutida na entrevista, o presidente da Ameron lembrou do sucateamento dos bancos estatais nos anos 90 e que de 27 unidades da federação, em apenas três estados os bancos estatais resistiram à falência e continuam a operar com a finalidade que foram criados, como o fomento ao setor produtivo (agricultura e indústria). O desembargador Alexandre Miguel também recordou que os serviços de telefonia - privatizados há mais de 20 anos - tiveram avanços, permitindo amplo acesso aos cidadãos.

Ao término da entrevista, o presidente da Ameron, alertou a população sobre os ataques que o Judiciário tem recebido nos últimos meses de pessoas poderosas economicamente na tentativa de desqualificar os trabalhos desenvolvidos pela magistratura. “Os avanços na legislação permitiram a essas pessoas a responder perante à Justiça. A partir desse momento, começaram a fazer ataques ao Judiciário de modo geral. Desacreditam a instituição Poder Judiciário para que ainda no fim consigam ter algum benefício com relação até mesmo com eventuais condenações, diminuição de pena e até a modificação da lei com a anistia. O Judiciário ainda é a grande garantia do cidadão brasileiro”, pontua.

Confira a entrevista completa aqui

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