Presidentes do TRF4 e do STF discutem ameaças a desembargadores

Thompson Flores deixou o STF sem falar com a imprensa, após reunião de pouco mais de uma hora com Cármen Lúcia.

Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil
Publicada em 15 de janeiro de 2018 às 13:36
Presidentes do TRF4 e do STF discutem ameaças a desembargadores

Brasília - A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, reúne-se com o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), desembargador Federal Carlos Eduardo Thompson Flores, no STF. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), desembargador Thompson Flores, foi hoje (15) ao gabinete da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para discutir providências sobre ameaças recebidas pelos desembargadores que julgarão, no próximo dia 24, em Porto Alegre, o recurso contra a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Thompson Flores deixou o STF sem falar com a imprensa, após reunião de pouco mais de uma hora com Cármen Lúcia, que preside também o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que tem um departamento para cuidar da segurança de magistrados. O desembargador tem encontros marcados também com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, e com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

No início de janeiro, Thompson Flores enviou ofício à Cármen Lúcia e a outros órgãos, como a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal (PF), para que fossem investigadas as ameaças recebidas pela internet e por telefone, direcionadas ao TRF4 e aos três desembargadores que julgarão o recurso de Lula: João Gebran Neto, relator; Victor Laus e Leandro Paulsen.

Na semana passada, o presidente do TRF4 assinou uma portaria suspendendo o expediente e dispensando funcionários de comparecem ao Tribunal no dia do julgamento de Lula. Preocupado com a segurança, ele também se reuniu com deputados do PT, a quem pediu cooperação para manter pacíficas as manifestações previstas em Porto Alegre, onde fica a sede da corte recursal.

Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, da primeira instância da Justiça Federal, em julho do ano passado, a nove anos e meio de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-presidente foi acusado de receber propina da empreiteira OAS na forma de um apartamento triplex no Guarujá (SP), em troca de favorecimentos em contratos na Petrobras.

A defesa de Lula nega as acusações e afirma ter ficado provado que Lula nunca foi nem seria proprietário do apartamento. Os advogados do ex-presidente alegam que ele sofre uma perseguição política por intermédio do Judiciário, numa tentativa de inviabilizá-lo politicamente, tática conhecida como law fare.

 

Comentários

  • 1
    image
    Renato Cardoso 15/01/2018

    Tudo teatro! O TRF4 apenas está sacramentando o que até os assustados bagres do Madeira já sabem: Lula será condenado e tornado inelegível. Não entro no mérito de culpa ou inocência, pois cada um já tirou suas conclusões acerca das provas e ilações que pesam contra o ex-presidente. As alegadas ameaças aos julgadores não deveriam ser tornadas públicas, e sim investigadas pela polícia. Os desembargadores federais estão amarelando. Sabem que, independentemente de resultado, serão massacrados. Ou pelos coxinhas, ou pelos petistas. O que causa espécie é a agilidade do TRF4. Apressaram o julgamento do barbudo, passando-o na frente de cinco processos mais antigos. Fosse o petista da cor verde-amarela (Azeredo), seu julgamento aconteceria em Marco de 2027. Mas há urgência para tirar o ex-metalúrgico da vida política. Apesar de seus dois mandatos muito contestados pela grande mídia e pelos mais abonados, (e outros tantos coxinhas), Lula possui uma legião de eleitores, o que tira o sono dos atuais donos do poder. Gilmar também não descansará enquanto não tiver enjaulado Lula. Não se trata de fazer justiça. É uma questão de devolver o poder à casa grande e pôr ordem na senzala. Ninguém espera Justiça. Apenas conveniência. O medinho dos três desembargadores gaúchos não passa de encenação. Estão preparando o povo para que, após o veredito (já conhecido), sejam aplaudidos como salvadores da pátria (dos poderosos).

Envie seu Comentário

 
NetBet

Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook