Potencial apícola de Porto Velho atrai produtores em busca de uma nova renda
A atividade tem se tornado cada vez mais frequente no ambiente da agricultura familiar
Atualmente, pouco mais de 100 produtores são catalogados pela Semagric
Fomentada através da Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Semagric), a atividade apícola está em constante crescimento em Porto Velho. No ano passado, mais de 30 toneladas de mel foram produzidas na capital, números que chamam a atenção, já que, em 2019, a categoria não ultrapassou as 12 toneladas.
O crescimento do potencial apícola mostra que a atividade tem se tornado cada vez mais frequente no ambiente da agricultura familiar, e comprova que a cadeia produtiva do mel se tornou um atrativo para quem busca melhorar a renda e a qualidade de vida.
Atualmente, pouco mais de 100 produtores são catalogados pela Semagric, mas a secretaria estima que existam muito mais. Há também aqueles que iniciaram na produção como um hobby, uma paixão pelo universo das abelhas que acaba se rentabilizando com o passar do tempo. É o caso da produtora Regina Ferreira Mariz, que viu, durante a pandemia, a oportunidade de abrir um apiário.
O programa Mel do Porto, distribuiu centenas de caixas para criação de abelhas, equipamentos de proteção e ofertou cursos técnicos
“Além do benefício de você estar em contato com a natureza, de você ver aquilo ali como um escape do dia a dia, você também consegue alguma renda da venda do mel. Depois que você começa, é um caminho sem volta. Porque pra mim é tão apaixonante que eu não tive como desistir, sabe? Então o caminho é só de ida, no meu caso. E aí cada vez mais você quer investir mais, você quer ter mais, você vai se aprofundando, você está dentro de um grupo de pessoas que vão te possibilitando aprendizado, amizades, é um mundo diferente, esse é o mundo da apicultura”.
Regina conta que o apoio, tanto de outros produtores, como os incentivos promovidos pela Prefeitura de Porto Velho foram essenciais para que ela adquirisse aprendizado e experiência na área. “Aqui em Porto Velho é novo ainda a apicultura, então o incentivo está vindo por parte do Município, nós tivemos um encontro de apicultores recente, que aconteceu na Fimca e eu participei, já temos até associação”, compartilhou. O encontro foi promovido pelo Senar e demais parceiros.
INCENTIVOS
Em 2019, a Prefeitura de Porto Velho, através da Semagric, implantou o programa Mel do Porto, distribuindo centenas de caixas para criação de abelhas, equipamentos de proteção para os apicultores, e ofertando cursos técnicos de qualificação e capacitação dos produtores.
Regina conta que incentivos promovidos pela Prefeitura foram essenciais para o aprendizado
Com a expansão da atividade, foi reativada/organizada a Associação dos Apicultores e Meliponicultores da Amazônia (Apama), que hoje conta com 48 sócios e toda a produção é comercializada na capital, que tem um grande mercado consumidor. A Semagric inclusive já sinalizou a destinação de uma área para a Apama construir uma agroindústria do mel, beneficiando o produto e ampliando a oportunidade de comercialização e de ganhos aos associados.
Para Regina, ser uma produtora mulher em meio a um mercado com tantos homens, é um desafio gratificante, superado a cada dia. A expectativa da apicultora é que a produção de mel cresça cada vez mais em Porto Velho.
“É muito difícil até a gente ver mulheres nessa área e eu incentivo. A mulher pode estar onde ela quiser, apesar de ser um trabalho que demanda esforço físico, mas é possível e é muito gratificante. E eu desejo ver Porto Velho nessa cadeia do mel cada vez mais se fortificando, porque nós temos hoje muitos produtores que ainda são pequenos, que ainda não alcançam o nível de mercado, e eu desejo que isso vá para frente, que o mel da nossa região, da região amazônica, seja levado para o resto dos estados”.
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