Professor e alunos do Instituto Carmela Dutra desenvolvem aplicativo para auxiliar no diagnóstico do TDAH

Dois alunos que participaram da Feira de Rondônia Científica de Inovação e Tecnologia (Ferocit), em 2017, Aldo Lery e Robert Willian, um desses portador de TDH, foram autores da ideia.

Texto: Aurimar Lima Fotos: EE Carmela Dutra
Publicada em 16 de maio de 2018 às 13:22
Professor e alunos do Instituto Carmela Dutra desenvolvem aplicativo para auxiliar no diagnóstico do TDAH

O aluno do ensino médio, Ruan Monteiro Azzi, desenvolve o projeto sob orientação do professor

Para estudantes com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) o ambiente escolar pode se tornar um vilão. Cleiton Araújo, professor do Instituto Estadual Carmela Dutra, em Porto Velho, e especialista em novas tecnologias começou um grupo de estudo com alunos para criar um aplicativo que auxiliasse no diagnóstico do transtorno.

Dois alunos que participaram da Feira de Rondônia Científica de Inovação e Tecnologia (Ferocit), em 2017, Aldo Lery e Robert Willian, um desses portador de TDH, foram autores da ideia.

No entanto, por serem alunos do último ano do ensino médio, cederam o trabalho para o aluno do 1 ano do ensino fundamental, Ruan Monteiro Azzi, sob orientação do professor.

O projeto de iniciação a pesquisa científica sob orientação do professor Cleiton ajuda na conscientização dos alunos com TDAH do tipo de prejuízo que o comportamento impulsivo pode trazer tanto para ele quanto para o grupo, além de ser necessário para instrumentalização e desenvolvimento de ações por parte dos profissionais da educação. A conscientização de ambos ajuda a criar um ambiente acolhedor e propicio para o ensino-aprendizagem com foco na educação inclusiva.

TDAHmente

Cleiton Araújo afirma que o aplicativo é uma ferramenta moderna que pode substituir os formulários utilizado por profissionais da educação, psicólogos e orientadores. Para ele é uma forma de  auxiliar no diagnostico do TDAH, inclusive com a participação do estudante. Cleiton alerta que o recurso não substitui o diagnóstico médico, mas após pesquisas, ele acredita que o método utilizado atualmente nas escolas da rede está ultrapassado e que não tem acompanhado a modernidade cientifica.

A ferramenta tecnológica pode ser usada no sistema android e já está disponível na PlayStore com o nome TDAHMENTE; também está disponível no site: http://tdahmente.com/. A metodologia usada foi baseada em pesquisas respaldas pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) 4 e 5, trata-se de um diagnóstico preliminar para auxiliar a comunidade escolar, mas que deve ter acompanhamento do profissional médico.

No Brasil, 4,4% das crianças e adolescentes com idade entre 4 a 18 anos, sofrem de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), aponta estudo realizado no ano de 2017 pelo Instituto Glia com 5.961 jovens de 18 Estados do País. Entre as crianças com TDAH, 58,4% não tinham o diagnóstico e só 13,3% tomavam medicação adequada. Por outro lado, 6,1% foram erroneamente diagnosticados e 1,6% tomavam remédio sem precisar.

Depois das pesquisas e construção do aplicativo, a ferramenta foi disponibilizada na internet para passar pelo processo de avaliação e aperfeiçoamento. Os autores inscreveram na Ferocit deste ano, e será inscrito em feiras e congressos para promover o uso e debate em torno da sua funcionalidade.

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