Órgão internacional de saúde da mulher afirma que em países com leis restritivas os números de abortos são altos
“Na América Latina e no Caribe, onde o aborto é restrito ou completamente proibido, o número de casos é altíssimo”.
Para a presidente da International Women’s Health Coalition (IWHC), Françoise Girard, os números evidenciam que criminalizar o aborto não reduz o número de casos. “Na América Latina e no Caribe, onde o aborto é restrito ou completamente proibido, o número de casos é altíssimo”.
Na América do Sul, 48 mulheres em 100 fazem abordo por ano, quando na América do Norte, o número cai para 17. “Acontecem três vezes mais abortos na América do Sul do que na América do Norte. Só por esses números podemos ver que criminalizar não vai reduzir a prática”. Por outro lado, segundo a especialista em saúde da mulher, a descriminalização leva naturalmente à redução dos casos de aborto. “Nos países em que a prática foi descriminalizada, houve aumento do número no primeiro ano, especialmente por ter saído da sombra da criminalidade. No entanto, os números caem nos anos subsequentes de forma dramática”. A especialista citou o caso da Romênia, onde houve redução de 94% dos casos após a descriminalização.
Para a doutora, a redução do estigma, acompanhado de um sistema de saúde acessível a essas mulheres, com apoio psicológico e métodos modernos de contracepção, é capaz de reduzir o número de realizações de aborto. “A criminalização somente causa danos e mortes, totalmente evitáveis”, disse.
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