Órgão acusa Força Nacional de “assassinar covardemente” camponeses em Rondônia
O manifesto do Cebraspo diz ainda que “a imprensa lixo divulgou a versão caluniosa da polícia de que houve troca de tiros e que os camponeses, chamados por eles de bandidos, morreram em função disto
O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo) divulgou manifesto, neste final de semana, em que acusa “policiais da Força Nacional de Segurança e da PM de Rondônia de assassinarem covardemente “três camponeses da área Ademar Ferreira, na área rural de Porto Velho, no dia 13 de agosto.
Segundo o Cebraspo, Amarildo Aparecido Rodrigues e seu filho , Amaral José Stoco Rodrigues, “foram assassinados enquanto trabalhavam roçando mato no lote que possuem”.
Kevin Fernando Holanda de Souza “ foi assassinado enquanto tentava fugir de seus algozes que o perseguiam e atiravam desde o helicóptero”.
O órgão diz que os projéteis de fuzil disparados por policiais atravessaram o corpo e a moto do camponês.
Amarildo tinha 49 anos, era casado e tinha outro filho pequeno; Amaral, de 17 anos, estava concluindo o ensino médio, além de trabalhar na roça; Kevin, completou 21 anos recentemente, também estava trabalhando no lote que conquistou com sua esposa, grávida, e o único filho que o casal poderá ter.
Segundo a denúncia, “policiais dentro de helicóptero realizaram disparos em direção as famílias, e só não morreu mais gente porque muitos conseguiram correr. Ainda há muitos desaparecidos ou refugiados na mata”.
O Cebraspo diz ainda que, como de costume, os policiais retiraram os corpos às pressas e adulteraram as cenas dos crimes hediondos. A princípio, a secretaria de segurança, comandada pelo coronel José Hélio Cysneiros Pachá, manteve silêncio, logo negou fazer operação policial na região. Mas depois que começaram a circular nas redes sociais um vídeo com as poças de sangue dos camponeses, admitiram as mortes.
O órgão acrescenta que “primeiro soltaram a versão de que a Força Nacional foi atender a uma denúncia de invasão de terra – mentira descarada, pois os camponeses tomaram a fazenda Santa Carmem em janeiro de 2021!”.
Depois, segundo o Cebraspo, a versão foi mudada para informar que a polícia estaria realizando uma reintegração de posse – “que ainda nem existe. Daqui a pouco vão contar outras estórias mais”.
“IMPRENSA LIXO”
O manifesto do Cebraspo diz ainda que “a imprensa lixo divulgou a versão caluniosa da polícia de que houve troca de tiros e que os camponeses, chamados por eles de bandidos, morreram em função disto. Canalhas! Kevin foi fuzilado pelas costas e as marcas de sangue de Amarildo e Amaral ficaram ao lado da garrafa d’água deles, na roça”.
Prossegue a denúncia: “Durante o ataque ignóbil, os policiais também prenderam cinco camponeses, sendo um idoso e dois casais. Uma das famílias foi detida com dois filhos, de 1 ano e meio e de 8 anos de idade. E claro, contam as estórias mentirosas de sempre: que foram recebidos a tiros, e mostram armamentos plantados pela polícia”.
Para o Cebraspo, “se tivesse ocorrido troca de tiros, onde estão as provas de tal episódio? Nenhum policial ou viatura teve um arranhão sequer. O que ocorreu foi um ataque sorrateiro e criminoso de pistoleiros, PM e Força Nacional contra camponeses que estavam trabalhando. O crime que esses camponeses cometeram foi se organizarem pra lutar por um pedaço de terra para viver com dignidade. ‘Crime’ imperdoável para o latifúndio, ladrões de terras da União e o velho Estado que o serve”.
De acordo com o órgão, “na verdade, este ataque sórdido não foi casual, foi preparado com antecedência. Segundo informações, policiais se internaram na mata dias antes de realizar os ataques contra as famílias”.
A área Ademar Ferreira é vizinha às áreas Tiago dos Santos e 2 Amigos.
Desde o último dia 05 de agosto, segundo o órgão, a polícia intensificou os ataques contra a área Ademar Ferreira: filmaram com drones, incendiaram barracos e fizeram vários sobrevoos de helicóptero, inclusive dando rasantes na vila Alípio de Freitas, localizada na área vizinha Tiago dos Santos.
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