Rebanho bovino rondoniense deixará de ser vacinado gradativamente a partir de 2018, diz técnico do Ministério da Agricultura
A meta é erradicar a febre aftosa no Brasil a partir de maio de 2018.
Com o sexto maior rebanho bovino brasileiro e exportador de carne para mais de 40 países, Rondônia passará ao status de estado livre de aftosa sem vacinação a partir de maio de 2018. “Todo rebanho precisa continuar sendo imunizado normalmente até que sinalizemos o fim da aplicação vacinal”, disse o veterinário Guilherme Figueiredo, diretor de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ao apresentar o Programa Nacional de Febre Aftosa (PNEFA) – Plano Estratégico 2017-2026, na quarta-feira (27), em Ji-Paraná.
A retirada gradual da vacinação, a partir do ano que vem, ocorrerá em 16 operações e 101 ações, que podem ser conferidas no endereço eletrônico do Plano Estratégico. O objetivo é que em 2019 nenhum bovino seja mais vacinado.
Para tanto, o planejamento estratégico elaborado pelo Mapa obriga mudanças nas legislações federal e estaduais, mais melhoramento na educação sanitária, entre outras ações, por exemplo. “Estamos na fase preparatória da erradicação”, pontuou Guilherme Figueiredo, adiantando que o anúncio oficial da largada para aplicações do planejamento estratégico ocorrerá no dia 23 de outubro, em Porto Velho, e envolverá representantes do Acre, que também é parte na política de erradicação da doença.
Atualmente, Rondônia é livre da doença, mas com vacinação. “A transição de categoria para ‘sem vacinação’ favorece o ganho de preço na arroba do boi gordo e amplia a exportação de carne”, citou o governador em exercício, deputado Maurão de Carvalho, ao prestigiar a apresentação do Plano Estratégico a pecuaristas da região Central. “Relatórios da Idaron revelam que o rebanho bovino está 100% vacinado”, destacou Maurão de Carvalho, referindo ao órgão estadual que monitora o rebanho de aproximadamente 14 milhões de cabeças.
O presidente da Associação Rural de Rondônia, de Ji-Paraná, o pecuarista Sérgio Ferreira, defende o produtor e avalia a iniciativa como positiva. “O produtor está sempre pronto pra fazer a parte dele. O sucesso da retirada da vacinação depende da aplicabilidade bem sucedida das estratégias apresentadas”, frisou Ferreira, em nome de associações e cooperativas da região.
Para o presidente da Idaron, Anselmo de Jesus, o maior desafio para a Agência de Defesa Sanitária é a reestruturação do órgão conforme os indicativos do planejamento estratégico do Mapa. “Fazemos divisas com outros três estados e fronteira com a Bolívia”, ressaltou.
A proposta do Mapa, que já trabalha a erradicação da febre aftosa no País há 60 anos, é erradicar a doença em todo território nacional. O primeiro registro da doença no Brasil foi em 1895, em Uberaba (MG). Santa Catarina erradicou a doença no ano 2000, o primeiro estado brasileiro. Em Rondônia, a vacinação ocorre há 15 anos.
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