Senadores criticam comemoração de Bolsonaro da suspensão dos testes da CoronaVac
A comemoração não repercutiu bem entre os senadores. Vários deles foram às redes sociais para criticar essas declarações
O Instituto Butantan, de São Paulo, trabalha em conjunto com o laboratório Sinovac para produzir vacina contra o coronavírus
Parlamentares reagiram, nesta terça-feira (10), a comentário do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a suspensão dos estudos para a produção da vacina CoronaVac, contra o novo coronavírus. Bolsonaro comemorou a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de suspender a vacina. Ao responder a um seguidor em suas redes sociais, o presidente publicou um comentário de que a vacina CoronaVac poderia causar “morte, invalidez, anomalia” e que não deveria ser obrigatória. O texto dizia ainda: "mais uma que Jair Bolsonaro ganha”.
A comemoração não repercutiu bem entre os senadores. Vários deles foram às redes sociais para criticar essas declarações. O senador Cid Gomes (PDT-CE), por exemplo, definiu o presidente como um “exterminador do futuro” e lamentou o fato de Bolsonaro continuar sua “campanha insana de negar qualquer avanço humanitário”. Agora, acrescentou o senador, “comemora de maneira absurda um eventual fracasso na evolução de uma vacina para combater o coronavírus”. Para Cid, o presidente revela, “sem qualquer pudor”, sua motivação política.
Também pelo Twitter, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) registrou que o mundo todo está na expectativa por uma vacina, o Brasil em luto pelos mais de 163 mil mortos pela covid-19 e o presidente “Bolsonaro vem a público comemorar a suspensão feita pela Anvisa da fase 3 da CoronaVac”. Segundo a senadora, “causa indignação a disputa política quando a prioridade é salvar vidas”. Já o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que “Bolsonaro trata tudo que acontece como uma disputa política entre esquerda e direita. Saia do lado do vírus, Bolsonaro!” — disse o parlamentar.
O senador Major Olímpio (PSL-SP) também tratou do assunto: “Quanto mais vejo as atitudes de Bolsonaro e de Doria, mais admiro meu cachorro”. Ele lamentou “mais um episódio de disputa política idiota brincando com a vida das pessoas”, ressaltando que “Bolsonaro ainda comemorou que venceu mais uma quando a Anvisa, que se diz técnica, paralisou testes da vacina por conta de um paciente que participou do teste e cometeu suicídio”. Segundo o senador, essa situação “ora parece filme de terror, ora parece comédia de péssima qualidade. É muito azar ser brasileiro numa pandemia com políticos com mais amor ao próprio ego do que à vida”, declarou.
Derrota
A suspensão dos estudos da CoronaVac, tida como uma vitória por parte de Bolsonaro, foi vista como uma derrota para a população por vários senadores. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) disse que “nenhum estadista lamentaria a suspensão da pesquisa". Segundo Contarato, “essa vitória é uma derrota para a saúde pública”.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE), que é médico, disse ser “muito preocupante a informação da interrupção pelo governo dos estudos da vacina CoronaVac, sem apresentar qualquer prova da ineficácia da mesma”. Na opinião do senador, “os interesses eleitorais não podem estar na frente do interesse coletivo e principalmente da saúde pública”. Ele classificou o episódio como “gravíssimo” e disse esperar “um rápido esclarecimento dessa situação”, pois já “são 163 mil brasileiras e brasileiros que perderam suas vidas”.
Na visão de Rogério Carvalho, mais uma vez Bolsonaro atenta contra a vida dos cidadãos. “A vitória que ele comemora é uma derrota para a saúde pública e põe vidas em risco”, registrou. Para o senador, “a negligência é uma marca deste governo, que só politiza e não defende os interesses do nosso povo”. Ele ainda acrescentou: “Não se troca vidas por votos, presidente!”
Convocação
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) usou sua conta no Twitter para dizer que a “saúde das pessoas não é brincadeira”. Ele disse também que “a politização da vacina é algo inaceitável”. Randolfe ainda informou que a comissão mista que acompanha as ações do Executivo contra a pandemia do coronavírus vai se reunir para tratar da convocação do “presidente da Anvisa para prestar esclarecimentos sobre a suspensão dos estudos envolvendo a CoronaVac”. Um dos requerimentos é de autoria de Randolfe. Segundo o senador, “a vida do povo deve ser prioridade e por isso estamos exigindo explicações concretas à Anvisa”. A reunião remota da comissão está marcada para esta quarta-feira (11), às 10h.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) informou que também apresentou um requerimento convidando o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, e o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, a prestarem esclarecimentos sobre o andamento dos estudos clínicos das vacinas. No requerimento, o senador destaca que “não é aceitável que possíveis disputas políticas possam atrasar uma medida tão aguardada como a distribuição da vacina que, esperamos, poderá facilitar e impulsionar a normalização da situação de calamidade que enfrentamos no momento”.
Suspensão
A vacina CoronaVac está sendo desenvolvida no Brasil por meio de uma parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac. O Butantan é um centro de desenvolvimento de vacinas com mais de 100 anos de experiência, além de ter grande prestígio dentro da comunidade científica internacional. O instituto é ligado ao governo do estado de São Paulo, governado por João Dória, desafeto de Bolsonaro e possível candidato a presidente da República em 2022.
Na noite dessa segunda-feira (9), a Anvisa informou a interrupção do estudo da CoronaVac no Brasil após a ocorrência de um “evento adverso grave” — a morte de um voluntário. O Butantan emitiu uma nota na qual manifestava “surpresa” com a decisão. Na manhã desta terça, em entrevista coletiva, representantes do instituto informaram que a morte não tinha relação com a pesquisa. Conforme informado por vários órgãos de imprensa, o voluntário cometeu suicídio.
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Comentários
Meu povo o nosso Presidente não teve infância, e como falava minha mãe quem nunca comeu mel, quando come se labuza.
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