Pequenos investidores: Tesouro Direto ou Poupança?

É bastante comum ouvir que o Tesouro Direto é a opção mais indicada para substituir a caderneta

Assessoria
Publicada em 17 de julho de 2018 às 15:51
Pequenos investidores: Tesouro Direto ou Poupança?

Ainda que se repita que a poupança não é o melhor dos investimentos, principalmente para investidores iniciantes, pode ser difícil visualizar outra aplicação que seja tão segura e mais rentável. É bastante comum, inclusive, ouvir que o Tesouro Direto é a opção mais indicada para substituir a caderneta, mas como visualizar da melhor forma que essa afirmação é realmente correta?

Quando, inclusive, não se tem conhecimento do cenário econômico, ou mesmo experiência no mundo dos investimentos, é normal deixar parte do salário na conta poupança. Mas é preciso ter conhecimento de que essa decisão soa mais como uma forma de guardar seu dinheiro do que investir, ou seja, ele não se multiplica.

Por essa razão, o ideal é transferir seu patrimônio para aplicações que tragam bons retornos, com a mesma segurança, como o Tesouro. Para quem ainda não se convenceu de que este é o melhor caminho, vale a pena conferir esse comparativo a seguir.

Poupança x Tesouro: quais são as maiores diferenças e semelhanças?

Em primeiro lugar, é fácil notar que tanto um quanto o outro são investimentos de renda fixa. Isso significa que é possível prever a rentabilidade da aplicação logo de início, seja por meio de uma porcentagem ou um índice. Na prática, isso beneficia os investidores menos experientes, pois é possível medir os rendimentos no momento da aplicação e, assim, compará-los para então decidir qual o investimento é ideal.

A segunda e última semelhança é que ambas aplicações são bastante queridas entre os conservadores. Tanto por causa da sua natureza fixa, quanto por causa da segurança que, a princípio (vale ressaltar!), possuem, devido ao risco quase inexistente, principalmente de mercado.

Quando falamos, por outro lado, das diferenças entre esses investimentos, existem vários fatores a serem pontuados. Cada uma dessas particularidades somam vantagens ao Tesouro Direto e, pouco a pouco, é possível compreender que este é o caminho mais assertivo para quem deseja sair da caderneta.

Primeiro quesito: segurança

É senso comum que a poupança é o lugar mais seguro que seu dinheiro pode estar. Nossos avós e a maioria dos pais possuem essa ideia fixa, mas é preciso tirá-la da cabeça o quanto antes. Para isso, existe um exemplo muito claro que, com certeza, vai trazer à tona a insegurança dessa aplicação.

Seria uma sexta-feira qualquer em 16 de março de 1990, se o então presidente Fernando Collor não tivesse aprovado uma série de medidas político-econômicas que envolvia, entre outras coisas, o bloqueio de todas as contas poupança. Como resultado, os bancos não possuíam fundos para o número gigantesco de saques, o que limitou a quantia, em cruzado novo, que poderia ser retirada.

Nesse sentido, o Tesouro Direto ganha seu primeiro ponto positivo na disputa, pois essa situação não pode ocorrer com esse ativo. São títulos públicos emitidos pelo Governo, ou seja, para que você seja prejudicado pelo calote (ou risco de crédito), é preciso que antes o Estado decrete falência, assim como todas as instituições financeiras presentes no país.

Segundo quesito: liquidez

Antes de avaliarmos esse fator, é preciso entender que se trata de um ponto delicado. A liquidez é medida pela capacidade de um investimento ser transformado em dinheiro e, nesse sentido, é preciso considerar também a facilidade do resgate e a data de vencimento da aplicação.

A poupança poderia ganhar facilmente seu primeiro ponto positivo na comparação, já que o resgate é imediato, e nos títulos públicos é d+1, isto é, o resgate é feito no dia seguinte à solicitação. Mas a pegadinha encontra-se no fato de que, para a caderneta, o rendimento é repassado no aniversário da aplicação e, na prática, caso o resgate seja feito fora desse período, perde-se a rentabilidade.

Para o Tesouro, os retornos são calculados e atualizados diariamente. Então, caso seja necessário resgatar o patrimônio, o dinheiro estará sempre corrigido; isso faz com que este seja um investimento adequado não apenas para a aposentadoria (em que não se pensa no resgate a curto prazo), mas também para reserva de emergência.

Terceiro quesito: tributação

Aqui não existe segredo: a poupança é simples e livre de quaisquer tributos. Sob o Tesouro, no entanto, incidem o Imposto de Renda e o Imposto sobre Operações Fiscais (IOF), este último apenas nos primeiros 30 dias de aplicação.

Para o IR, em específico, a taxa é cobrada de forma regressiva, ou seja, quanto maior o tempo do investimento, menor o valor a ser cobrado. Na prática, essa quantia varia de 22,5% (para aplicações de até 6 meses) até 15% (para aplicações com mais de 2 anos).

Mas, assim como a liquidez, este é um ponto delicado. Ainda que a poupança não seja taxada, é preciso considerar a rentabilidade de ambos investimentos para medir os impactos dos tributos. Como o Tesouro Direto possui retornos muito mais vantajosos, eles facilmente superam a rentabilidade da caderneta ainda que não incidam taxas sobre ela. Ponto positivo para o título!

Quarto quesito: rentabilidade

De acordo com uma regra estabelecida pelo Governo, a caderneta rende 0,5% a.m. + Taxa Referencial (TR), se a Selic for maior ou igual à 8,5%; caso contrário, ela rende 70% da Selic + TR. Isso significa que, nas duas situações, a poupança está atrelada à taxa básica de juros.

Já o Tesouro possui rentabilidade muito próxima ao CDI e está atrelado a diferentes índices, dependendo do seu tipo. São eles: Tesouro IPCA+, que tem base na inflação por estará atrelado ao IPCA; e Tesouro Selic, com base na taxa básica de juros, mas com um cálculo diferente da poupança, o que traz mais vantagem ao título.

Quando a inflação é descontada, o Tesouro passa a retornar quase o dobro da caderneta! Ponto positivo para os títulos públicos que, a longo prazo, mostram-se ainda mais vantajosos.

Poupança x Tesouro Direto: quem vence?

Com incríveis 4 x 0, os títulos públicos do Governo são realmente os mais indicados para quem deseja multiplicar seu patrimônio, independentemente do prazo é dos objetivos. É importante lembrar-se de que a caderneta não é um bom investimento pelo fato de que ela pode ser útil em certos pontos para guardar seu salário, mas ele não se multiplica da melhor forma.

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