Parte do Brasil parece um tambor: quando bate faz muito barulho, mas é absolutamente vazio por dentro

O que determinados setores da sociedade andam fazendo nestes tempos de guerra, é mesmo, de se abismar

Sérgio Pires
Publicada em 15 de maio de 2020 às 10:05
Parte do Brasil parece um tambor: quando bate faz muito barulho, mas é absolutamente vazio por dentro

De vez em quando dá vontade de desistir deste país, que eventualmente parece um tambor: quando se bate faz barulho, mas é vazio por dentro. O que determinados setores da sociedade andam fazendo nestes tempos de guerra, é mesmo, de se abismar. Todos os Poderes, cada um do seu jeito, têm tomado decisões que deixam a população perplexa. Nossa mídia, em sua grande maioria, deu adeus ao compromisso com a Verdade e se transformou em partidos de oposição. O Congresso continua tão ruim e tão demagogo como sempre, aprovando algumas leis absolutamente malucas, antipatrióticas, despojadas de qualquer racionalidade, num momento como o que grande parte da sociedade brasileira está vivendo. Prova concreta disso é a possibilidade de incluir, em projeto de guerra que tramita no Congresso, nesse momento em que o corona vírus apavora o país, autorização de aumentos salariais para algumas categorias do funcionalismo, mesmo sabendo que isso pode destruir as finanças da Nação e nos jogar, por décadas, num poço sem fundo. Claro que por trás disso está a malandragem, a infeliz malandragem que domina nosso Congresso (ele mesmo um retrato em miniatura, do que é, de verdade, a nossa sociedade!): deputados e senadores atendem os apelos das categorias de servidores, esperando que o Presidente da República fique com o ônus político de vetar tudo. Preocupação com o Brasil? Zero. Preocupação com algo perto de 20 milhões de trabalhadores comuns, que já estão desempregados, por causa da crise? Zero. O negócio é fazer média com o funcionalismo, de onde, aliás, sai grande parte dos ocupantes de cadeiras na Câmara Federal e no Senado, seja direta ou indiretamente.

Nada de se mexer nos supersalários dos superservidores do Congresso. Nada de mexer nas mordomias e nos penduricalhos de deputados senadores, membros do Judiciário e alguns do próprio Executivo, áreas onde abunda a grana, onde rola a dinheirama. Impensável rever casos como delegados especiais de Brasília que ganham 21 mil reais por mês, pois foram equiparados a delegados da PF, até hoje não se entende o porquê. Um policial civil comum, também lá, ganha até 17 mil reais. Brasília é um outro Brasil? Agora, em plena crise histórica, nossos parlamentares tentam emendar  em lei  de emergência, deixando espaço para aumentos salariais absurdos, para vários tipos de servidores. Há categorias, por exemplo, que exigem reajustes com efeito retroativo a janeiro, querendo levar bilhões de reais do dinheiro federal paraseus Estados, dinheiro que deveria servir para salvar vidas e salvar nosso país da quebradeira e do desemprego. Isso sim é que espírito patriótico!  Não parecemos  mesmo apenas um tambor?

TEMOS 3 POR CENTO DE MORTES PELO CORONA

Zero, zero um por cento (0,01);. Esse é o número aproximado de contaminados pelo corona vírus em Rondônia, até essa quinta-feira. Um em cada mil habitantes do Estado. Eram 52 mortes ou 3 por cento do total de contaminados;  21,5 por cento de curados, entre todos os infectados. O que preocupa ainda são os mais de 210 casos de pessoas internadas em hospitais públicos e privados, começando a esgotar o sistema de atendimento. As mortes têm sido, como sempre, extremamente dolorosas para familiares, amigos e para toda a coletividade rondoniense. Pior ainda porque o maior número de vítimas está em idosos e entre servidores da própria saúde, principalmente a pública, que sacrificam suas vidas, para tentar salvar as dos outros. O percentual de 3 por cento de casos de morte, estão bem acima dos índices nacionais, ainda na faixa do 0,6 por cento, cinco vezes menos que  Rondônia. Mas, mesmo com muita irresponsabilidade, com muita gente na rua, com Coronafest e Futebolfest, ainda assim, o volume de contaminação no nosso Estado está abaixo de índices da maioria dos Estados. A crise do corona, em breve, deve arrefecer. Já a crise econômica, essa recém está começando...

GOVERNO: RESPIRADOR TAMBÉM ÀS EMPRESAS

Por falar em risco de algo próximo a uma catástrofe econômica, depois de praticamente 60 dias sem funcionar, a maioria das empresas começa a ficar sem respirador e corre o risco de sucumbir. Mais de 25 entidades, representando praticamente todos os setores da produção rondoniense, pediram socorro ao governador Marcos Rocha, em relação ao último decreto de calamidade, que voltou a deixar funcionar apenas os serviços essenciais. Rocha foi sensível aos apelos e fez algumas concessões importantes, embora se saiba que não é dele a palavra final, mas sim do Ministério Público e do Judiciário, esses sim, poderes que estão decidindo e governando, nesse momento de pandemia. Há algumas pequenas aberturas, pouco mais que frestas, mas que podem ajudar setores do comércio, por exemplo, a conseguir um pouco de ar e não morrerem sufocados. O governo do Estado tem feito de tudo para equilibrar o combate ao corona, com uma ferrenha batalha para impedir que entremos na maior crise econômica que já tivemos. Marcos Rocha tem agido com sabedoria e prudência, mas mesmo assim, não se sabe se as concessões dadas aos setores que fazem girar nosso dinheiro serão suficientes para que eles sobrevivam. Esperemos que sim!

ALE ENTRA  COM FORÇA NA GUERRA AO CORONA

A Assembleia Legislativa vai entrar com uma enorme força financeira na guerra à Covid 19. E vai fazê-lo com recursos que economizou durante todo o primeiro ano sob o comando do presidente Laerte Gomes. Foi ele mesmo, que numa entrevista, via videoconferência, anunciou os investimentos que serão feitos. Entre eles, o aluguel de 61 leitos do Hospital do Amor, dos quais 14 de UTI, para atender pacientes com a doença. Também está no pacote a contratação de 13 ambulâncias, todas equipadas como UTI móveis, que vão atender 12 municípios do Estado. Por fim, a distribuição de 30 mil cestas básicas (10 mil por mês nos próximos 90 dias), para atender às famílias mais necessitadas. Segundo Laerte, essa decisão foi tomada por todos os deputados, “para contribuir no combate à pandemia de Coronavírus”, incluindo-se aí as questões ligadas à saúde, mas também como apoio social para as famílias carentes. Laerte ainda explicou que o número de cestas básicas ainda pode aumentar. "Vamos entregar ao projeto SOS Rondônia, num trabalho em parceria, coordenado pelo Tribunal de Contas do Estado , com a distribuição pelo Exército Brasileiro, seguindo critérios sociais estabelecidos pelas Prefeituras, que farão o cadastro das famílias", informou o presidente, ao responder aos questionamentos dos jornalistas.

LEITE: PRODUTORES ROMPEM COM LATICÍNIOS

Um grupo de produtores de leite do Estado se reuniu nas redes sociais e perto de 250 deles (um número pequeno, entre os mais de 31 mil do Estado, mas que representa uma boa parte da produção) decidiram suspender as entregas aos laticínios, a partir desta sexta, dia 15. Eles representam a indignação das milhares de famílias que dependem da venda do leite para sobreviverem. Estão gastando até 1 real para produzirem, mas os laticínios anunciam que só vão pagar algo próximo a 65 centavos o litro. Além disso, os produtores exigem o pagamento a cada 30 dias e não de 90 em 90 dias, como agora. O assunto já foi mote de pesados discursos na Assembleia Legislativa do Estado, pelo deputado Laerte Gomes, presidente do parlamento, assim como do deputado Adelino Follador, que também representa o setor na ALE. Outros parlamentares têm se unido aos protestos contra a cartelização dos laticínios e a exploração dos produtores de leite, a grande maioria pequenos.  Rondônia produz mais de 18 milhões de leite/ano e o setor só não tem se desenvolvido mais, pelos péssimos preços que recebe dos frigoríficos. Nossa produção média é de 5 litros por vaca leiteira, enquanto há Estados que mais que duplicam tal produção, com utilização de tecnologia, que nossos pequenos produtores não têm acesso.

TRANSPORTE ESCOLAR: FINAL FELIZ  DA NOVELA

Era notória a alegria do prefeito Hildon Chaves em entregar, oficialmente, 146 ônibus escolares zero quilômetro – sem dúvida, a frota de veículos mais novos do país, para esse tipo de atividade - na última quarta-feira, o estacionamento do Porto Velho Shopping. Muita gente participou, destacando-se a deputada federal Mariana Carvalho, que conseguiu a maior emenda parlamentar para a compra da frota. O deputado Coronel Chrisóstomo também ajudou nesse pacote.  Os vereadores foram em peso ao evento, porque, claro, também queriam compartilhar da conquista. A verdade verdadeira é que ela é muito mais de Hildon Chaves do que qualquer outra autoridade. Foi ele quem sofreu na pele a pressão por meses de falta de transporte escolar na cidade e foi ele quem decidiu acabar com o que chamou de “máfia” do setor. Arregaçou as mangas, buscou parceiros, usou parte dos recursos da Prefeitura para os mais de 34 milhões que custou a frota. Pena que os ônibus chegaram num momento em que não há aulas, pelo menos até início de julho. Mas foi um dos grandes avanços da atual administração. O próximo passo será resolver outro pepino enorme, sempre em crise: o do transporte coletivo da Capital.

 

JÚNIOR FALA SOBRE A RCC ALIMENTOS

Mais uma vez sob ataque, o chefe da Casa Civil do Governo, Junior Gonçalves, divulgou nota lamentando o episódio e o explicando. Escreveu: “mais um vez jogaram meu nome na mídia, tentando macular a minha imagem. Há quem diga que isso faz parte do cargo. Estão dizendo que fui sócio da representante que vendeu os kits rápido pra Sesau. Pois bem: tive uma empresa com meus irmãos, chamada RCC Alimentos. E era baseada no modelo de marketing multinível, onde a pessoa se cadastra e consome e através de novas pessoas cadastradas e do consumo delas, quem as convidou ganha uma comissão sobre as vendas de cada combo de alimentos. Tivemos mais de 3.000 cadastrados e muitas lideranças na empresa, mas sócios no contrato social, só era eu e meus irmãos. Contudo, toda a liderança que se destacava, ganhava um titulo dentro da rede. Um deles é o de presidente da rede; vice presidente; líder máster e por aí vai. No inicio do ano passado, decidimos encerrar o negócio e iniciamos o processo de encerramento da empresa”.

“FICA O SENTIMENTO DE TRISTEZA!”

Júnior Gonçalves prossegue seu relato: “desde então, quando o negócio foi encerrado, não tive nenhuma relação comercial com a representante alvo da denúncia.  Conheço muitas pessoas, muitos empresários e neste caso tínhamos 3.000 associados. Não tenho como buscar relacionar todos eles, para que não prestem serviço ao Governo, por que um dia tirou uma foto comigo em alguma das reuniões que fizemos ou até mesmo por que me conhecem.  Acho importante e de forma transparente falar em público, para que todos tenham clareza dos fatos: estou firme e tranquilo, pois nenhuma arma forjada contra nós, há de prosperar: quando temos a verdade conosco o coração descansa. Fica apenas o sentimento de tristeza, pois ninguém quer ver seu nome sendo desgastado por causa de um cargo ou posição pública. Por motivos que todos aqui conhecem, uns já viveram ataques e outros não. Mas como eu disse: há quem diga que isso faz parte do cargo. Nos resta sermos maduros pra enfrentar.  Júnior Gonçalves”

PERGUNTINHA

Você está com medo real da Covid 19 ou faz parte da turma que anda pela ruas, inclusive  participando das Coronafest e de torneios de futebol?

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