Perguntar não ofende

Você está satisfeito com o que tem visto e ouvido durante as campanhas eleitorais?

Valdemir Caldas
Publicada em 13 de dezembro de 2021 às 09:45
Perguntar não ofende

Uma característica marcante do processo eleitoral em uma democracia, como é o caso do Brasil, é a forte atenção dada ao aspecto competitivo das eleições, o que é perfeitamente aceitável, desde que se respeite as regras do jogo. Afinal de contas, a disputa entre concorrentes é uma conquista dessa forma de governo consubstanciada na ideia de que ele emana do povo e em seu nome deve ser exercido. Logo, o debate público sobre as propostas e os eventuais projetos políticos requer, de fato, um espaço privilegiado no processo eleitoral.

Mas é isso que realmente ocorre? Você está satisfeito com o que tem visto e ouvido durante as campanhas eleitorais? Você consegue captar, ainda que de forma sintética, as intenções subjacentes aos discursos dos candidatos? Você acreditar que as questões sociais realmente compõem a galeria das preocupações dos candidatos que ajudou a eleger? Essas e outras perguntas precisam ser feitas não apenas dias antes das eleições, mas desde já, uma vez que o processo eleitoral se desenvolve a pleno vapor. E, como é de conhecimento público, em 2022, haverá eleições para quase tudo, exceto prefeito e vereador.

Eis aí uma leitura clara que você eleitor, sobretudo consciente, precisa fazer antes de ir às urnas em 2022, começando, desde logo, a identificar o que é socialmente imprescindível nos discursos daqueles que buscam um mandato público. Essa é uma tarefa essencial do ponto de vista da cidadania. Lembre-se de que o problema não é a maneira enfática como ocorre a competição eleitoral, mas as bases em que ela se assenta, na maioria das vezes, frágeis quanto às verdadeiras intenções dos postulantes. Depois de apertar as teclas da urna eletrônica, não adianta chorar o leite derramado.

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