PF investiga se há prática criminosa em paralisação de caminhoneiros
Em nota, a PF se limitou a informar que está investigando a associação para a prática de crimes contra a organização do trabalho, a segurança dos meios de transporte e outros serviços públicos.
Paralisação dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro. /Tânia Rêgo/Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) instaurou uma investigação para apurar a possível prática de locaute (do inglês lock out, designa greve de trabalhadores com apoio da classe patronal) na paralisação de milhares de caminhoneiros que, desde a última segunda-feira (21), interditam parcialmente as estradas de quase todo o país. Em nota, a PF se limitou a informar que está investigando a associação para a prática de crimes contra a organização do trabalho, a segurança dos meios de transporte e outros serviços públicos.
A mobilização dos caminhoneiros vinha sendo monitorada por um gabinete de crise coordenado pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que disse haver indícios de locaute no movimento.
Nesta sexta-feira, o presidente Michel Temer autorizou o uso de forças federais de segurança para liberar as rodovias bloqueadas caso as estradas não sejam liberadas pelos caminhoneiros.
“Quero anunciar um plano de segurança imediato para acionar as forças federais de segurança para desbloquear as estradas. Estou solicitando aos governadores que façam o mesmo. Não vamos permitir que a população fique sem os gêneros de primeira necessidade, que os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas e que crianças fiquem sem escolas”, disse Temer durante pronunciamento no Palácio do Planalto.
Ontem (24), nove das 11 entidades representativas do setor de transporte assinaram um acordo com o governo federal para tentar pôr fim à paralisação. Em troca do compromisso da Petrobras de manter, pelos próximos 30 dias, o preço reduzido do óleo diesel nas refinarias e do governo estudar formas de baratear o preço dos combustíveis, as lideranças sindicais que assinaram o acordo prometeram suspender o movimento por 15 dias. A proposta, no entanto, foi recusada pela União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) e pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam).
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, disse não acreditar que os caminhoneiros retornem à normalidade nos próximos dois dias. “Este final de semana vai ser para montarmos as estratégias que adotaremos a partir de segunda-feira. Na minha visão, não vamos encerrar o movimento tão cedo.”
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