Vacinação “cu de mãe Joana”

Com esta vacinação meia boca “aos trancos e barrancos” brasileiros e rondonienses estão jogados à própria sorte. E a morte é certa

Professor Nazareno*
Publicada em 19 de maio de 2021 às 09:52
Vacinação “cu de mãe Joana”

A pandemia da Covid-19 não dá tréguas ao Brasil. Caminhamos célere já para meio milhão de mortos e quase 16 milhões de contaminados. Enquanto isso, o mundo civilizado já está aos poucos superando a crise sanitária e liberando suas sociedades. Nos Estados Unidos, no Reino Unido, Israel, Nova Zelândia, Portugal e em alguns outros países civilizados, a vacinação em massa de suas populações já vislumbra claros “sinais de liberdade”. Já no Brasil, com o negacionismo tosco de seu governo genocida, piora a situação com uma média móvel diária de mais de dois mil mortos. Não há por enquanto sinais de retração da doença e o país mergulha no caos e nas mortes sem fim. Vivemos um drama horroroso alimentado principalmente pela falta de vacinas, pela prescrição de remédios sem nenhum efeito para o vírus e pelo descaso total do governo.

Infelizmente está sendo comprovado com a CPI da Covid que o Estado brasileiro não comprou as vacinas quando os laboratórios ofereceram. Muitas mortes teriam sido evitadas. A China, praticamente o único país responsável pelos insumos e também por mais de 92% das vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil, é destratada pelo presidente brasileiro e também por outras autoridades. O país asiático pode, se quiser, parar de mandar essa ajuda à nossa gente. Uma retaliação diplomática que transformaria nossas vidas em um inferno. A terceira onda da pandemia já se aproxima e com a população sem imunidade sofreremos mais perdas ainda. Com menos de 20 por cento de sua população vacinada, o Brasil levará anos para atingir a imunidade de rebanho. Os que tomaram a primeira dose estão à espera da segunda dose, que não tem.

Em “Rondonha”, a situação da vacinação também é catastrófica. A prefeitura de Porto Velho, cujo prefeito prometeu mentirosamente 400 mil doses para imunizar sua gente, trocou o site “Imuniza Porto Velho”, que funcionava precariamente por outro, um tal de “SASI”, que até agora funciona pior ainda. E o resultado é estarrecedor. Atrasos e mais atrasos na vacinação das pessoas. Estranho, mas o Estado com pouco mais de 12 por cento de sua população vacinada, tem a pior campanha de vacinação do Brasil e sempre está no final da fila quando comparado a outros Estados. Rondônia tem recebido um número pífio de vacinas e quando chega uma remessa, a correria é tanta que não se pode evitar a aglomeração de pessoas querendo se imunizar. Faz mais de um mês, por exemplo, que não convocam os cidadãos entre 55 e 59 anos para tomar o imunizante.

Já o governo do Estado, “mais perdido nesta pandemia do que cego em tiroteio”, e cujo governador também de forma mentirosa prometeu trazer um milhão de doses para imunizar os rondonienses, pouco ou nada faz para amenizar o sofrimento do povo “otário” e sofredor. Mais de cinco mil mortos pelo vírus até agora e a única coisa que o governador bolsonarista fez foi distribuir remédios sem nenhuma eficácia científica para combater o Coronavírus. Praticamente não há vacinas contra a Covid-19 em Rondônia. As remessas quando chegam é a conta-gotas enquanto cidadãos morrem muitas vezes desassistidos pelo poder público. A única “atração” de Rondônia nesta pandemia tem sido o senador Marcos Rogério, defensor intransigente do negacionista e genocida governo federal na CPI da Covid. Com esta vacinação meia boca “aos trancos e barrancos” brasileiros e rondonienses estão jogados à própria sorte. E a morte é certa. 

*Foi Professor em Porto Velho.

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