Parecer Técnico aponta que somando custos do novo piso da enfermagem, defasagem nas clínicas de diálise chega a 53%

Sem a implementação do novo piso salarial dos enfermeiros, as clínicas já estão arcando com uma diferença de valor de R$ 84,40 em cada sessão atualmente

Assessoria/FOTO: FREEPIK/BANCO DE IMAGENS
Publicada em 19 de setembro de 2022 às 14:31
Parecer Técnico aponta que somando custos do novo piso da enfermagem, defasagem nas clínicas de diálise chega a 53%

Parecer Técnico de Análise do Impacto financeiro nas Clínicas de Diálise e Nefrologia, realizado pela Global Auditores Independentes para a Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), em parceria com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), apontou que o custo de cada sessão de diálise ficará 53% acima do que hoje o Ministério da Saúde repassa às clínicas que prestam serviço ao Sistema Único de Saúde -- SUS, em função da Lei nº 14.434/2022, que instituiu o novo piso salarial das equipes de enfermagem.

Sem a implementação do novo piso salarial dos enfermeiros, as clínicas já estão arcando com uma diferença de valor de R$ 84,40 em cada sessão atualmente. Ou seja, o Ministério paga R$ 218,47 e o custo real (média Brasil) é de R$ 302,87. Com a implementação do novo piso, sem qualquer ajuste na Tabela SUS, a defasagem será ainda maior, no valor de R$ 116,51 por sessão, chegando a custar R$ 334,98 - 53% a mais do que a clínica recebe para custear suas despesas.

O levantamento do custo nacional do tratamento da diálise foi feito por região, levando em consideração que o Brasil é um país intercontinental. Evidenciou-se que em regiões como o Sudeste, onde o piso salarial da enfermagem já é maior, o impacto é praticamente o mesmo, pois nesses estados outros custos estão maiores, como aluguéis e mão de obra de outros profissionais, provocando desequilíbrio financeiro às clínicas da região há anos.

A análise considerou os efeitos financeiros e os impactos na tributação e nas obrigações trabalhistas, e consequentemente o aumento dos custos operacionais relacionados às sessões de diálise. O estudo foi realizado usando como base uma clínica de diálise com 180 pacientes e a determinação da portaria Nº 2062/2021 que determina a quantidade mínima de médicos e enfermeiros para sessões de hemodiálise -- um médico nefrologista para 50 pacientes em cada turno; um enfermeiro para cada 35 pacientes em cada turno e um técnico para cada quatro pacientes por sessão. Além disso, foram consultados os preços oficiais da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) da ANVISA e tabelas de preços dos fornecedores de insumos, medicamentos e máquinas para diálise. Os salários foram calculados com base num site que divulga salários.

Sobre a ABCDT

A Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) é uma entidade de classe sem fins lucrativos que representa institucionalmente as clínicas privadas de nefrologia de todo o país. Criada há 32 anos, a ABCDT atua na defesa da qualidade do atendimento dialítico brasileiro, por meio de uma remuneração justa da terapia renal substitutiva; representando as clínicas de diálise e transplante nos fóruns nacionais e nas negociações com entes públicos e privados. Atualmente, há cerca de 800 centros de diálise atuantes no Brasil que, juntos, atendem quase 150 mil doentes renais crônicos. E 85% destes pacientes são tratados em clínicas privadas conveniadas ao Sistema Único de Saúde. A ABCDT atua também na esfera judicial, defendendo os interesses das associadas. Outro importante foco de trabalho é desenvolvido em parceria com diversas associações de pacientes, visando um atendimento digno ao doente renal.

Comentários

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    Gilmara 19/09/2022

    O piso da enfermagem está servindo de bode expiatório as Santa casa que dizem que vão fechar as portas é porque a muitos vivem com a defasagem da tabela do SUS que não tem rejuntes a muitos anos ao invés de pressionar o governo para reajustar a tabela do SUS ficam pressionando a classe da enfermagem que é a classe mais sofrida e que trabalha em regime de escravidão tanto é que ninguém ganhou mais dinheiro que os hospitais particular nessa pandemia portanto devem se envergonhar e parar de fazer pressão em cima da enfermagem o Brasil nunca esqueceu a escravidão a prova é a pressão sobre o piso da enfermagem todo mundo sabe que hospital nenhum permanece aberto sem a enfermagem então vamos parar tornar vilã a enfermagem

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    Gilmara 19/09/2022

    O piso da enfermagem está servindo de bode expiatório as Santa casa que dizem que vão fechar as portas é porque a muitos vivem com a defasagem da tabela do SUS que não tem rejuntes a muitos anos ao invés de pressionar o governo para reajustar a tabela do SUS ficam pressionando a classe da enfermagem que é a classe mais sofrida e que trabalha em regime de escravidão tanto é que ninguém ganhou mais dinheiro que os hospitais particular nessa pandemia portanto devem se envergonhar e parar de fazer pressão em cima da enfermagem o Brasil nunca esqueceu a escravidão a prova é a pressão sobre o piso da enfermagem todo mundo sabe que hospital nenhum permanece aberto sem a enfermagem então vamos parar tornar vilã a enfermagem

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