Sem ato oficial os 152 anos do patrono do Estado de Rondônia
Há alguns anos a data do nascimento de Candido Mariano da Silva Rondon era reverenciada na terra da qual ele é o patrono, Rondônia...
Marechal Rondon em visita a uma tribo indígena. Na imagem se observa a alegria dos fotografados
Único brasileiro a ser patrono de um Estado da Federação, indicado para o Prêmio Nobel da Paz, considerado pelo ex-presidente norte-americano Theodore Roosevelt “o maior bandeirante do século XX”, há 152 anos nascia numa vila em Mato Grosso o “Menino de Mimoso”, como o chamava o juiz Cesar Montenegro, depois desembargador.
Há alguns anos a data do nascimento de Candido Mariano da Silva Rondon era reverenciada na terra da qual ele é o patrono, Rondônia, quando era entregue a algumas pessoas a maior comenda local, a Ordem do Mérito Marechal Rondon, mas hoje o fato é esquecido, como muitos outros que a história registra e dos quais pouco se ouve falar.
Nenhuma programação foi prevista pelo Governo do Estado para a data, conforme a superintendência de Comunicação, sob alegação de que todos os funcionários estvam envolvidos com a realização do Fórum de Governadores; talvez até mesmo os da Seduc e da Sejucel.
Único oficial do Exército brasileiro a ter recebido o título de Marechal, sem ter ido à guerra, concedido pelo Senado, em 5 de maio de 1955, data de seu aniversário de 90 anos, a história e a vida de Rondon são cantados em prosa e verso, além dele ser verbete em enciclopédias, sendo patrono, além do Estado de Rondônia também de municípios, escolas, praças, logradouros os mais diversos em cidades brasileiras.
Rondon em 1957 foi indicado para o prêmio Nobel da Paz, pelo Explorers Club, de Nova Iorque. É também, desde 1963, patrono da Arma de Comunicações do Exército Brasileiro, e para lembrar a data a 17ª Brigada realiza às 8 horas desta sexta-feira uma formatura especial.
Ainda na condição de oficial inferior, Rondon participaria de atos a favor da Proclamação da República, inspirado pela linha de pensamento positivista, contando-se como feitos sob sua liderança, dentre outros, trabalhos como a implantação da Linha Telegráfica Cuiabá/Porto Velho, a descoberta do Rio Roosevelt (até 1915 “Rio da Dúvida”), a implantação do Serviço de Proteção aos Índios (atual Funai), tornando-se o mais importante indigenista responsável pelos contatos com maior número de etnias indígenas do Brasil.
Rondon tem seu nome identificando o Meridiano 52, o segundo ser humano a ter tal honraria.
À frente das várias expedições pelo sertão brasileiro que comandou, Rondon ganhou em razão de sua postura humana, uma aura que findou por transformá-lo numa espécie de mito, onde a frase mais famosa foi a que até hoje é citada, quando se referia à possibilidade de seu grupo ser atacado por índios: “Morrer, se preciso for; matar, nunca”.
Em 1956 o Brasil prestou-lhe outra homenagem, quando o Congresso Nacional aprovou o projeto de Lei que passou a denominar “Rondônia” o Território Federal do Guaporé, o que foi mantido com a criação do Estado.
O ideário de Rondon em busca da integração brasileira e da marcha para o Oeste, levou a que em 1967 o grupo de universitários cariocas iniciassem um trabalho que deu origem a um programa denominado “Projeto Rondon”, cuja operação inicial denominou-se “Zero”, tendo como foco o então Território de Rondônia, provocando uma imensa troca de experiências entre jovens e oficializando o lema “Integrar para não entregar”. O Projeto Rondon foi responsável pela interiorização de milhares de jovens profissionais em todo o país.
No próximo dia 7 de julho, data da chegada da equipe Zero a Porto Velho, a Coordenação Nacional do Projeto Rondon vai realizar uma solenidade no quartel do 5º BEC, para lembrar aquele fato, local escolhido também por ter sido lá instalado em 1971 o campus avançado do Projeto Rondon, administrado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Rondon faleceu no dia 19 de janeiro de 1958, a menos de quatro meses de completar 93 anos de idade, cercado de todas as honrarias que um ser humano poderia imaginar.
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