RONDÔNIA: A EDUCAÇÃO, O SUAMYSMO E AS PREBENDAS...
A nomeação da ex-vereadora de Porto – Velho, Cristiane Lopes, para o cargo de Secretária-adjunta da educação evidencia uma dessas medidas descabidas que nem mesmo o suamysmo consegue explicar
A pandemia provocada pela covid-19, que tomou conta de todos os continentes, vai provocar um estrago sem precedentes no sistema educacional dos países mais atingidos pela doença, como é o caso do Brasil. Todavia, quando as coisas começam a ficar mais calmas, em função da vacinação das populações de todas as nações, os governantes começaram a adotar medidas administrativas, pedagógicas e políticas, visando reparar os danos e buscar amenizar os prejuízos que jamais serão sanados em sua totalidade. No estado de Rondônia, porém, o governo do coronel Marcos Rocha adota medidas claramente contrárias ao progresso educacional e conduz o estado para o caos. A nomeação da ex-vereadora de Porto – Velho, Cristiane Lopes, para o cargo de Secretária-adjunta da educação evidencia uma dessas medidas descabidas que nem mesmo o suamysmo consegue explicar...
Inicialmente, cabe registrar que não se trata de nenhuma perseguição contra a secretária, mesmo porque ela jamais atuou no setor de educação em Rondônia e sua única experiência neste ramo deve ter sido quando cursava jornalismo, poucos anos atrás. Não posso falar sobre a atuação da minha colega no jornalismo, porque descobri que ela é jornalista vendo seu currículo divulgado durante as eleições de 2020. Inicialmente, imaginei que ela fosse pastora, terrivelmente evangélica, e fiel da igreja frequentada pelo coronel em períodos eleitorais. Não! Nossa secretária-adjunta é jornalista e teve expressiva votação nas últimas eleições, quando disputou a prefeitura da capital contra um grupo político muito sólido. Aliás, quero deixar bem claro que este texto não tem nenhuma intenção de subestimar minha nova chefe, mesmo porque espero poder pegar aula com ela, sobre jornalismo, algum dia na vida. Agora, a pasta da educação não pode ser usada como objeto de brinquedo eleitoral do governador ou de seu grupo, dessa maneira. Em Rondônia, existem cerca de 15 mil professores da ativa, grande parte deles evangélicos muito mais praticantes do que a pastora Cristiane Lopes. Entre esses professores, há muita gente qualificada tecnicamente, politicamente e pedagogicamente para ocupar o cargo de secretária da educação. Com todo respeito à pastora e ex-vereadora, mas a decisão do Coronel do Pé Quebrado é uma tremenda falta de respeito aos professores de carreira desse estado...
A pastora Cristiane Lopes, embora não seja professora e não tenha nenhum vínculo com a educação, não tem o histórico de queimar livros na fogueira da inquisição, como fez o titular da pasta, nos primeiros dias de mandato. Entretanto, a experiência de ser apenas militante de igreja não serve de parâmetro para ocupar um cargo como a educação. Essas prebendas ou sinecuras não podem ser brindes eleitorais. Em todas as pesquisas que fiz para descobrir quem é Cristiane Lopes, constatei que os únicos critérios que a levaram ao novo cargo são: ser terrivelmente evangélica, ter conseguido 92.015 votos na capital do estado, nas últimas eleições, e não ter muita simpatia pelo suamysmo. Mas o Coronel do Pé Quebrado não precisava colocar minha colega de jornalismo nesta saia justa. Bastava enviar para a Assembleia Legislativa de Rondônia um projeto de reforma administrativa, criando o cargo de Secretária de Assuntos Religiosos e nomear dona Cristiane com a mesma prebenda de Secretário de Educação. Certamente o projeto seria aprovado com 24 votos. Seria menos vexatório...
Agora, convenhamos! Apesar de Dona Cristiane não possuir nenhuma relação com a área de educação, a nomeação dela é muito sugestiva. A decisão do governador pode ter sido fundamentada no fato de que somente com muita oração é possível consertar os danos do suamysmo na SEDUC. Até hoje, os professores estão pagando para produzir aulas remotas e o secretário de educação não teve a capacidade de buscar um meio para resolver isso. Assim que foi publicado o decreto que suspendeu as aulas presenciais, em março de 2020, o secretário disse numa “live” que estudava um meio para restituir os professores. Neste caso, somos obrigados a pensar que ele é muito fraco de estudos, ou era apenas colóquio flácido para acalentar bovino. Quem sabe, com as orações de Dona Cristiane, o secretário consiga recuperar a memória e cumprir as promessas que fez aos professores. Quanto ao Coronel do Pé Quebrado, não se pode esperar muita coisa dele. Quando os policiais militares cobravam do governador as promessas para a classe, ele queria nomear um coronel da reserva para comandar a Polícia Militar. No caso da educação, ele foi mais longe. Caso ele tivesse optado por uma professora aposentada, seria melhor do que escolher uma secretária apenas por que teve mais de 90 mil votos...
Aliás, já que os critérios de Marcos Rocha para a educação são apenas eleitorais, Dona Cristiane Lopes deveria ser titular da pasta, porque o professor Suamy Lacerda dificilmente conseguira 92.015 votos algum dia em Porto-Velho. No caso de Dona Cristiane Lopes, caso ela fosse eleita prefeita da capital e nomeasse o secretário municipal de educação pelo critério religioso ou eleitoral, estaria prestando um desserviço à educação. Quando Confúcio Moura fez um áudio e mandou o coronel procurar o Mercado do 01 para comer uma tapioca, estava claro que ele não conhecia o estado. Dona Cristiane pode ser a melhor pastora de Porto-Velho, pode ser a melhor jornalista do Brasil; pode ter sido a melhor vereadora da capital, mas nada disso a credencia para ser secretária de educação em nosso estado. Caso algum dia ela seja nomeada para ocupar o cargo de titular da SECOM/RO, tenho que admitir como uma nomeação adequada, mas, por enquanto, sou a obrigado e afirmar que Marcos Rocha está brincando de fazer educação e privilegiando o fanatismo... Tenho dito!!!
FRANCISCO XAVIER GOMES
Professor da Rede Estadual e Jornalista
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Comentários
As "igrejas evangélicas", transformaram os púlpitos em balcão de negociatas politiqueiras; é indecente e imoral como as "igrejas evangélicas" hoje não passam de currais eleitorais; são os verdadeiros vendilhões dos templos; buscam muito mais os tesouros e poderes da terra que o Reino dos Céus; como bem está escrito os "templos evangélicos" são suntuosos e bem caiados por fora, mas por dentro são verdadeiros ossuários de podridão espiritual!!!
JÁ VIMOS QUE "CRENTE " E PULIÇA NO PODER NÃO DÁ MUITO CERTO....CONFUNDEM ALHOS COM BUGALHOS A EXEMPLO DO MINISTRO DA EDCUAÇÃO QUE DIZ QUE ESTÁ NO CARGO COM TEOR ESPIRITUAL E OUTRO EXEMPLO É O presidente BOSTONARO, QUE QUER SER O DONO DO BRASIL A TODO CUSTO,...ENTÃO FICA A DICA.
A nomeação da ex-vereadora que votou contra o quinquênio para os professores municipais, desde já, nos deixa de orelha em pé. Como se já não bastasse os gestores de escolas que estão transformando nossos prédios em igrejas evangélicas, agora, temos uma terrivelmente evangélika a comandar nossa educação. A tendência é piorar, em todos os sentidos. Rondônia faliu.
Uai, mas não foi o próprio secretário Suammy quem disse que não precisava de adjunto?? Aliás, ele ficou sem um por 2 anos.... Tudo é conveniência!!1
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