Pagamento de todos os funcionários do grupo Gonçalves aguarda autorização da justiça desde maio deste ano
Dinheiro está em conta judicial após conclusão do leilão de bens da empresa
O pagamento dos funcionários do grupo Gonçalves agora depende da justiça. Todas as fases do leilão dos bens do Supermercado Gonçalves foram concluídas há pouco mais de seis meses e o recurso angariado através do certame continua parado em uma conta judicial à espera de posicionamento do judiciário para conclusão de um processo que dura cerca de quatro anos. De acordo com representantes do empresário José Gonçalves, proprietário da empresa, o valor arrecadado nas três fases do leilão é mais que suficiente para liquidar todas as dívidas do grupo. 58 bens móveis e imóveis dos Gonçalves foram colocados à venda para saldar as dívidas, dentre eles diversos imóveis localizados em áreas nobres de Porto Velho, onde funcionava a sede da empresa e onde estavam instaladas a maioria de suas unidades. Os funcionários do grupo ainda estão à espera de posicionamento da justiça para receber o que tinham direito e a expectativa dos trabalhadores é de conseguir receber ainda neste ano, tendo em vista o tempo de espera ao qual estão submetidos.
Representantes do empresário José Gonçalves relatam que ele também está esperançoso com a possibilidade de as dívidas serem quitadas ainda neste ano. “Todos os envolvidos estão sofrendo com essa situação e ele está ansioso para resolver de vez este problema. O dinheiro está na conta judicial e estamos aguardando autorização da justiça para que todos recebam as partes que lhes cabe”, comentou um interlocutor do empresário. O grupo Gonçalves foi um dos mais importantes do Estado de Rondônia. Com mais de mil funcionários e filiais em Rio Branco (AC), Ariquemes, Ji-Paraná e Buritis, além de diversas unidades em Porto Velho, o mercado Gonçalves iniciou suas operações em 1990 e rapidamente se tornou um dos grupos mais colaborativos com o desenvolvimento socioeconômico da região.
Em 2013, os Gonçalves ampliou seu leque de atividades com a inauguração de um empório gourmet, o qual estava instalado na Avenida Jorge Teixeira, em Porto Velho, e uma fábrica de panificação, a Granopan. Em 2016, no entanto, o grupo entrou em recuperação judicial em decorrência da crise financeira que assolou o país naquele ano e em julho de 2019 anunciou sua falência. Os colaboradores do grupo de unidades do interior de Rondônia como, por exemplo, Ariquemes já receberam suas rescisões e restam apenas o pagamento dos trabalhadores das unidades da capital, Porto Velho.
FILHO ACABOU LEVANDO A CULPA INJUSTAMENTE
Logo no início da crise que afetou o grupo Gonçalves, o filho mais novo do proprietário do empreendimento, José Gonçalves Junior, vendeu suas empresas e atendeu um chamado do pai, indo então trabalhar nas empresas para ajudar a reverter a situação. Ele acabou sendo injustamente acusado de ser o responsável pela falência dos mercados Gonçalves mesmo nunca tendo participado (até a última fase da existência do grupo) do corpo gerencial da firma. Junior Gonçalves realizou algumas reuniões na época representando a empresa, se expôs publicamente sendo o porta-voz do grupo durante o processo final e acabou sendo vinculado à falência do empreendimento em decorrência disso. Mesmo não tendo culpa alguma da situação, acabou sofrendo e arcando com as consequências sociais da falência.
APOIO SOCIAL
A questão em torno da crise do grupo Gonçalves acabou ganhando apoio social em toda capital, Porto Velho, tendo em vista a contribuição social da empresa e seu final decorrente da crise financeira que o país atravessou naquele momento. Manifestações em diversas redes sociais têm sido frequentes para que o pagamento seja homologado pela justiça ainda neste ano e o problema solucionado de vez.
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