Sistema Multibiométrico criado por perito rondoniense fortalece tecnologia na área de segurança pública no Estado

Clayton Guimarães foi o segundo colocado no Prêmio Boas Ideais em 2015 com o projeto.

Texto: Nonato Cruz Fotos: Jeferson Mota
Publicada em 14 de setembro de 2017 às 16:55

(Imagem: revista Polícia Federal)O furto a uma escola municipal, onde o autor do crime deixou marcas digitais, originou um dos projetos mais ousados para uso da tecnologia na área de segurança pública. O Sistema Multibiometrico, criado por um perito criminal rondoniense, será implantado no município de Vilhena, a pouco mais de 700 quilômetros de Porto Velho, dentro de 90 dias.

O sistema é, na prática, uma base de dados alimentada com informações que são específicas nas pessoas: íris, digitais, voz, DNA, rosto, grafia e altura, entre outros.

As informações ficam disponíveis para órgãos de segurança e auxiliam com rapidez, a partir do confronto dos dados, a identificação de suspeitos e uma infinidade de aplicações.

O autor do projeto é o perito criminal  Clayton Guimarães Cova dos Santos. Foi a partir de uma experiência profissional no município de Guajará-Mirim, cidade onde nasceu, que o sistema foi concebido.

“Fui a uma na ocorrência de furto na escola onde estudei. O autor do crime deixou uma digital de boa qualidade, mas não havia como fazer a comparação. Decidi estudar a criação de um banco de dados digitalizados para confrontar com marcas deixadas nos locais de crimes”, recorda Clayton.

O projeto ganhou apoio do Judiciário e funcionará como laboratório na  Coordenação Regional de Criminalística em Vilhena. De lá, a perspectiva é que seja expandido para outros municípios.

A trajetória  entre a concepção do sistema e a parceria com o Judiciário para instalar o laboratório em Vilhena inclui o reconhecimento entre outras iniciativas.

Com o projeto, Clayton Guimarães foi o segundo colocado no Prêmio Boas Ideais, em 2015. A visibilidade serviu também para que fosse transferido para a Superintendência de Polícia Técnico-Científica (Politec), em Porto Velho.

Clayton Guimarães, criador do sistema

Diferente de outros bancos de dados com características digitais, o sistema reúne mais informações biométricas. E a tecnologia é desenvolvida em Rondônia. “Vamos economizar com pessoal, por exemplo”, destaca Clayton Guimarães.

Segundo ele, a tecnologia pode ser disponibilizada aos policiais em atividade nas ruas. A identificação de um suspeito será mais segura uma vez que serão confrontados vários dados biométricos.

Mestre em engenharia elétrica, Clayton diz que em momento de crise, o aproveitamento dos recursos disponíveis tem que ser eficiente.

“Temos a possibilidade de incluir dados de outros órgãos públicos, como Detran, secretarias de Justiça e de Ação Social. Isto amplia a importância do projeto como ação estratégica governamental”, indica. As informações são vitais, conforme ele, para que o estado adote ações estratégicas.

PIONEIRISMO

No mundo atual, onde a tecnologia e inteligência fazem a diferença, o Sistema Multibiométrico é visto como um componente que trará avanços que outros estados brasileiros ainda não possuem.

Para Sandro Micheletti, superintendente da Politec, o esforço individual de Clayton é uma demonstração da capacidade produtiva dos profissionais da Polícia Técnico-Científica. Ele diz que há mais projetos em andamento e que foram criados por peritos de Rondônia.

“Ficamos entusiasmados com avanços tecnológicos  proporcionados pela iniciativa de peritos da instituição nas mais diversas áreas”, arremata.

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