Um ato organizado por órgãos da prefeitura do Rio de Janeiro reunirá hoje (17) militantes lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs) nos arredores da Cinelândia, em uma localidade próxima à Câmara Municipal que foi batizada de Quarteirão Cultural Marielle Franco. A manifestação começa por volta de 18h e marca o Dia Internacional de Combate à LGBTfobia - o preconceito contra LGBTs.

A programação lembrará os nove casos de LGBTs mortos este ano no Rio de Janeiro, segundo o Grupo Gay da Bahia, incluindo a vereadora Marielle Franco (PSOL) e a universitária Matheusa, e terá atividades teatrais, musicais, performance de drag queens, instalações e DJs do cenário LGBT+ carioca.

O coordenador de Diversidade Sexual da prefeitura, Nelio Giorgini, disse que o cenário preocupa, apesar de os dados para o estado do Rio registrarem menos mortes que no ano passado, quando 13 LGBTs já tinha sido assassinados até maio. Ele afirmou que o registro de queixas e a busca de LGBTs por ajuda na coordenadoria aumentou de 18 para 30.

"São tanto casos de violência mais subjetiva, como a psicológica e social, quanto casos de violência objetiva, na forma de agressão corporal", disse ele, que destacou o assassinato de Marielle como um crime contra o Legislativo e a representação política de LGBTs. "A vida da Marielle não vale mais, mas ela representa o Legislativo ceifado. Nenhum de nós pode esquecer disso. Tivemos uma representante que foi ceifada, e falar disso é uma obrigação".

O evento contará com apresentação das drag queens Negriny Venture e LuByLu, da dançarina trans de dança do ventre Raffaela Antunes e do grupo de vogue Lua House Of Cazul. As secretarias municipais de Cultura e de Saúde também promovem o evento, que é gratuito e aberto. "Todos estão convidados a participar. Candomblecistas, evangélicos, heterossexuais, pessoas cis", enfatizou Giorgini.