Ultrassom das carótidas investiga risco de doença cardiovascular e AVC

O médico explica que o ultrassom das carótidas com Doppler é um dos melhores exames para avaliar o problema.

Fontes: Dr. Leonardo Piber, médico ultrassonografista do CDB Medicina Diagnóstica – www.cdb.
Publicada em 15 de agosto de 2017 às 14:41
Ultrassom das carótidas investiga risco de doença cardiovascular e AVC

As carótidas são artérias localizadas nos dois lados do pescoço, responsáveis por transportar sangue rico em oxigênio para o cérebro.  Quando um desses vasos calibrosos não está em pleno funcionamento, talvez pelo acúmulo de placas de gordura (calcificadas ou não) em suas paredes, o cérebro fica sem o suprimento necessário e o paciente pode sofrer um AVC (acidente vascular cerebral). Vale dizer que até 15% dos AVCs isquêmicos são causados por aterosclerose das carótidas. Além de servir para diagnosticar doenças nessas artérias, o exame tem a função de avaliar o espessamento médio-intimal (EMI) da parede da artéria carótida comum, que é considerado fator de risco cardiovascular, incluindo doença arterial coronariana precoce.

“Há casos em que a disfunção erétil de origem arteriogênica pode ser a primeira manifestação de doença cardiovascular por aterosclerose”, diz Leonardo Piber, médico ultrassonografista doCDB Medicina Diagnóstica, em São Paulo. “Metade dos pacientes que sofreram infarto geralmente já tinham placas obstruindo vasos do coração. De modo geral, as pessoas não devem achar que podem comer de tudo, sem censura, e que o organismo não vai se ressentir mais adiante. Quando o paciente tem uma dieta pouco saudável, rica em carnes vermelhas, carboidratos, sal e açúcar, mais cedo ou mais tarde surgem problemas de saúde. Principalmente se, além disso, ele for fumante, sedentário ou se tiver pais que já sofreram infarto ou derrame”.

O médico explica que o ultrassom das carótidas com Doppler é um dos melhores exames para avaliar o problema. “Trata-se de um procedimento rápido e indolor que evidencia o espessamento da artéria carótida. O resultado costuma ser usado como referência da doença vascular. Por exemplo, quando um paciente adulto (menos de 65 anos) tem um espessamento de artéria maior que um milímetro, o risco de ele sofrer um infarto ou um AVC é seis vezes maior. Neste caso, seu médico cardiologista deverá fazer um controle mais rígido das taxas de colesterol e triglicerídeos, da pressão arterial e, inclusive, maior controle do peso”.

Na opinião do especialista, quem tem histórico familiar de doenças do coração deve se prevenir desde os 35-40 anos. “Nessa faixa etária, é sempre bom procurar um médico, fazer um check-up completo do coração e dar início a um projeto de vida que contemple evitar o acúmulo de placas de gordura nas artérias. Até mesmo um simples exame de sangue poderá apontar o risco de a pessoa sofrer um infarto em cinco ou dez anos. Mas quem tiver condições de fazer toda a bateria de exames, incluindo o ultrassom das carótidas, terá uma noção mais próxima da realidade sobre o que deve fazer para preservar a saúde por mais tempo e evitar um infarto ou um derrame cerebral. Geralmente, uma dieta saudável e equilibrada, exercícios aeróbicos e o abandono do fumo e do álcool em excesso, vão ajudar bastante – associados, muitas vezes, a medicamentos de uso contínuo”.

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