Sejamos ateus e alcoólatras!

Decididamente o álcool é bom, já que fornece calorias para o nosso organismo enquanto não ter uma religião nos livra de problemas como o dízimo e da vontade de ir para o céu depois da morte

Professor Nazareno*
Publicada em 07 de dezembro de 2019 às 11:04
Sejamos ateus e alcoólatras!

Para muitas pessoas, o fato de alguém não acreditar em Deus ou simplesmente ingerir bebidas alcoólicas pode ser visto como defeitos imperdoáveis do ser humano. Mas pode ser engano se levarmos em consideração algumas circunstâncias envolvendo essas duas ações tão comuns a nós mortais. Esses dois adjetivos podem ser “do bem” desde que vistos, digamos, por outro lado mais otimista. “Encher a cara” e “tomar umas e outras” não pode ser pecado, já que o primeiro milagre atribuído a Jesus Cristo foi exatamente o de, numa festa na Galileia, transformar a água em vinho. E se era vinho mesmo, como muitas pessoas acreditam e fazem questão de divulgar, devia ter álcool, pois sem essa “santa” substância não seria vinho e sim, apenas suco de uva. Embora alguns evangelistas como Mateus, Marcos e Lucas tenham sempre negado isso. 

O álcool não pode ser assim tão prejudicial ao nosso organismo como muitos ainda pensam. Sob o ponto de vista da lógica, leis secas nem deveriam existir. Pessoas sóbrias já cometeram mais imbecilidades e tolices do que muitos bêbados: à exceção talvez do russo Boris Yeltsin, que outro chefe de Estado declarou guerra a outro país quando estava bêbado? Todos estavam perfeitamente sóbrios. E quando Harry Truman, ex-presidente dos Estados Unidos, ordenou o bombardeio atômico ao Japão já derrotado durante a Segunda Guerra Mundial, certamente não estava bêbado também. Talvez se tivesse tomado uns “drinques” antes, o massacre desnecessário de civis inocentes em Hiroxima e Nagasaki tivesse sido evitado. Eu, por exemplo, não consigo produzir textos depois de tomar umas cervejas. Sempre estou sóbrio quando escrevo. Alguém acredita? 

Em relação ao ateísmo, é incrível a coincidência, mas dos cinco países em que há o maior número de ateus em suas populações encontram-se a Suécia, a Dinamarca, a Noruega e o Japão. São nações que dispensam qualquer comentário em relação ao nível cultural, qualidade de vida, paz, progresso e desenvolvimento de suas sociedades. Já na outra ponta da lista, a dos países “mais religiosos” do mundo, está o Egito (que há pouco esteve envolvido numa guerra civil), Bangladesh, Indonésia, Serra Leoa e República do Congo (ex-Zaire). Enfim, quanto mais religiosos forem os habitantes de um país, mais pobre ele tende a ser. E quem diz isso é uma pesquisa feita pelo Instituto Gallup em 114 países e que foi divulgada recentemente. De certa maneira, segundo o Gallup, a religião leva ao preconceito, à intolerância, às disputas, à fome, à guerra...

Se ateísmo e alcoolismo forem qualidades negativas, o que leva um político, cristão e abstêmio por opção, a “meter a mão” no dinheiro público? Em Rondônia, seguindo-se este raciocínio totalmente equivocado, os muitos e incontáveis ladrões do Erário deviam ser todos ateus e alcoólatras e os prédios das Câmaras de Vereadores e da Assembleia Legislativa seriam lugares “quase santos” e alvo de romarias e procissões. No PT, será que há algum militante que gosta de ir à igreja e depois voltar para casa e ficar pensando em como ajudar os outros? Depois da liberdade do Lula, conheço muitos petistas que encheram a cara e fizeram churrasco com “a cara carne do povo”. Decididamente o álcool é bom, já que fornece calorias para o nosso organismo enquanto não ter uma religião nos livra de problemas como o dízimo e da vontade de ir para o céu depois da morte. Lá deve ser muito ruim, pois é para onde vão os políticos: petistas, bolsonaristas, deputados, senadores, presidentes, prefeitos e vereadores. Amem, irmão?

*É Professor em Porto Velho.

Comentários

  • 1
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    Chico Bento 08/12/2019

    Sou cristão, porém tenho que concordar com mais de 90% do texto. Exemplo clássico é que a famigerada bancada evangélica (inclusive com um senador de Rondônia) que dizem alguns ser pastor, apoia todas as medidas que ferram a classe trabalhadora, ou seja, fumo nos mais pobres e ouro pros mais ricos. Claro, tudo em nome da família e de Deus. Só não sabe o nobre senador que se não tiver trabalho e salário digno não há família que resista. Duvido alguém me convencer que o amor resiste a fome. Sem contar o "prisidente" que vive metido com pastores e orações e botando pra cima do povão.

  • 2
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    Eduardo 08/12/2019

    Excelente texto, gostei das analogias e reflexão. Fico feliz em ser ateu também!

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