Projeto Asas do Saber, em Porto Velho, reinicia aulas em fevereiro, com 150 vagas para jovens que desistiram de estudar

A partir de 5 de fevereiro, a Escola de Ensino Fundamental e Médio Professora Lydia Johnson de Macedo, no bairro Costa e Silva em Porto Velho, reinicia as aulas do Projeto Asas do Saber, em tempo integral.

Texto: Montezuma Cruz Fotos: Jeferson Mota
Publicada em 29 de janeiro de 2018 às 10:19
Projeto Asas do Saber, em Porto Velho, reinicia aulas em fevereiro, com 150 vagas para jovens que desistiram de estudar

Aulas do projeto começaram em agosto de 2017, na Escola Lydia Johnson

A partir de 5 de fevereiro, a Escola de Ensino Fundamental e Médio Professora Lydia Johnson de Macedo, no bairro Costa e Silva em Porto Velho, reinicia as aulas do Projeto Asas do Saber, em tempo integral. Há 150 vagas disponíveis para alunos dispostos a concluir o Ensino Médio.

O projeto funciona com 22 professores concursados.

“Preferencialmente, contemplamos alunos com idades entre 15 e 19 anos, mas se ele tiver 20 ou mais também tem lugar garantido”, disse o diretor da escola, Alcir Tavares da Silva.

O protagonismo do jovem e o projeto de vida são dois grandes pilares para estudantes que haviam abandonado a escola. Procurados e cativados por professores e voluntários do projeto, eles voltaram, recebendo ajuda de custo de R$ 200 mensais [por aluno] e oportunidade de aprendizado de disciplinas não convencionais, entre as quais, teatro e arte circense.

Exigem-se os seguintes documentos: cédula de identidade (RG), declaração de escolaridade [histórico escolar], cópia de certidão de nascimento, CPF, comprovante de residência e uma foto 3 x 4. Menor de 18 anos deve apresentar o documento do responsável, que fará a matrícula. Se for beneficiário do Programa Bolsa Família, deve apresentar cópia do documento.

TRANSPORTE

Levantamento da escola revela que o maior número de alunos inicialmente matriculados em 2017 é dos bairros Orgulho do Madeira e Ulysses Guimarães. Eles dispõem de linhas de ônibus de segunda a sexta-feira, das 7h20 às 17h; café da manhã, almoço e lanche à tarde.

Por total desinteresse pelo modelo tradicional de educação e conflitos sociais, alguns deles estavam até seis anos fora da sala de aula.

Um dado alarmante: no País [quadro no final do texto], 1,7 milhão de jovens de 15 a 17 anos estão fora da escola, um pouco menos da atual população de Rondônia, que passa de 1,78 milhão de habitantes. Os dados são do Banco Mundial.

Ao lançar o projeto, em julho do ano passado, o governador Confúcio Moura demonstrou o quanto esse vazio é preocupante: “Eu vou buscar este aluno, que abandou a escola e está por aí, nas ruas ou em casa, zanzando”.

“DESGARRADOS”

Já este ano, o governador voltou a explicar o objetivo do projeto inovador, ao afirmar  que seu objetivo é “trazer para a escola aqueles alunos desgarrados, que saíram da escola, estão desmotivados, meninas que engravidaram, mães solteiras ou qualquer que seja a natureza e a causa da saída da escola”.

O diretor Alcir Silva disse que a condição essencial para a matrícula é a motivação: “A força de vontade e o querer são o primeiro passo”.

Confúcio Moura lembrou que o público do Asas do Saber é constituído por alunos “em busca de uma fantasia, alguma coisa no mundo”. “E nós os queremos na escola para estudar de uma maneira diferente, não aula com giz e quadro negro; é uma aula em grupo, com colegas e cursos de profissionalização”, explicou.

 RETRATO DO PAÍS

Segundo dados do Banco Mundial, o Brasil ocupa posições ruins nos principais rankings de avaliação e há risco de geração perdida.
16% dos alunos não completam o Ensino Médio e 52% não completam o Ensino Fundamental.
1,7 milhão de jovens de 15 a 17 anos estão fora da escola.
17% dos jovens de 25 a 34 anos se formam.
55% dos estudantes são reprovados em leitura e matemática.

GASTOS EM EDUCAÇÃO

O Brasil está quase na média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
4,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Média dos países da OCDE: 5,2%.
Ensino Fundamental: US$ 3.800 anuais por aluno. Média da OCDE: US$ 8.700.
Ensino Superior: US$ 11,7 mil por aluno. Média da OCDE: US$ 16.143.

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