Técnicos de Rondônia e mais 5 estados recebem treinamento para prevenir a monilíase do cacaueiro

Durante oito dias de qualificação (120 horas), técnicos de participarão de dinâmica e palestras sobre sanidade vegetal, manejo integrado de praga e, especialmente sobre as medidas para conter, controlar e combater a monilíase.

Texto: Marco Aurélio Anconi Fotos: Emater
Publicada em 20 de março de 2018 às 11:48
Técnicos de Rondônia e mais 5 estados recebem treinamento para prevenir a monilíase do cacaueiro

Doença pode destruir plantação de cacau

Teve início nesta segunda-feira (19), às 8h30, no Rondon Palace Hotel, em Porto Velho, o Curso de Emergência Fitossanitária em Monilíase do Cacaueiro, promovido pela Agência de Defesa Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron). “Esta doença já avança pela Bolívia e se encontra a 50 quilômetros da fronteira do estado do Acre. A pergunta agora não é se vai chegar até nós, mas quando isso vai acontecer”, explica Rachel Barbosa, coordenadora do curso.

Durante oito dias de qualificação (120 horas), técnicos de participarão de dinâmica e palestras sobre sanidade vegetal, manejo integrado de praga e, especialmente sobre as medidas para conter, controlar e combater a monilíase.

Agrônomos, técnicos e gestores de órgãos de seis estados e do Peru, participam de 19 a 26 de março do Curso de Emergência Fitossanitária e Exercícios Simulados com Ênfase na Monilíase do Cacaueiro.

Órgãos de fiscalização animal e vegetal de Rondônia, Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná e do Instituto de Cultivos Tropicais (ICT) do Peru confirmaram presença no encontro.

Ronaldo Queiróz, diretor-presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), explica que é fundamental a equipe do Instituto receber esta qualificação: “Nossos servidores são de excelência e esse curso vem para aprimorar os conhecimentos para que a defesa vegetal do Acre possa agir utilizando-se das técnicas mais eficazes e seguras, caso essa praga seja identificada em nosso território”.

Durante os oito dias de qualificação, os técnicos participarão de dinâmica e palestras sobre sanidade vegetal, manejo integrado de pragas, vigilância fitossanitária nas fronteiras do país e debates com mestres e doutores do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura (MAPA/DSV).

O curso e a simulação de um ataque da doença integram as ações do Plano de Contingência da Monilíase do Cacaueiro, recomendado pelo Ministério da Agricultura.

João Paulo Gonçales, secretário adjunto de agricultura de Rondônia (Seagri), durante a cerimônia de abertura, lembrou que os principais produtores de cacau do Estado são Ariquemes, Jaru e Ouro Preto, responsáveis por mais de oitenta por cento de toda a produção e que a capacitação ora em andamento é crucial para a difusão das técnicas junto aos produtores de cacau de todo o estado de Rondônia.

O secretário-chefe da Casa Civil, Emerson Castro, representando o governador Confúcio Moura, concordou com a afirmação da coordenadora do curso, Rachel Barbosa, e foi além, dizendo que “precisamos unir esforços para combater esta praga. Todos os agentes de saúde vegetal que receberem esta qualificação estão comprometidos com a biossegurança e com o futuro do cacau do Brasil”.

Anselmo de Jesus, presidente da Idaron, defende que “precisamos agregar valor ao nosso cacau, que ainda hoje é uma comódite (produto de origem primária utilizado nas transações comerciais nas bolsas de valores), fomentando a implantação de indústrias de chocolates, fármacos e cosméticos, a fim de deixarmos de ser apenas fornecedores de matéria prima e passemos a produtores de riquezas”.

Monilíase

A Monilíase é uma doença que afeta os frutos do cacau, cupuaçu, cacauí e cupuí, espécies comuns na floresta, devastando as sementes e causando perda de 50% até 100% dos frutos produzidos. O agente causal é um fungo que até o momento não existe no Brasil, mas já se encontra em países vizinhos, como Peru e Bolívia, localizados na área de fronteira com o Acre.

Entre os sintomas da doença estão a lesão escura na casca do fruto com formação de grande quantidade de pó esbranquiçado, que se desprende facilmente.

Surgem umas ‘barrigas’ e o fruto fica deformado. Após essa deformação, surgem manchas amareladas com pontos escuros e com o tempo o fruto vai se enchendo de esporos do fungo. Outro sintoma é a mumificação do fruto, que fica todo ressecado e coberto com pó branco.

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