Resenha Política, por Robson Oliveira

LIDERANÇAS - As novas lideranças que surgiram nos últimos anos em Rondônia revelam mudanças substanciais nas eleições

Robson Oliveira
Publicada em 30 de janeiro de 2024 às 17:49
Resenha Política, por Robson Oliveira

AGASTADO

Por todo o ano passado os extremados tentaram a qualquer custo acuar o senador Confúcio Moura (MDB), especialmente nas plataformas digitais, por ele não expressar publicamente (nem reservadamente) ódio ao governo de Luís Inácio da Silva. Único político rondoniense com mais de dois neurônios em processo efetivo de ebulição intelectual, Moura, embora conservador em várias matérias de cunho ideológico, é um democrata convicto e tem experiência acumulada ao longo do tempo em conviver com as mais diferentes posições políticas sem expressar qualquer conduta de rancor ou discriminatória. Mesmo sendo tolerante com posições diversas, anda agastado com alguns membros do MDB em razão de posições políticas exacerbadas que somente realimentam a atual radicalização ideológica e nada constroem para a pacificação política.

ATIVO

O senador emedebista está bem ativo nos bastidores construindo pontes entre as mais diversas lideranças municipais para reunir os diferentes numa proposta comum que prime pela democracia, tolerância e desenvolvimento rondoniense. Pelas movimentações nos bastidores, Confúcio Moura está longe de pegar o pijama, deixar a política e cuidar apenas dos netinhos. Lúcido em intuir para que lado o vento sopra, atua com maestria para reunir as forças de oposição estadual de olho nas eleições rondonienses de 2026.

PAPO

No final da semana passada, em Porto Velho, o senador Confúcio Moura teve um longo papo com o professor universitário Vinícius Miguel e o incentivou a insistir numa candidatura na capital para que novas lideranças possam continuar renovando os quadros políticos de Rondônia e que contribuam com suas experiências profissionais na melhoria da boa política. Vini ouviu a velha raposa com atenção de um bom aluno, mas com a astúcia de um militante escolado.

LIDERANÇAS

As novas lideranças que surgiram nos últimos anos em Rondônia revelam mudanças substanciais nas eleições 26.  Adailton Fúria (prefeito Cacoal), Hildon Chaves (prefeito capital), João Gonçalves (prefeito de Jaru), Fernando Máximo (deputado federal), Marcelo Cruz (presidente da ALE), são nomes que vão ser decisivos nas eleições municipais e as estaduais. Confúcio Moura (senador) e Ivo Cassol (deverá estar elegível) são nomes fortes do passado, ainda rijo no presente que devem influir no futuro das eleições. É bom registrar que o atual governador Marcos Rocha, apesar de se manter longe dos grupos partidários, de sonso não tem nada e tende a também influir nos destinos políticos rondonienses.  Embora na próxima disputa (possivelmente Senado) Rocha não poderá dispor da mesma estrutura de poder nem continuar repetindo apenas os mesmos bordões que o catapultaram aos dois mandatos governamentais.

ARDILOSO

Não havendo nenhuma pedra no meio do caminho (leia-se aí jurídico) o prefeito de Cacoal, Adailton Fúria, é favoritíssimo para mais um mandato numa região politicamente importante aos planos de todos os aspirantes para os cargos majoritários de 2026. Além de bem avaliado para prefeitura este ano, é um político ardiloso o suficiente para alçar voos maiores nas eleições estaduais de 26. Razão pela qual o chamam de Fúria.

UNGIDO

Em contato com a coluna o deputado federal Coronel Crisóstomo (PL) informou que é o único pré-candidato a prefeito de Porto Velho genuinamente de direita, e que será ungido pelo espectro do clã Bolsonaro. A coluna não sabe se o parlamentar combinou com os “russos”.

DELAÇÃO

Surgiram na mídia alguns comentários que o “Homem do tempo”, William Ferreira, estaria propenso a dedurar a entourage golpista que teria financiado a ida de vândalos rondonienses para depredarem os poderes em Brasília, naquele malfadado 8 de janeiro. Caso estes comentários sejam verdadeiros, cai por terra a tese dos apoiadores dos golpistas que alegavam inocência de William nos atos terroristas na capital federal. Só há deleção de quem se reúne em bando para o cometimento de crime. Aliás, este tem sido um instrumento (deduragem) bem usual entre os extremistas da direita. A chibarrada berra apenas com alguns dias de sol quadrado. Bem diferente da cabritada da esquerda.

TOC TOC

A peça publicitária sobre a visita de agentes comunitários do Governo Federal com “toc, toc, toc” veiculada no mesmo dia que a Polícia Federal cumpriu decisão do STF de busca e apreensão na casa do filho 03 de Bolsonaro, Carlos, é de péssima qualidade e revela o ódio revanchista de setores do petismo, repetindo os mesmos erros do governo Bolsonarista. Utilizar-se da máquina pública para tripudiar dos desafetos não é correto, nem republicano. O estado é impessoal. Não é a personificação de quem está momentaneamente respondendo pelo governo. Ademais, espezinhar em decisão penal, mesmo contra o inimigo, não é coisa de gente civilizada. Alguém tem que fazer um “toc, toc, toc” na cabeça dos aloprados para lembrá-los que um dia este toque já soou em suas portas.

GRAMPO

Não é nova a bisbilhotagem nas entranhas governamentais e nas relações privadas. Mesmo sendo ilegal e imoral, a grampolândia com o uso indevido destas engenhocas sob a justificativa de que os meios justificam os fins para desvendamento de crimes é repulsiva. Merece ser combatida energicamente pelas instituições, embora não raro elas (instituições) são desidiosas com essas práticas. Apesar de governo novo, as práticas ilegais clandestinas continuam velhas.

AUDITAGEM

Anos atrás um entrevero entre um Secretário de Segurança Pública e o Ministério Público expôs divergências do suposto uso indevido dessas engenhocas em suspeitas de bisbilhotagem. Na mídia o assunto veio a público. No entanto, em privado, nada que foi dito foi apurado. Ficou o dito por não dito e nenhuma auditagem nas engenhocas seguiram em frente, embora sugerida na época.

GUAJARÁ

A coluna está aguardando documentos suplementares para abordar sobre os fatos que ensejaram o afastamento judicial da prefeita de Guajará-Mirim, Raissa Bento, do MDB. Na próxima coluna, após análise apurada dos fatos, faremos considerações à situação que ainda não foram abordadas em todo o processo de afastamento.

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