Tráfico humano: crime começa com promessa de realização de sonhos
Nem sempre o tráfico de pessoas ocorre de forma forçada.
Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil
Nem sempre o tráfico de pessoas ocorre de forma forçada. Na maior parte das vezes, o crime começa com a promessa de realização de um sonho: um pedido de casamento que pode mudar a vida de mulheres, a oferta de um emprego ou a chance de seguir a carreira de modelo ou de jogador de futebol. Só quando o sonho vira pesadelo é que as vítimas percebem que foram alvos de aliciadores, dizem autoridades que atuam no combate a essa prática. A dificuldade em perceber a prática do crime desde a origem tem sido um dos principais desafios no enfrentamento ao tráfico humano.
A coordenadora de gestão da política nacional de enfrentamento ao tráfico de pessoas do Ministério da Justiça, Marina Almeida, durante a abertura da 5ª Semana de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas - Marcelo Camargo/Agência Brasil
“Muitas vezes as vítimas não se enxergam como vítimas desse crime ou têm medo de denunciar por sofrer represália porque os aliciadores conhecem as famílias. A principal dificuldade hoje é ter dados mais concretos deste crime”, afirmou Marina Bernardes de Almeida, coordenadora de Política de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Ministério da Justiça.
Ao participar hoje (30) da abertura da 5ª Semana de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas que ocorre no Distrito Federal e em vários estados, Marina Bernardes lembrou que esse tipo de ação de conscientização da população e a capacitação de agentes públicos para identificarem os sinais desse crime têm sido uma ferramenta eficiente no combate ao tráfico humano.
No DF, ao longo de todo o dia, a rodoviária interestadual, por onde chegam e partem ônibus para todas as regiões do país, foi invadida por artistas que apresentaram situações de vítimas do tráfico humano. As encenações ocorrem tanto em um palco montado na entrada do local quanto nos corredores, onde é possível se deparar com cenas de mulheres exploradas sexualmente ou com atores se passando por aliciadores e abordando quem passa por ali.
Analista do Programa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Fernanda Fuentes lembrou que as maiores vítimas desse tipo de crime são as populações vulneráveis que geralmente têm menos informações e buscam melhoria da qualidade de vida. Fernanda ainda destacou que mulheres e crianças são as principais vítimas dessa prática. Relatório das Nações Unidas confirma o dado ao apontar que 71% das pessoas traficadas são meninas e mulheres.
A analista de programas do escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Fernanda Fuentes, durante a abertura da 5ª Semana de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas - Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Brasil e a Colômbia são os dois países latino-americanos que recebem apoio do UNODC para enfrentar essa prática através de um programa financiado pelos países da União Europeia para fortalecer a ação de governos locais. Segundo Fernanda Fuentes, um dos maiores desafios no combate ao tráfico humano no país é a diversidade regional que acaba refletindo nos diferentes objetivos que a prática pode adotar dependendo da região em que ocorre.
“O tráfico de pessoas é enfrentado em rede, tanto pelo governo quanto pela sociedade civil. Dependendo de onde ocorre, há objetivos diferentes prevalecendo. Em algumas regiões é o trabalho escravo, em outras a exploração sexual. Por isso é importante a participação de organizações da sociedade civil que podem ajudar a enfrentar o crime dentro do contexto local”, afirmou.
Atores fazem performance teatral durante a abertura da 5ª Semana de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, na Rodoviária Interestadual de Brasília - Marcelo Camargo/Agência Brasil
A capital do país, onde ocorrem as ações de conscientização ao longo de toda a semana, é um dos destinos preferidos de aliciadores do tráfico humano interno. Especialista em assistência social do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP) da Secretaria de Justiça do DF, Annie Carvalho, explicou que Brasília ainda surge como promessa de grande oferta de trabalho.
“Tem muitas pessoas que vêm com a promessa de emprego aparentemente promissora, mas chega aqui e sofre exploração da mão de obra ou exploração sexual. Essas são as principais modalidades que a gente vem atendendo”, disse a especialista.
Segundo ela, as autoridades estão mais atentas e por isso o número de denúncias vêm aumentando. “Isto não quer dizer que aumentou o tipo de crime, mas está aparecendo mais”, disse.
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Como recebo ajuda do governo ou de ONGS OU de qualquer um, tenho uma irmã que acabou de completar 18 anos de idade e tenho quase certeza que está sendo enganada, nunca viu um rapaz que mora em Rondônia e nós somos do paraná e ela quer ir morar com ele, diz que o ama porém nunca o viu pessoalmente... não tenho como impedir-lá ... minha família é desunida eu sou a única que se importa com ela e ela é inocente, nunca namorou e muito menos sai de casa, somente para ir a escola... uma criança praticamente com 18 anos, preciso de ajuda para investiga-los... pelo amor de Deus, antes que seja tarde de mais.
Como recebo ajuda do governo ou de ONGS OU de qualquer um, tenho uma irmã que acabou de completar 18 anos de idade e tenho quase certeza que está sendo enganada, nunca viu um rapaz que mora em Rondônia e nós somos do paraná e ela quer ir morar com ele, diz que o ama porém nunca o viu pessoalmente... não tenho como impedir-lá ... minha família é desunida eu sou a única que se importa com ela e ela é inocente, nunca namorou e muito menos sai de casa, somente para ir a escola... uma criança praticamente com 18 anos, preciso de ajuda para investiga-los... pelo amor de Deus, antes que seja tarde de mais.
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