Não, isto aqui não é um texto publicitário da Prefeitura.

Com o aumento da tarifa do transporte coletivo para R$ 3,80 (três reais e oitenta centavos), nos igualamos às  grandes Capitais do país, pois, com esse valor que passará a valer a partir deste sábado  , Porto Velho entra, ainda que sem querer, no status de grande metrópole. É um escárnio.

Além da falta de publicização sobre o reajuste, nós, contribuintes, usuários e cidadãos de Porto Velho queremos saber: qual o critério usado pelo Conselho Municipal de Transporte para justificar o aumento? Ainda, qual será a contrapartida da Empresa para os munícipes, tendo em vista que a frota atual de ônibus é pouca e má conservada? Basta apanhar um coletivo e constatar.

Não bastasse o caos completo que é o sistema do transporte público de Porto Velho, nem mesmo os abrigos (“pontos de ônibus”) escapam do descaso da Prefeitura: às escuras, tomados pelo matagal em alguns lugares da cidade, escorados por pedaços de madeira, enfim, abandonados.

O mais assustador nessa história toda é o posicionamento da SEMTRAN, que, segundo o próprio Prefeito, Dr. Hildon Chaves, conforme consta no site oficial da Prefeitura, sugeriu a suspensão do direito da gratuidade das pessoas que fazem jus ao benefício. Vejamos.

Antes de acatar a decisão do Comtran, o prefeito dr Hildon determinou a avaliação de alternativas ao reajuste. A Secretaria Municipal de Trânsito (Semtran) sugeriu então a revisão ou suspensão da gratuidade que é concedida a idosos, pessoas com deficiência e seus acompanhantes, o que representa em torno de 32% dos usuários e que, segundo o consórcio, afeta o custo do sistema, gerando desequilíbrio econômico-financeiro. Dr Hildon rechaçou a proposta de mexer na gratuidade por considerar um retrocesso à conquistas sociais. (Acessado em 05.07.17 - https://www.portovelho.ro.gov.br/artigo/18733/transporte-coletivo-prefeito-acata-decisao-do-conselho-e-homologa-reajuste-da-tarifa-de-onibus)

Não tá fácil. Nem a própria Administração Municipal tem conhecimento da Lei. Não é à toa que o trânsito da capital é uma tragédia total, diga-se de passagem, dado o grau de conhecimento e instrução da Secretaria...

A “contrapartida” da Empresa seria a tarifa social para estudantes, que terá um custo de R$ 1. Não existe almoço grátis. O Mercado não aceita uma tarifa de um real à toa. A Prefeitura e o Consórcio não estão fazendo caridade alguma implantando essa tarifa social, que de “social” não tem nada, que fique claro.

Gozado, meados de 90, Porto Velho tinha pouco mais de 280 mil habitantes, e, na época, tínhamos 05 empresas de transporte coletivo em operação. A população aumentou. Mas o sistema de transporte público não. A Administração entrou na contramão do crescimento. Hoje, dispomos apenas de uma empresa operando no sistema e em caráter emergencial.

Seria interessante o prefeito fazer uma transmissão ao vivo no Facebook dentro de um Cohab Floresta, às 7h30 da manhã. Tô dentro!