Tamanduá ferido é resgatado de uma residência em Porto Velho

De acordo com o Batalhão de Polícia Ambiental, nesta época onde as queimadas são constantes, os animais, no desespero de fugir da morte, acabam vindo para a área urbana, correndo risco de serem atropelados ou capturados

Léia Castro Fotos: Léia Castro e Daiane Mendonça
Publicada em 17 de agosto de 2020 às 09:14
Tamanduá ferido é resgatado de uma residência em Porto Velho

Após ser atropelada, o tamanduá fêmea buscou abrigo em uma residência

Uma família da capital encontrou na última sexta-feira (14), o animal silvestre ferido na garagem da residência. O tamanduá fêmea estava embaixo do automóvel. O animal foi atropelado na BR-319 (avenida Governador Jorge Teixeira) e se refugiou na casa de Zaíra. Havia sinais de luta entre ele e o cachorro da família, Thor. O cão sofreu vários arranhões na cara e boca, sendo socorrido pela enfermeira, Zaíra Camelo Correa, dona do animal.

O Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) foi acionado para fazer o resgate do tamanduá. Na clínica, o mamífero passou pelo exame de raio-X, que detectou fratura na perna esquerda traseira (tíbia).

O médico veterinário do Batalhão de Polícia Ambiental, Marcelo Andreani explica que nesta época do ano onde as queimadas são constantes pela ausência de chuva, os animais procuram abrigos no desespero de fugir da morte e acabam vindo parar na cidade, colocando-se em risco de serem atropelados ou capturados.

Thor depois de medicado passa bem

O Batalhão de Polícia Ambiental fez parceria com uma clínica veterinária particular, para atender casos como este. O ortopedista veterinário e cirurgião geral, Carlos Henrique Tibúrcio Maio não encontrou nenhuma mordida do cão no tamanduá, além da fratura na perna, o animal tinha apenas escoriações.

A cirurgia ortopédica foi realizada de imediato, onde foram colocados uma placa e pinos para corrigir a fratura. O tamanduá estava em estado de choque e desidratado. A fêmea tem aproximadamente um ano de idade. Os médicos estabilizaram o quadro clínico com soro eletrolíticos e monitoraram a frequência cardíaca pelo computador.

O tamanduá recebeu da equipe médica o apelido de Linguaruda, que com o efeito do sedativo o animal relaxou e expôs 20 centímetros de língua. A cirurgia de emergência contou com o apoio da estagiária em veterinária, Taís Paiva Oliveira e do gerente da clínica veterinária, Gilberto Naimaier.

Após a cirurgia, o sargento Marcelo Andreani levou a Linguaruda para o Centro de Recuperação de Animais Silvestres (Cras), que fica nas instalações do Batalhão de Polícia Ambiental, em Candeias do Jamari, onde deve tomar antibióticos pelos próximos sete dias e ficar em observação durante 15 dias até ser liberada e solta ao habitat natural.

“Lembrando que esse trabalho realizado junto com o Batalhão de Polícia Ambiental para salvar os animais da nossa fauna silvestre é totalmente filantrópico, nós da clínica custeamos tudo. Fazemos porque amamos os animais e queremos preservar o ecossistema”, finalizou o cirurgião veterinário Carlos Henrique.

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