Professor da UNIR publica pesquisa sobre jornalismo na Memory Studies
A discussão do artigo gira em torno do papel das produções jornalísticas digitais na constituição e na estabilização da história do golpe de 1964, quando completou 50 anos
A principal revista acadêmica mundial sobre os estudos da memória publicou o artigo de Allysson Martins, professor de Jornalismo e coordenador do MíDI na Universidade Federal de Rondônia (UNIR). A versão OnlineFirst do artigo "Digital productions in the 50 years of the 1964's coup d'etat" já está disponível para que os leitores interessados tenham acesso antes da incorporação do texto em edição própria do periódico científico.
A discussão do artigo gira em torno do papel das produções jornalísticas digitais na constituição e na estabilização da história do golpe de 1964, quando completou 50 anos. O trabalho deriva de parte da tese do professor, defendida na Universidade Federal da Bahia, e com uma parte do doutorado desenvolvida na França, no Centro Nacional da Pesquisa Científica (CNRS, em francês).
"Os jornais concebem o golpe e a ditadura militar como algo negativo e pernicioso para a história do país, com alguma complacência aos golpistas. Esses especiais, de modo geral, trazem um tom didático e histórico, como algo que o leitor deve aprender", explicou o pesquisador do MíDI na UNIR.
O golpe e a ditadura militar afetam até hoje a realidade brasileira. O país enfrenta há alguns anos um crescimento do negacionismo científico e do revisionismo histórico, que contribuem para o falseamento desse período. Em 2014, nos 50 anos da deposição do presidente João Goulart, os principais jornais brasileiros dedicaram um espaço para esclarecer aspectos sobre o mais importante acontecimento histórico recente do Brasil.
"A publicação do texto na revista acadêmica de maior alcance internacional para os estudos da memória leva para um público mundial um pouco da nossa história e o papel do jornalismo para sua constituição", afirmou Martins. Segundo o pesquisador, como muitos conceitos utilizados são de origem francesa e inglesa, precisou articulá-los e adaptá-los à realidade brasileira.
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