Trabalhador inicia 2020 sem proteção social

O ano de 2020 deverá continuar muito ruim para os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, já penalizados com as reformas trabalhista e previdenciária. Além de retirada de direitos, ambas também contribuíram para a precarização do trabalho e diminuição da renda da população

Randolfe Rodrigues
Publicada em 18 de janeiro de 2020 às 09:39

Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) com dados do último trimestre de 2019 realizada pelo IBGE indicam que a estagnação econômica e desemprego devem continuar assolando a população brasileira em 2020. Para completar, a previsão de investimentos para este ano equivalerão a aproximadamente 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor representa menos da metade investido em 2019. Juntos, esses dados sugerem que o desempenho medíocre da economia deve se repetir nos próximos meses.

A população na força de trabalho é estimada em 106,3 milhões de pessoas. Destas, cerca de 94,4 milhões possuem alguma ocupação e outras 11,9 milhões estão desempregadas. Entretanto, aproximadamente 41% da população ocupada está em postos de trabalho precarizados, trabalhando na informalidade e sem carteira assinada. Logo, sem proteção social e recolhimento de tributos para a previdência, impactando ainda mais nossos índices econômicos.

Mais preocupante é observarmos a série histórica e constatar que o Brasil nunca demorou tanto para se recuperar de uma crise. Os índices da PNAD indicam que estamos longe de retomar os níveis de emprego anteriores à crise, desenhando um futuro incerto para uma imensa parcela da população brasileira. O nível de ocupação da população vem caindo ano a ano e a tendência de crescimento é tímida, contribuindo para a demora da nossa recuperação econômica.

O rendimento médio mensal do trabalho também penaliza os trabalhadores e trabalhadoras mais humildes. Enquanto os 30% mais pobres tiveram queda na renda, o 1% mais rico da população teve o maior aumento em seus rendimentos entre todas as classes, contribuindo para piorar a concentração de renda no Brasil, um dos países mais desiguais do mundo. Mais um indicador que sugere que a retomada do emprego e renda no país continuam distantes.

A inflação oficial medida em 2019 ficou em 4,31%, acima da meta estipulada pelo governo e cujos efeitos foram sentidos principalmente pelos mais pobres. A disparada no preço de alguns alimentos, especialmente a carne bovina, ajudaram a elevar o índice e tiveram grande impacto na dieta de muitas famílias brasileiras, obrigadas a diminuir a diversidade de víveres diante do descontrole dos preços, além de sucessivos aumentos no preço do gás de cozinha.

Como podemos perceber, o Brasil passa por uma situação delicada e inédita, com prolongada crise econômica e estagnação do emprego e renda. O governo poderia funcionar como indutor do desenvolvimento, mas a previsão de investimentos estatais para este ano é muito baixa. E ainda existem as incertezas internacionais com o aumento das tensões entre EUA e Irã, o que fatalmente impactará a economia global com resultados nefastos para os países periféricos.

O ano de 2020 deverá continuar muito ruim para os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, já penalizados com as reformas trabalhista e previdenciária. Além de retirada de direitos, ambas também contribuíram para a precarização do trabalho e diminuição da renda da população.

As afirmações de Bolsonaro e Paulo Guedes sobre a recuperação da economia não passam de mais uma mentira difundida pelo governo, como mostram os dados de 2019 da PNAD. O discurso da dupla, demagógico e falacioso, é  a tentativa de disfarçar a incompetência e inépcia, aliadas de um conceito econômico que beneficia os poucos privilegiados do país, massacrando e penalisando apenas a classe trabalhadora. A incompetência, perversidade e desfaçatez juntas revelam a imagem 3/4  do governo Bolsonaro.

Comentários

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    Professor 20/01/2020

    O carinha que se intitula 'JAIR BOSTONARO" esquece-se que ele também deve chorar , o filho dele, o neto, pois não sabem a besteira que fizeram em sair às ruas pedindo que houvesse a reforma da previdência.... Contribuíram para que houvesse, e a desigualdade continua pior, todos nós perdemos e os mais ricos ganharam. Começou com o golpe dado na DILMA, que resultou na reforma trabalhista, continuando com o GOVERNO BOSTONARO ,que governa para os ricos, empresário e milicianos, já está provado.Então amigo , não só a ptzada vai chorar não , tu coxinhas ( bolsominion) também. kkkkkkk

  • 2
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    Francisco 20/01/2020

    Tem uma saída Boa e barata , sair do Brasil para Portugal rssssss

  • 3
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    Jair Bolsonaro 18/01/2020

    hahahahahha, chora ptzada.

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Sion

Sion

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