Resenha Política, por Robson Oliveira
NEGOCIAÇÕES - Nesta terça-feira, pela manhã, Vini Miguel (PSB) e a direção do PT voltaram a se reunir para avaliar os cenários das candidaturas do campo progressista
NUVEM
Não é segredo para ninguém mais atento na política que o país continua dividido no espectro ideológico de direita e esquerda, mas novas pesquisas devem aparecer nos próximos dias indicando uma melhora na avalição do Governo Federal.
CÉU
Em bate papo descontraído com um dono de uma grande agência famosíssima de publicidade que atua em todo o país, este cabeça chata foi informado de que a avaliação governamental tem reagido de forma gradativa e vai influenciar nas eleições municipais das principais capitais em que houver segundo turno. Trocando em miúdos: quem acha que o discurso extremado será preponderante nas eleições municipais, que ponha as barbas de molho. Já ensinava o velho senador mineiro Magalhães Pinto: “política é como nuvem. Você olha ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”.
TEMPESTADE
Em Porto Velho, por exemplo, esta máxima dita pelo “coronel” mineiro cai que nem luva. Não tem sido raro o eleitor da capital optar por votar em um candidato fora das grandes articulações feitas pelos mandatários de plantão, elegendo um azarão. E nuvem que aparentemente estaria clareando um candidato, vira em minutos uma tempestade. Foi o que ocorreu com Hildon Chaves, sete anos atrás.
CONTRARIANDO
Quem analisa sem paixões as eleições porto-velhenses sabe antecipadamente que o homem médio residente neste colégio eleitoral é um cidadão criterioso na escolha do prefeito. Os últimos dias de campanha sempre são cruciais para todos os comitês, uma vez que ocorre um movimento espontâneo e silencioso em direção a uma candidatura que, eventualmente, não é necessariamente aquela mais festejada pelas pesquisas de opinião. O eleitor é livre na sua escolha, especialmente o de Porto Velho que adora contrariar os institutos e o senso comum.
PESQUISA
Isto não significa que os institutos erram em todas as projeções divulgadas. Não existe campanha sem números que possam orientar o rumo que o candidato deva seguir na busca da vitória. A pesquisa é um instrumento fundamental e indispensável nesta caminhada. O problema é que a projeção feita em um dia pode mudar no outro e a pesquisa tabulada na “boca da urna”, aquela que é a mais assertiva, somente tem a divulgação autorizada após as urnas lacradas. Vem daí a confusão. É óbvio que estes números nunca batem com os números anteriormente divulgados, visto que é outro cenário, outra retratação de realidade. Conheço jornalista experiente que também confunde projeção com resultado. Pensa que pesquisa é número exato. Daí abrem o peito para falar a lorota que os institutos erram. E erram, mas não da forma como falam.
SUOR
Hildon Chaves, por exemplo, na última campanha, tomou um susto nos últimos três dias da campanha da vereadora Cristiane Lopes, uma adversária que a entourage do prefeito ridicularizava, e foi obrigado a sair do conforto do ar-condicionado para suar a camisa nas ruas da capital, escoltado por dezenas de máquinas pesadas e três usinas de asfalto.
DESDENHO
As poucas vezes em que Chaves me ligou naquela campanha repetia o bordão de que venceria a vereadora no primeiro turno. Lembro muito bem a reação intempestiva dele quando avisei que seria um segundo turno duro e difícil. Além de desdenhar do que falei, somente voltou a me ligar na última semana da campanha quando a vereadora o fez suar a camisa e colocar em perigo a reeleição.
REFORÇO
No primeiro turno daquela disputa ajudei na campanha franciscana de Vinícius Miguel, que não foi ao segundo turno contra Hildon por falta de 1.700 votos, senão esta história contada agora poderia ser outra. Na véspera da votação, Chaves convidou Vini para avisar que os dois iriam ao segundo turno, conforme monitoramento do seu comitê. Foi um papo reto, respeitoso com ambos prometendo um segundo turno sem agressões pessoais. Mas Cristiane Lopes ultrapassou Vini com o reforço que recebeu do então deputado federal Léo Moraes.
NEGOCIAÇÕES
Nesta terça-feira, pela manhã, Vini Miguel (PSB) e a direção do PT voltaram a se reunir para avaliar os cenários das candidaturas do campo progressista. O acordo ainda não saiu, embora as possibilidades de uma candidatura única deste campo político comecem a ser uma realidade. Os petistas não impuseram o nome de Fátima Cleide (mesmo ela sendo unanimidade no partido) como óbice para um entendimento, mas exigem sinalizações do PSB para as eleições estaduais. As negociações deverão continuar até a próxima semana quando as legendas que formam as esquerdas decidirão sobre o anúncio do ungido. No momento, Vini é entre os candidatos especulados o que tem mais possibilidades de êxito.
CONVERSAÇÕES
Vini (PSB) conversou no final de semana também com Léo Moraes (PODEMOS). Segundo a coluna apurou, houve um papo superficial sobre a união entre os dois com o agendamento de retomarem a conversa neste final semana. Ambos sabem que coligados são muito mais fortes do que separados. Na hipótese da união entre as legendas das esquerdas, as oposições voltariam a sentar na mesa no segundo turno. Nada é definitivo, nem mesmo no chapão governista, uma vez que mudanças podem ocorrer dependendo das uniões.
MDB
Os emedebistas estão mantendo o nome da magistrada aposentada Euma Tourinho como candidata a suceder Hildon Chaves. É uma decisão que passa por William Pimentel, Lúcio Mosquini e Confúcio Moura. O triunvirato é quem deverá bater o martelo independentemente da vontade dos dirigentes municipais.
REVIRAVOLTA
O Supremo Tribunal Federal formou maioria para mudar o cálculo da distribuição das vagas para os cargos proporcionais. A decisão de mérito retroage às eleições de 2022, o que significa mudanças na atual composição da Câmara Federal. Aliás, esta coluna foi a primeira a abordar a matéria em Rondônia, antes mesmo das diplomações, após uma ação interposta pelo advogado Cássio Vidal no Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia requerendo a vaga para Rafael Fera. O TRE rondoniense fulminou o pedido, mas a tese foi albergada pelo Tribunal Superior Eleitoral por um outro requerido de estado diverso ao nosso. A reviravolta põe Fera no jogo eleitoral mesmo ainda inelegível.
ARIQUEMES
Enquanto Rafael Fera (PODEMOS) não recupera a elegibilidade, as eleições municipais de Ariquemes estarão mais para a atual prefeita Carla Redano. Recuperando, é candidato a prefeito, e a reeleição de Carla Redano passa a ser ameaçada. Apesar da coluna avaliar a gestão da prefeita bem mais exitosa do que muitos dos eleitores ariquemenses.
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