'Sejam mensageiros da vida em tempos de morte', diz o papa

Papa Francisco pediu também o fim das guerras

Agência Reuters - Vaticano/Foto: REUTERS / Remo Casilli
Publicada em 12 de abril de 2020 às 09:41
'Sejam mensageiros da vida em tempos de morte', diz o papa

O papa Francisco fez um apelo para que as pessoas "não cedam ao medo" e se concentrem em uma "mensagem de esperança" durante uma missa na véspera do domingo de Páscoa, em uma Basílica de São Pedro vazia, em meio à pandemia de coronavírus. Ele também pediu o fim das guerras.

A cerimônia, que normalmente acontece em uma igreja lotada com dez mil pessoas, foi assistida por apenas duas dezenas, incluindo alguns assistentes de altar e um coro menor que o normal. Por causa do coronavírus, a celebração foi alterada, deixando de lado ações tradicionais, como o batismo de convertidos adultos e uma longa procissão no corredor principal da basílica.

O papa Francisco fez, durante a celebração neste sábado, uma comparação entre o trecho do Evangelho em que se relata a passagem em que o túmulo de Jesus é encontrado vazio no dia em que os cristãos acreditam que ele ressuscitou dos mortos e o estado incerto do mundo hoje por causa da pandemia de coronavírus.

"Também havia medo do futuro e tudo o que precisaria ser reconstruído. Uma memória dolorosa, uma esperança abreviada. Para eles, como para nós, era a hora mais sombria", disse o papa em sua homilia.

Em países de todo o mundo, os católicos acompanharam o serviço papal ou missas rezadas por padres em suas próprias igrejas vazias e transmitidas pela televisão ou pela internet.

"Não tenham medo, não cedam ao medo: esta é a mensagem da esperança. Hoje é endereçada a nós. Essas são as palavras que Deus nos repete nesta mesma noite", disse o pontífice.

O papa Francisco encorajou as pessoas a serem "mensageiros da vida em tempos de morte", novamente condenando o comércio de armas e exortando aqueles em melhor situação a ajudar os pobres.

"Vamos silenciar os gritos de morte, sem mais guerras! Que possamos parar a produção e o comércio de armas, pois precisamos de pão, não de armas", disse Francisco.

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