Sobre o episódio envolvendo a professora Viviane Barrozo, da UNIR, e sua renúncia do cargo de vice-reitora eleita

É extremamente ruim e frustrante, enquanto jornalista, deparar- se com notícias desse porte, vindo principalmente de sites e portais de notícias que se intitulam justos e éticos

Victoria Angelo Bacon
Publicada em 04 de março de 2024 às 20:00
Sobre o episódio envolvendo a professora Viviane Barrozo, da UNIR, e sua renúncia do cargo de vice-reitora eleita

Desde a última 6ª feira, 01 de março, vários sites, blogs, portais de notícias, rádio e tv; iniciaram um processo de inquisição contra uma professora da Unir, Viviane Barrozo, que renunciou ao cargo de vice-reitora da Universidade Federal de Rondônia, após a imprensa e mídias tornarem público que a professora teria falsificado diploma de doutora para se tornar vice-reitora.

É extremamente ruim e frustrante, enquanto jornalista, deparar- se com notícias desse porte, vindo principalmente de sites e portais de notícias que se intitulam justos e éticos. Fui vítima, em 2022, de alguns desses veículos de comunicação quando publicaram que eu tinha noticiado uma fake news contra um ministro do STF. Após 1 ano e 3 meses a verdade apareceu, e o próprio ministro Gilmar Mendes atestou o que eu tinha escrito no meu blog, ou seja, o que era fake, era simplesmente verdade. Nenhum desses veículos de comunicação se retratou comigo.

Vamos ao que interessa: Acusaram uma professora de falsificação de diploma? Houve conclusão de inquérito? Houve condenação. Houve a ampla defesa e o contraditório? Ainda não. Houve sim uma antecipação de condenação no tribunal de inquisição das redes sociais em cima dessa professora. E, se ela comprovar que realmente é doutora, e que não passou de um mal-entendido, como ficará a reputação da professora Viviane? Pois é. Ficará como está, uma pessoa totalmente machucada e ferida. Sabe por que? Porque a mentira prevalece sobre a verdade no tribunal de inquisição das redes sociais. Apontar os dedos sempre é mais gostoso que dar as mãos.

O que mais me espantou é a nota publicada no site institucional da UNIR, que praticamente selou o destino da professora. A nota da Unir foi o mote para a imprensa e as mídias sociais criarem o ambiente de um tribunal virtual para massacrarem a vida desta professora. Agora lhes pergunto: Ela tem filhos, pais, irmãos; enfim; ela tem família e vida social. Imagine você, que está lendo essa minha reflexão: E se você contigo? 

O STF julgou, recentemente, que a imprensa, aqui incluo as páginas e blogs nas redes sociais são responsáveis pelo massacre público da imagem de uma pessoa que se tornar vítima de notícias malignas e covardes, inclusive cabendo reparação por dano material e moral. Essa "estória" de atividade livre da imprensa tem limite, como tudo na vida. Não se pode usar a liberdade de imprensa e expressão para fuzilar e trucidar uma pessoa sem ampla defesa, o contraditório e um julgamento justo.

Fica aqui minha solidariedade à professora Viviane Barroso, e que ela consiga provar que é doutora e, principalmente, que seja reparada judicialmente pelas pessoas que a massacraram no tribunal de inquisição do zap-zap, do insta e do Face.

 

Amém.

Victoria Bacon é Jornalista em Rondônia desde 2004. Atuou como Colunista, Redatora e Apresentadora nos mais conceituados e renomados sites e jornais eletrônicos de Porto Velho. 

Site: jornalistavictoriabacon.com.br.

Fanpage: @JORNALISTAVICTORIABACON

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