PF combate fraudes na comercialização de caminhonetes em Manaus
A estimativa é um prejuízo de R$ 500 milhões em tributos sonegados
A Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Receita Federal, deflagrou nesta quarta-feira (17) a Operação Francamente, para combater uma organização criminosa que fraudava a comercialização de caminhonetes na Zona Franca de Manaus, aproveitando-se dos incentivos fiscais. A estimativa da PF e da Receita é um prejuízo de R$ 500 milhões em tributos sonegados no período investigado.
De acordo com as investigações, tais benefícios resultavam na comercialização das caminhonetes por um valor menor que o preço usual de venda das demais regiões do país, devido ao não recolhimento de tributos federais e estaduais, conforme prevê a lei. "A legislação determina a permanência desses veículos, exclusivamente, na própria localidade e, caso haja saída para outros estados, os tributos deverão ser pagos e as restrições documentais retiradas após comprovação de regularização fiscal".
Segundo a PF, a fraude consistia na retirada indevida dessas restrições nos sistemas do Departamento de Trânsito do Amazonas, por um servidor público envolvido no esquema criminoso, para posterior comercialização, em outros estados, por empresas e pessoas físicas. Com a fraude, “os clientes que adquiriam caminhonetes zero quilômetro pagavam cerca de R$ 30 mil a menos por veículo”.
Os policiais federais cumpriram 23 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 5ª Vara Federal de Cuiabá, nos estados de Mato Grosso e do Amazonas. O nome da operação (Francamente), segundo a PF, “traduz a inconformidade das condutas delituosas na região da Zona Franca de Manaus”.
Nota
O Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) informou, por meio de nota, que as investigações que deram base para a operação foram iniciadas pelo Detran-AM, que, em dezembro do 2020, “cortou na própria carne ao deflagrar, em parceria com a Polícia Civil, uma operação que pôs fim a um esquema que fraudou mais de R$ 30 milhões em impostos estaduais e federais”.
Segundo o Detran, na época, 26 pessoas foram presas, entre elas despachantes veiculares, servidores do órgão, estagiários e ex-servidores. “Todas as pessoas presas ligadas ao Detran-AM foram desligadas do órgão logo após a operação, ainda em 2020”.
De acordo com a nota, desde a descoberta da fraude, o diretor-presidente do Detran-AM, Rodrigo de Sá, “determinou mudanças no sistema para que a prática não mais ocorresse. O órgão estadual seguirá colaborando com as autoridades para que todos os envolvidos nesse crime sejam devidamente responsabilizados”.
*Com informações da Polícia Federal
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