Presidente do Crea-RO constatou problemas na infraestrutura de Porto Velho: Moradores sofrem com obras mal coordenadas
O objetivo da inspeção é elaborar um relatório minucioso a ser apresentado aos órgãos responsáveis
Em uma visita técnica recente às obras de recapeamento nas ruas de Porto Velho, o Presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Rondônia (Crea-RO), Eng. Edison Rigoli, e o Assessor Técnico do Crea-RO, Eng. Jairo Ferreira da Silva, constataram uma série de problemas relacionados à infraestrutura da cidade. O objetivo da inspeção é elaborar um relatório minucioso a ser apresentado aos órgãos responsáveis. O relatório traçará os diversos problemas observados, destacando os prejuízos tanto para o erário público quanto para a comunidade em geral, resultante da carência de planejamento eficiente na gestão das obras viárias. Este documento abordará os danos específicos causados, as deficiências estruturais identificadas e as possíveis soluções para aliviar tais problemas.
A iniciativa, conduzida pela Prefeitura, mostrou uma situação preocupante: a falta de coordenação entre os órgãos responsáveis pelas obras, como a Prefeitura, o Estado e a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (CAERD). Segundo relatos, a CAERD realizou intervenções na pavimentação recém-feita, deixando em condições inadequadas e, em muitos casos, sem conclusão.
O bairro Igarapé foi um dos mais afetados, com obras de infraestrutura incompletas e, em alguns casos, questionáveis. Moradores relataram que utilizaram uma área pública do bairro, onde havia um ambiente verde com árvores frutíferas, ornamentais e de jardinagem, um espaço agradável para a sociedade. No entanto, com a obra de infraestrutura no bairro, esse ambiente foi totalmente destruído com o despejo inadequado de resíduos, causando um crime ambiental e desrespeitando aqueles que usufruíam do espaço verde. Além disso, cortes nos encanamentos da rede de água pluvial deixaram algumas casas sujeitas a alagamentos durante as chuvas.
Adriana Lopes, moradora, destacou a falta de comunicação entre os responsáveis pelas obras e a comunidade, ressaltando que muitos moradores não foram consultados ou informados sobre as intervenções em suas áreas. A ausência de planejamento prévio e de diálogo tem gerado transtornos e prejuízos para os moradores.
Juarez Araújo, morador há anos na Rua Leda Coelho, no bairro Igarapé, afirmou que embora tenham dito que avisariam sobre as intervenções planejadas, na realidade não houve nenhum aviso prévio. Ele exemplificou que um morador da quadra acima teve que quebrar o pavimento recém-colocado para realizar o encanamento, pois as obras já haviam sido concluídas sem qualquer notificação. "Eles não avisaram", ressaltou o morador.
Segundo relatou o comerciante Francisco de Assis durante a obra de infraestrutura no bairro e sem coordenação técnica da empresa o mesmo teve um prejuízo de aproximadamente 70% do lucro comparado com os dias normais de trabalho. “Não podíamos fazer nada aqui, era lama e quando secava era poeira. Não tinha como as pessoas virem pra cá com essa poeira”, frisou.
Moradores da zona Sul também enfrentam transtornos devido a obras recentes na movimentada Avenida Jatuarana. Com menos de quatro meses desde o recapeamento do asfalto, a via foi novamente alvo de intervenção, desta vez para instalação de tubulações.
O bloqueio repentino da avenida gerou congestionamentos e dificuldades de acesso a residências e comércios. Moradores expressam preocupação com a falta de planejamento e comunicação das autoridades e empresas envolvidas.
Embora reconheçam a necessidade de melhorias na infraestrutura, os moradores pedem uma abordagem mais cuidadosa e transparente por parte das autoridades para minimizar futuros transtornos.
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