Reforma trabalhista trouxe mais competitividade à indústria brasileira, diz especialista
Regulamentação de novas formas de trabalho foi importante em meio ao contexto de produção industrial mais eficiente e tecnológico, acredita William Baghdassarian
A reforma trabalhista completa cinco anos em 2022. E embora especialistas digam que é cedo para avaliar todos os impactos de uma reforma desse calibre, as alterações de algumas regras da relação entre patrões e empregados já trouxeram benefícios para o setor produtivo brasileiro. Um dos mais importantes foi favorecer a competitividade das indústrias e de outros setores da economia, acredita o economista William Baghdassarian, professor do Ibmec Brasília.
Considerada como um dos principais gargalos do chamado Custo Brasil, a rigidez da legislação trabalhista brasileira se modernizou com a Lei 13.467, de 2017. Entre as principais alterações da reforma trabalhista estão a prevalência do negociado sobre o legislado e a regulamentação do trabalho autônomo e do teletrabalho, ou home office, e do trabalho intermitente.
Essas formas de trabalho que não estavam contempladas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ajudam a refletir com mais clareza o contexto de produção industrial mais eficiente e tecnológico que o mundo vive, e do qual a indústria brasileira estava ficando para trás, diz Baghdassarian.
“Ela [reforma trabalhista] veio muito ajustada para essa Indústria 4.0. A gente não vende mais, principalmente profissões mais sofisticadas, disponibilidade de trabalho. Você vende trabalho. Pega, por exemplo, um trabalhador de informática. O chefe dele não está preocupado se ele vai ficar oito horas por dia na empresa. Está preocupado se ele vai entregar o aplicativo”, avalia.
“Nesse contexto de profissões mais estruturadas faz todo sentido você ter uma forma de trabalho mais simplificada que vem com a questão do trabalho intermitente, do home office, a questão do nômade digital, que é um cara que trabalha em qualquer lugar do mundo. Tem uma série de profissões que estão muito ligadas a isso”, completa.
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Segurança jurídica
A prevalência do negociado entre empresas e funcionários sobre o que está na legislação trabalhista ajudou a trazer segurança jurídica para os empregadores, analisa William. Isso se refletiu na redução de ações trabalhistas no Brasil, que caíram 43% entre 2016 e 2021, segundo dados do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O economista diz que a flexibilização fez diferença, sobretudo, durante a pandemia da Covid-19, em que a atividade econômica sofreu restrições de funcionamento.
“Pensa em uma indústria que ficou parada durante um tempo e que o sindicato dela fez um acordo coletivo de trabalho e disse o seguinte: ‘olha, durante a pandemia a gente vai aceitar trabalhar menos, a gente vai aceitar algum tipo de redução’. Esse tipo de acordo só foi possível porque as empresas acreditavam que o judiciário não iria se manifestar contra isso”, acredita.
Adotado pelo Executivo como forma de preservar os postos de trabalho durante a pandemia, o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda permitiu que patrões e empregados acordassem a suspensão ou redução de jornada e salário dos contratos de trabalho. De acordo com o Ministério da Economia, o programa ajudou a manter 11,5 milhões de empregos em 2020 e 2021.
Paulo Sérgio Farripas, advogado especialista em direito do trabalho, destaca que a pandemia da Covid-19 impediu mensurar todos os efeitos da reforma trabalhista, mas que a nova legislação conseguiu antecipar algumas situações, como o teletrabalho.
“Pouco tempo após a vigência da lei, mais precisamente em março de 2020, ou seja, pouco mais de dois anos, ocorreu o início da pandemia, e todas as medidas legislativas urgentes foram implementadas para contornar a situação. O período da pandemia intensificou a utilização do aparato tecnológico, fomentando o teletrabalho”, avalia.
Modalidades de trabalho
Ao regulamentar o teletrabalho, por exemplo, a reforma trabalhista permitiu que, durante o pico da pandemia, as empresas continuassem funcionando ainda que os funcionários estivessem trabalhando de suas casas, por exemplo. Isso ajudou a manter empregos, destaca o economista.
Já no que diz respeito ao trabalho intermitente, que se caracteriza por alternância de períodos de atividade e inatividade, a reforma permitiu a formalização desses trabalhadores, pois garantiu direitos trabalhistas, como o FGTS, 13º salário, férias e acesso à Previdência Social.
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Comentários
claro, tudo aquilo que gere ganhos BILIONÁRIOS para os empresários, e que traga PERDAS DE DIREITOS TRABALHISTAS, MAIS HORAS DE TRABALHO e REDUÇÃO SALARIAL, É A GLORIA DO PENSAMENTO E ATENDE AOS INTERESSES UNICAMENTE DOS EMPRESÁRIOS; se o NEGOCIADO PREVALECE SOBRE O LEGISLADO, PARA QUE MERDA SERVE A LEGISLAÇÃO??????? LETRA MORTA!!!!! piada pronta: um país que tem LEGISLAÇÂO TRABALHISTA, MAS QUE NADA VALE, É PIADA RISÍVEL!!!! em quantos TRABALHOS INTERMITENTES TENHO QUE TRABALHAR PARA TER UM SALÁRIO DIGNO????? e o meu DESGASTE FÍSICO E EMOCIONAL??? como fica minha APOSENTADORIA, tudo indica que essas QUESTÕES NÂO INTERESSA A EMPRESA.... bom os empresários TERÃO GANHOS BILIONARIOS.... finalizando, o autor diz que " houve beneficios para o setor produtivo", MUITO BOM.... para os trabalhadores qual FOI O BENEFÍCIO????? sim, os trabalhadores também tiveram BENEFÍCIOS, AUMENTARAM A PRODUÇÃO, MAS COM SALÁRIOS REDUZIDOS... DESENVOLVIMENTO ECONOMICO NÃO É DESENVOLVIMENTO SOCIAL...basta olhar os relatórios do IBGE, para constatarmos que na pandemia os ricos ficaram MAIS RICOS E OS POBRES MAIS POBRES... NO BRASIL NÃO HÁ NEM JUSTIÇA SOCIAL NEM DISTRIBUIÇÃO DE RENDA, MAS SIM ACUMULAÇÃO DE RIQUEZA PELOS EMPRESÁRIOS... EXPORTAMOS CARNE PARA OUTROS PAÍSES, OS BRASILEIROS QUE COMAM OSSOS OU PROCURE AS LATAS DE LIXO.... 33 MILHOES PASSANDO FOME... ISSO NADA PREOCUPA OS EMPRESÁRIOS....
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