Por onde andam Cabocla, Botocuda, Brenda e Fubica?

Confira como a Telemetria está auxiliando no estudo das rotas de tartarugas-de-couro, monitoradas desde novembro.

Sandra Tavares
Publicada em 05 de janeiro de 2018 às 13:57
Por onde andam Cabocla, Botocuda, Brenda e Fubica?

Cabocla, Botocuda, Brenda e Fubica já dão sinais de por onde andam. Os transmissores de sinais por satélites, que foram instalados em novembro, adquiridos com recursos do Projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas – GEF-Mar-MMA, já estão revelando informações como rota percorrida, onde as quatro fêmeas de Dermochelys coriacea (Tartarugas de couro) estão permanecendo por mais tempo, quais as profundidades e tempo de mergulhos, temperatura da água, entre outras informações importantes.

O monitoramento integra a pesquisa de doutorado da bióloga Liliana Poggio Colman, pela Universidade de Exeter, na Inglaterra, intitulada "Ecologia e conservação das tartarugas-de-couro no Brasil”. O doutorado conta com financiamento do Programa Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal, e executado sob orientação do Professor Brendan Godley, da mesma universidade, e um dos cientistas mais reconhecidos pelo uso da telemetria por satélite relacionada à ecologia migratória das tartarugas marinhas. A pesquisa conta ainda com apoio da The Rufford Foundation e British Chelonia Group e da Fundação Pró-Tamar.

O trabalho de monitoramento dos ninhos na Praia de Comboios e Povoação, executado pela Fundação Pró-Tamar conta com o apoio do Centro Tamar/ICMBio, e foi intensificado para aproveitar a presença dos especialistas durante a instalação dos transmissores. O esforço consistiu em intensificar a presença nos 37 Km da Praia de Regência e nos 39 Km da Praia de Povoação, na tentativa de não perder o processo de desova, buscando evitar o stress das fêmeas.

Graças ao esforço da equipe, a presença dos especialistas e um equipamento adequado a “Operação Gigante”, como foi nomeada a campanha de instalação dos transmissores, foi um sucesso e em apenas 11 dias foram instalados os quatro transmissores disponíveis.

A Base do Centro Tamar em Regência e a Reserva Biológica de Comboios são unidades administrativas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que se beneficiarão desta pesquisa já que ela revelará resultados importantes para a conservação da espécie Dermochelys coriacea (tartaruga-de-couro). “Estes resultados têm destacado a importância de efetivar o ordenamento pesqueiro em toda a região da Foz do Rio Doce, onde as tartarugas marinhas interagem com diversos tipos de pescarias que tem grande importância econômica na região”, frisa o técnico ambiental da Base do Tamar/ICMBio em Regência, João Camargo. Vale ressaltar que a população brasileira da tartaruga de couro é a espécie de tartaruga marinha mais ameaçada do nosso litoral, classificada como Criticamente em Perigo em 2010.

“Estes resultados, como os mapas, irão auxiliar as análises do processo de Avaliação de Risco desta espécie já no início de 2018, processo coordenado pelo ICMBio e também, serão instrumentos de educação ambiental e sensibilização para a sociedade”, destaca o Coordenador do Tamar/ICMBio, Joca Thomé.

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