Considerada um dos principais atrativos turísticos mundiais, a gastronomia está cada vez mais presente no turismo rondoniense. De acordo com estudo realizado pelo Ministério do Turismo, os pratos no país são considerados como “muito bons” para 89% dos turistas brasileiros e 97% dos estrangeiros.

Porto Velho é uma capital ribeirinha e aproveita sua peculiaridade gastronômica, à base de peixes, para atrair mais visitantes. O “Pirarucu Rondon” foi reconhecido como Prato Oficial da Capital pela Superintendência Estadual de Turismo, em 2016, por meio da Portaria nº 18 da Setur, considerando aspectos históricos e antropológicos, pois o pirarucu está presente em registros (relatórios e ilustrações) de brasilianistas (estrangeiros especialistas em estudar o Brasil) em passagem pelo Vale do Rio Madeira ainda no Século XVIII.

A instituição do prato agregou valor à identidade local. E quem aprecia, aprova. O peixe tradicional agora ganhou status de gourmet. O pirarucu é servido, por exemplo, no Peixinn, tradicional restaurante de Porto Velho. Entre os 19 pratos à base de peixe presentes no cardápio do restaurante, o “Pirarucu Rondon” chama especial atenção. Seja pelo sabor, seja pela representatividade da especiaria desenvolvida com a participação dos principais chefs da cidade, coordenados pelo premiado máster-chef Manoel Evangelista, professor de gastronomia e premiado nacionalmente.

A escolha de um prato oficial está concatenada à proposta do Governo do Estado de incentivar a produção e o consumo de peixes. Rondônia é, proporcionalmente, o maior produtor de peixes de água doce do Brasil. São mais de 90 mil toneladas/ano a produção. O desafio agora é assegurar a exportação. Ariquemes e Vilhena são os únicos municípios que dispõem de frigoríficos de peixes.

Além do Piracucu Rondon, vedete dos cardápio do Peixinn, restaurantes especializados em pescados apresentam delícias com outros tipos de peixes. Na orla do Madeira e na Vila Candelária, entre outros pontos da cidade, são servidos caldeiradas de tambaqui, escabeche, jatuarana na folha de bananeira, dourado com camarão, entre outros.

Em passagem por Porto Velho, o ministro do turismo Marx Beltrão destacou seu apreço pela culinária nativa. “Eu sempre que provar um bom peixe, vou me lembrar de Rondônia. O estado me fisgou pelas suas belezas naturais e culturais, as história, hospitalidade, mas confesso que não vou me esquecer da boa comida que aqui se serve”.  

Porto Velho se diferencia das demais cidades-polos de Rondônia na questão gastronômica. É a única porção amazônica do estado. Os demais municípios têm pouca tradição no consumo de peixes. O que pode ser comprovado nos festivais gastronômicos de Cacoal, Vilhena e Rolim de Moura, centros consumidores de carne bovina por conta da migração eminentemente sulista.