Vereador pelo PSB na cidade de Campinas (SP), o advogado Paulo Sérgio Galtério foi o destaque do júri popular realizado ontem, na cidade de Cerejeiras. Foram julgados os primos Ismael Silva e Diego Parente, acusados de envolvimento na morte da adolescente Jéssica Moreira Hernandes, 17, em abril do ano passado.

A sentença proferida contra os dois réus continua causando estranheza para leigos em Direito no Cone Sul: Ismael, namorado da vítima, foi inocentado da acusação de homicídio, mas acabou condenado a um ano de prisão por supostamente ter ajudado a esconder o cadáver da moça. Diego pegou 18 anos de cadeia pelo assassinato e mais 1 pela ocultação.

O profissional paulista, que veio para Cerejeiras a convite da advogada de Isamel, Shara Eugênio, disse por telefone ao FOLHA DO SUL ON LINE que pretende recorrer da decisão.

O advogado campineiro explicou que todas as provas nos autos inocentam Ismael e que os jurados podem ter se confundido ao analisar um detalhe do processo: uma caminhonete da Ciretran, onde o acusado trabalhava, saiu do órgão e, segundo entendimento deles, teria sido a que foi usada para “desova” o corpo na área rural de Cerejeiras.

Ocorre que a picape usada para transportar o cadáver é outra, e foi emprestada a Diego por um vizinho dele. O próprio rapaz teria confessado isso em depoimento.

Para o parlamentar-criminalista, não existe nada nos autos que incrimine Ismael. “Somente o depoimento do Diego é que aponta o Ismael como autor do crime. Todo o restante do conjunto probatório mostra que ele não participou de nada, antes ou depois da morte da garota”, finalizou.