Produtos da agroindústria são apresentados para a comissão espanhola em Jaru
Produtores rurais puderam apresentar diversos produtos como vestuários de crochê, salgados fitness, chocolates e até mel de cacau
Suspiros naturais, farinha de Ora Pro Nobis, salgados fitness, chocolates e até mel de cacau fizeram parte da exposição
O auditório da Associação Comercial e Industrial de Jaru – Acij transformou-se, na última sexta-feira (8), em um espaço de exposições e degustação dos produtos de agroindústrias do município para recepcionar a comissão espanhola, liderada pela Ministra Conselheira de Agricultura, Pesca e Alimentação da Embaixada da Espanha, Maria Elisa Barahona Nieto, representante da União Europeia, acompanhada do Cônsul Honorário, Fernando Bravo Sanchez.
O grupo estuda as potencialidades de Rondônia com o interesse de ampliar as relações comerciais e estão sendo acompanhados pelo adjunto da Secretaria de Estado da Agricultura – Seagri, Marcílio Leite, e pela gerente de Relações Internacionais da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico – Sedec, Isabella Leite.
As visitas diplomáticas tiveram início na segunda-feira (4) e encerraram no sábado (9). Durante a visita à Associação Comercial e Industrial de Jaru, os produtores rurais puderam apresentar diversos produtos como: vestuários de crochê, suspiros naturais, farinha de Ora Pro Nobis, salgados fitness, chocolates e até mel de cacau. “Rondônia tem uma peculiaridade muito interessante, pois a maioria das propriedades rurais desenvolvem a agricultura familiar, cerca de 95%. E esses agricultores estão buscando agregar valor a produção, gerando mais renda e empregos”.
Chocolate natural produzido na agricultura familiar
Para o secretário adjunto da Seagri, a tendência no Estado é aumentar cada vez mais o número de agroindústrias. “E a Seagri tem o papel importante de fomentar isso, dando todo o apoio técnico e incentivo para que se torne cada vez mais viável para os agricultores familiares”, assegura.
Exemplo disso é o que acontece na propriedade rural da família do Marcelo Medeiros, onde a lavoura de cacau gera matéria-prima para transformação do produto em chocolate.
“O chocolate era um sonho do meu sogro que tem uma produção de cacau, por enquanto, ele só é comercializado em Jaru, mas queremos exportar, inclusive para o mercado europeu. É um chocolate natural, sem conservantes, feito pela família. Além do chocolate, temos também o nibs e estamos em teste para produzir o mel do cacau, que é um produto que requer ficar constantemente congelado para não fermentar. Estamos inovando, precisamos crescer”, considera Marcelo Medeiros.
Outra pessoa que também decidiu inovar foi Keila Alves. “Comecei a fazer suspiros há três anos e esse negócio surgiu porque eu queria esse produto para o aniversário da minha filha e não encontrei na cidade. Comecei olhando vídeos, acertava pouco, errava muito, mas continuei insistindo. Fui me aperfeiçoando até que tive a primeira encomenda. Fiquei muito feliz e abriu muitas portas”.
Quando a pandemia chegou, Keila Alves se reinventou, passou a produzir suspiros gourmet em pacotinhos saborizados. “Foi a maneira que encontrei para que o produto, que não estava sendo consumido em festas, que no período não estavam acontecendo, fossem consumidos em casa com a família. Hoje, eu faço, principalmente do sabor de maracujá, da própria fruta, de café e leite ninho”, conta.
Atualmente, o negócio retornou com bastante força nos eventos. O produto é comercializado em Rondônia e outros estados brasileiros.
Ministra conhece vestuários de crochê que já alcançaram mercado internacional
Clelia Paixão também tem obtido bons resultados com a confecção de vestuários feitos de crochê. “Surgiu da necessidade de fazer algo a mais, então eu comecei fazendo porta-geladeira, mas depois deixei de fazer acessórios domésticos e passei a fazer roupas de crochê como biquínis e vestidos. Vendo em Rondônia e já exportei duas vezes, uma para os Estados Unidos e outra para a Espanha”.
Ela também produz coxinha de batata doce e empadinhas de abobrinha verde, aveia e cenoura.
Outra amostra da agroindústria de Jaru que chamou atenção foi a farinha de Ora Pro Nobis. “Estamos produzindo Ora Pro Nobis, que é uma planta nutritiva e pode substituir até a carne, e faz bem para a imunidade. Hoje, além de comercializar as mudas, fazemos a farinha, o patê, também podemos usá-la para fazer saladas e sucos, um produto fitness, pois sacia. Atualmente, só estamos no mercado jaruense”, disse Keli Gonçalves Baltazar.
“Foi muito importante conhecer todas essas iniciativas, onde estão sendo desenvolvidos produtos para que o mundo tenha uma alimentação mais saudável, isso é fundamental e o Brasil tem esse potencial”, considera a ministra conselheira de Agricultura, Pesca e Alimentação da Embaixada da Espanha.
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O vice-presidente da Acij, Francisco de Sá Sobreira, elogiou a presença da comissão espanhola em Jaru como forma de promover mais desenvolvimento para a região. “Jaru tem uma diversidade de produções, é forte na agricultura e na pecuária, além do setor industrial que faz o município ter essa pujança tão grande. Temos o maior laticínio e o maior frigorífico da região Norte. Isso dá orgulho para Jaru, pois traz desenvolvimento. E para nós é muito bom receber pessoas com o intuito de agregar desenvolvimento, como é o caso da comissão espanhola”.
PRÊMIO MULHERES RURAIS
Maria Elisa Barahona Nieto, aproveitou a oportunidade, para convidar as mulheres rurais de Rondônia para participar na próxima edição do prêmio realizado pela Embaixada da Espanha, criado para valorizar as produtoras. A primeira edição já caminha para a etapa final.
“O Prêmio Mulheres Rurais – Espanha Reconhece” acontece por meio da parceria da Embaixada da Espanha com o Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura -IICA, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO e a ONU Mulheres; o objetivo desse prêmio é dar visibilidade às iniciativas interessantes desenvolvidas em comunidades por mulheres rurais” explica.
A ministra informou que o lançamento do prêmio ocorreu em outubro do ano passado, o período de apresentação de propostas finalizou em janeiro e a premiação acontecerá no dia 28 de abril, na Embaixada da Espanha. “Recebemos nesta edição 482 iniciativas de todos os estados do Brasil, isso foi muito legal para nós”.
Estudantes participam do evento e destacam importância de desenvolver práticas saudáveis na produção de alimentos
O 1º lugar receberá R$ 20 mil, o 2º R$ 10 mil e o 3º R$ 5 mil.
Além disso, as dez iniciativas receberão ainda um curso, na modalidade ensino à distância voltado para o empoderamento pessoal e econômico das mulheres rurais, notebook, acompanhamento e assistência técnica por meio da plataforma Rural Commerce de reconhecimento internacional e publicações nas instituições parceiras.
LITERATURA ESPANHOLA
Dando sequência a programação do dia, a comissão espanhola ainda visitou a Escola Estadual Capitão Silvio Farias, em Jaru. A instituição recebeu doação de livros da literatura espanhola da Embaixada da Espanha.
“Para fazermos essa doação é muito importante, pois a promoção do espanhol é um dos principais alvos que temos no Brasil, pois é rodeado de outros países que falam a língua espanhola. Ficamos felizes em contribuir para o ensino do espanhol nesta escola de Jaru”, afirma a ministra.
A coordenadora administrativo financeira da escola, Tatiane da Silva, ressaltou o benefício para o ensino dos estudantes de contar com um rico acervo espanhol. “Essa é uma escola de tempo integral, onde ofertamos vagas para até 350 estudantes e essa parceria com a Embaixada da Espanha foi muito importante para difundir a cultura espanhola entre os estudantes, pois muitos sonham se graduarem em faculdades localizadas em países de língua espanhola. Então, essa é uma parceria que enriquece os estudantes”.
VISITAS DIPLOMÁTICAS
A comissão espanhola já esteve presente no Palácio Rio Madeira – PRM, sede do Governo de Rondônia, visitou o Memorial Rondon, em Porto Velho, conheceu a piscicultura do Vale do Jamari e, em Jaru, conheceu as lavouras de cacau e um frigorífico moderno de carne bovina, como também conferiu o processo de transformação de matérias-primas rondonienses em cosméticos naturais, em Ouro Preto do Oeste.
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