Para senadores, Regina Duarte não deixa legado na Secretaria de Cultura
O comunicado sobre a exoneração de Regina Duarte da Secretaria Especial de Cultura foi feito pelo presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais
Regina Duarte ficou 75 dias no cargo
A saída de Regina Duarte da Secretaria Especial de Cultura do governo federal nesta quarta-feira (20) repercutiu entre os senadores. Pelas redes sociais, eles lamentaram a instabilidade na gestão da pasta e a ausência de um legado deixado pela atriz que permaneceu no cargo por pouco mais de 70 dias. O comunicado sobre a exoneração de Regina Duarte da Secretaria Especial de Cultura foi feito pelo presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais. Ele informou que ela assumirá a Cinemateca Brasileira, instituição responsável pela preservação da produção audiovisual brasileira, que é vinculada à Secretaria de Cultura.
“Regina Duarte nem chegou a compor o 'governo'. Nada fez pela cultura, sequer se sensibilizou com a morte de colegas. Com todo respeito, que ela mesma deixou de ter, já vai tarde!”, afirmou o líder da Minoria no Senado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) no Twitter.
Para o líder do PT, senador Rogério Carvalho (SE), a ex-secretária demonstrou falta de habilidade e de interlocução com a classe artística. Ele teme que o cenário se agrave ainda mais com o futuro indicado para o cargo. “Sai [Regina Duarte] como uma pessoa indesejada, incapaz de conduzir a pasta e, ainda por cima, fazendo teatrinho com o presidente para poder dizer que está saindo em paz, ganhando um prêmio de consolação. O pior é que se já era ruim, com a Regina ficou pior. O por vir ainda pode ser mais trágico para a cultura, para os produtores culturais e para toda classe artística brasileira”, disse no Twitter.
As incertezas nas políticas de incentivo à cultura do governo também foram destacadas pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES). “A deslealdade é o salário de quem se soma à escória bolsonarista: a história não os absolverá! Se a gestão ruinosa de Regina terminou, o mesmo não se pode dizer sobre o obscurantismo na cultura, que ainda atravessará um longo inverno”, ressaltou, também pelo Twitter.
Mais críticas
Na mesma rede social, o senador Humberto Costa (PT-PE) publicou vídeo no qual o presidente Jair Bolsonaro e Regina Duarte explicam os motivos que levaram a atriz a deixar a Secretaria e informam sua ida para a Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
“Regina Duarte deixa o cargo e volta a passar uma vergonha muito imensa. Deixa de ser secretária de Cultura para ser funcionária de terceiro escalão da Secretaria. E comemora. Na cara lisa”, acrescenta.
As polêmicas geradas após entrevistas concedidas pela ex-secretária — como a que foi ao ar pela rede CNN, na qual Regina minimizou atos da ditadura militar e se descontrolou após um questionamento feito pela ex-colega de profissão, a atriz Maitê Proença — também foram lembradas pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN).
“Suicidou-se profissional e socialmente: saiu de contrato com a Globo onde ganhava até para ficar sem atuar, entrou num governo ruim, falou um monte de bobagens, ofendeu a cultura e a história, não fez nada de concreto e ainda teve que se contentar com um rebaixamento funcional”, avaliou o senador no Twitter.
O senador Paulo Rocha (PT-PA) se somou às críticas. “Não adiantou a Regina Duarte vomitar barbaridades sobre a ditadura”, complementou.
Mário Frias
Já o senador Alvaro Dias (Podemos-PR), informou que um novo nome já está sendo sondado para assumir o posto. “A atriz Regina Duarte pediu ao presidente para deixar o cargo e voltar a São Paulo, onde pretende ficar mais próxima da família e poderá ocupar uma função do governo federal na cidade. Para o lugar dela, o ator Mário Frias foi convidado para assumir a Secretaria Especial da Cultura”, informou.
A atriz Regina Duarte assumiu a Secretaria Especial da Cultura, que é subordinada ao Ministério do Turismo, no dia 4 de março, 45 dias após ter recebido o convite do presidente Bolsonaro. Durante a passagem pelo cargo, além da entrevista à CNN, a atriz chegou a participar do Programa Fantástico, da TV Globo, e afirmou ter sido alvo de “uma facção” que queria ocupar seu lugar no governo. A declaração gerou críticas até mesmo de eleitores favoráveis ao governo.
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