Pavimentação da BR-319 pode causar inundações, diz geólogo

Geólogo da Universidade Federal do Amazonas alerta que pavimentação da BR-319 traria riscos de enchentes e desafios ambientais na região de baixa altimetria, com rios e igarapés afetados pela rodovia

Fonte: Assessoria/Foto: Trecho da BR-319/AscomAGU - Publicada em 09 de outubro de 2025 às 11:26

Pavimentação da BR-319 pode causar inundações, diz geólogo

pavimentação da BR-319, rodovia que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO), avança após acordo entre os ministérios do Meio Ambiente e dos Transportes, anunciado em julho, e com a contratação de uma empresa responsável pelo estudo de gestão ambiental. Apesar da expectativa de melhorias na infraestrutura regional, especialistas alertam para os riscos ambientais e os desafios técnicos da obra.

O geólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Lucindo Antunes Fernandes Filho, destacou que a pavimentação pode provocar enchentes e inundações, devido à baixa altimetria da região e à proximidade do nível da água subterrânea com a superfície. “Se não forem tomados os cuidados em relação às bacias hidrográficas e a manutenção dos cursos d’água, rios e igarapés, podem haver perdas econômicas associadas”, afirmou ao Informativo nº 70 do Observatório BR-319.

O especialista, que também é conselheiro titular do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (CREA-AM), observou que o “trecho do meio” da rodovia apresenta um substrato geológico composto por rochas sedimentares cenozoicas, incoesas e porosas. A distância de fontes de agregados graúdos, somada às alterações do material rochoso por obras anteriores, adiciona complexidade à pavimentação e manutenção da estrada ao longo dos anos.

Para Lucindo, o projeto precisa caracterizar detalhadamente o regime das águas superficiais e subterrâneas nas bacias hidrográficas envolvidas e executar o planejamento sem modificações que comprometam a sustentabilidade da obra. Desde que parte da BR-319 ficou sem manta asfáltica, o tráfego entre Manaus e Porto Velho diminuiu, e tentativas anteriores de repavimentação avançaram de forma tímida, sem garantias de sustentabilidade ambiental, econômica e social para as populações do entorno.

Pavimentação da BR-319 pode causar inundações, diz geólogo

Geólogo da Universidade Federal do Amazonas alerta que pavimentação da BR-319 traria riscos de enchentes e desafios ambientais na região de baixa altimetria, com rios e igarapés afetados pela rodovia

Assessoria/Foto: Trecho da BR-319/AscomAGU
Publicada em 09 de outubro de 2025 às 11:26
Pavimentação da BR-319 pode causar inundações, diz geólogo

pavimentação da BR-319, rodovia que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO), avança após acordo entre os ministérios do Meio Ambiente e dos Transportes, anunciado em julho, e com a contratação de uma empresa responsável pelo estudo de gestão ambiental. Apesar da expectativa de melhorias na infraestrutura regional, especialistas alertam para os riscos ambientais e os desafios técnicos da obra.

O geólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Lucindo Antunes Fernandes Filho, destacou que a pavimentação pode provocar enchentes e inundações, devido à baixa altimetria da região e à proximidade do nível da água subterrânea com a superfície. “Se não forem tomados os cuidados em relação às bacias hidrográficas e a manutenção dos cursos d’água, rios e igarapés, podem haver perdas econômicas associadas”, afirmou ao Informativo nº 70 do Observatório BR-319.

O especialista, que também é conselheiro titular do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (CREA-AM), observou que o “trecho do meio” da rodovia apresenta um substrato geológico composto por rochas sedimentares cenozoicas, incoesas e porosas. A distância de fontes de agregados graúdos, somada às alterações do material rochoso por obras anteriores, adiciona complexidade à pavimentação e manutenção da estrada ao longo dos anos.

Para Lucindo, o projeto precisa caracterizar detalhadamente o regime das águas superficiais e subterrâneas nas bacias hidrográficas envolvidas e executar o planejamento sem modificações que comprometam a sustentabilidade da obra. Desde que parte da BR-319 ficou sem manta asfáltica, o tráfego entre Manaus e Porto Velho diminuiu, e tentativas anteriores de repavimentação avançaram de forma tímida, sem garantias de sustentabilidade ambiental, econômica e social para as populações do entorno.

Comentários

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    Jairo Thiago Freitas da Silva 10/10/2025

    Manaus é a única metrópole do planeta isolada por terra, isso aumenta o custo de vida de milhões de pessoas, é absurdo achar que a presença ou não de asfalto impede o desmatamento ou grilagem, depois da 319 é a vez da ponte do rio Amazonas, aí sim teremos um país integrado

  • 2
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    Pedro Manso 10/10/2025

    Tinha que ser da UNIR kkk, a BR 319 já existe e hoje só estão recuperando e nada muda, eu mesmo viajei muito tanto no período das chuvas e de seca e são períodos normais na Amazônia agora impactos de cheia kkkkk de onde saiu ou de onde veio esse geólogo.

  • 3
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    Cicero V. de Souza 10/10/2025

    É muito inconsistente alegar que haverá inundações na construção/pavimentação da BR 319, isto porque está sendo analisado pelos órgãos responsáveis, IBAMA, DNIT todos detalhes técnicos para não haver obstruções no projeto em análise.

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    Josemar Freire Botelho 09/10/2025

    Essa estrada NÃO devia ser jamais construída. Será o fim total da Amazônia. Daqui a dez, vinte anos ou até menos, grileiros, invasores, fazendeiros, garimpeiros, posseiros e outras desgraças afins vão invadir as margens da rodovia e vão destruir o que ainda resta de floresta. Índios serão mortos e exterminados sumariamente. Porto Velho e Manaus não têm nenhuma importância para que seja decretado o fim dessa vasta e rica região. Manaus não está isolada, tem os rios que lhe servem de transporte. E por que os amazonenses fizeram uma ponte desnecessária em Manaus em vez de reconstruir a estrada que eles dizem ser tão vital para o seu estado? Na época, a inútil ponte custou quase UM BILHÃO e MEIO de REAIS. Nem Porto Velho precisa de Manaus nem o contrário. Já há caminhos naturais entre as duas cidades. A BR-319 decretará o fim da Amazônia. E todos nós vamos pagar pela destruição. NÃO À DESTRUIÇÃO DA AMAZÔNIA!

  • 5
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    Alan Rezende 09/10/2025

    Num mundo tão tecnológico onde a engenharia faz obras desafiadoras em regiões muito mais complexa do que a BR 319, ai vem um geólogo professor dizer que a repavimentação desta BR vai causar enchentes se reconstruída é dizer para a sociedade brasileira que os engenheiros brasileiros não são capazes de projetar e construir estradas sustentáveis é cumprir o que diz a constituição brasileira o direito de ir vir da população do Amazonas e Roraima.

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