A vantagem a Bolsonaro no início da corrida pela decisão nacional. Em Rondônia, não há ainda um preferido

Por enquanto, não há como se dizer, com clareza, quem tem mais chances. A disputa, no turno decisivo, certamente será voto a voto

Sérgio Pires
Publicada em 06 de outubro de 2022 às 09:13
A vantagem a Bolsonaro no início da corrida pela decisão nacional. Em Rondônia, não há ainda um preferido

A disputa pelo segundo turno se desenha como emocionante, tanto em nível nacional, para a Presidência como em Rondônia e em vários outros Estados. Os comentaristas políticos, incluindo aqueles da turma da Globo e da Folha de São Paulo, que fizeram campanha aberta para Lula e esculhambaram com Bolsonaro, estão dizendo que as possibilidades do atual Presidente da República cresceram muito, depois do resultado do primeiro turno. A chance real de vitória de Lula, na essência dos comentários, era vencer no primeiro turno ou saltar à frente de Bolsonaro, com um grande percentual de votos. Não aconteceu nem uma coisa, nem outra. Ou seja, com a chave do cofre e com apoio de um grupo novo de congressistas, tanto deputados federais quanto senadores, eleitos graças a ele, em muitos casos; com o apoio de governadores eleitos; com o apoio do reeleito do segundo maior estado do país, o governador mineiro Romeu Zema; do centrão e da direita, Bolsonaro cresce em possibilidades para ganhar o segundo turno. Claro que não se pode ignorar o poderio de Lula e da esquerda, mas, nesse primeiro momento da disputa do turno decisivo da eleição, ao que tudo indica, os caminhos estão mas abertos para o atual mandatário do país do que seu principal adversário. Neste dia 7, sexta-feira, começa a campanha gratuita do turno final. Daí já saberemos qual será a linguagem que um e outro usará.

E em Rondônia? Aqui, as características são um pouco diferentes, mas, mais uma vez, será o interior a decidir a disputa pelo Governo. Praticamente empatados, Marcos Rocha e Marcos Rogério começaram a organizar suas estratégias para a decisão do próximo dia 30. Até a quarta-feira, não havia muitas informações nem do grupo palaciano e nem o do senador, sobre os preparativos para a decisão. Rocha tem procurado apoios principalmente nos parlamentares que conseguiu eleger, como campeão de votos à Câmara, seu ex-secretário Fernando Máximo e também aliados de outras frentes, como o presidente regional do MDB, Lúcio Mosquini, que se reelegeu com grande votação e que apoia Rocha desde o início da corrida eleitoral. Prefeitos do interior também estão sendo procurados. Marcos Rogério tem dito que não pretende fazer alianças com os candidatos que perderam a eleição. Usa a conhecida frase de que fará acordos apenas com o povo e baseará nisso seu discurso. Marcos Rocha tem seus trunfos, Rogério também. Os dois percorrem o Estado, apresentando suas ideias e seus projetos. O primeiro grade debate entre ambos já está agendado. Será na SICTV/Record no domingo, dia 16, a partir das 21 horas. Certamente começará por aí a fase decisiva da campanha. Por enquanto, não há como se dizer, com clareza, quem tem mais chances. A disputa, no turno decisivo, certamente será voto a voto.

PREVISTA PARA ESTA SEGUNDA-FEIRA, A PRIMEIRA PESQUISA DO SEGUNDO TURNO EM RONDÔNIA

Olhos, ouvidos, faro: todos os sentidos atentos, porque, nesta próxima segunda-feira, dia 10, está prevista a primeira pesquisa do segundo turno, em Rondônia, pelo instituto Big Data/Real Time, contratado pela Record nacional. A pesquisa será feita em todos os estados onde haverá segundo turno. No primeiro turno, o Big Data fez apenas um levantamento, entre os dias 14 e 16 de setembro e, embora com maior antecedência que o Ipec, que fez pesquisa a três dias do pleito e errou feio, o instituto contratado pela Record também ficou distante dos resultados das urnas. Naquela ocasião, o Big Data dava o governador Marcos Rocha muito à frente de Marcos Rogério, com diferença pró Rocha de 16 pontos. Em relação ao Senado, o instituto deu empate técnico entre Mariana Carvalho, Jaqueline Cassol e Expedito Júnior, com o que afinal foi eleito, Jaime Bagattoli, bem atrás. Agora, com apenas dois candidatos, a tendência é que a pesquisa tenha mais chance de chegar perto da realidade do que ocorrerá nas urnas, dia 30. A expectativa nos comitês dos candidatos Marcos Rocha e Marcos Rogério é muito grande. Esperemos, pois!

GOVERNADOR E SENADOR CHEGARAM QUASE EMPATADOS. ROCHA VENCEU NA CAPITAL E EM 28 CIDADES E ROGÉRIO EM 24

No primeiro turno da eleição, ao contrário do que apontavam as pesquisas, os dois candidatos ao Governo chegaram ao final da votação praticamente empatados. Rocha foi o vencedor em 28 cidades do seu Estado e o senador Marcos Rogério em 24. Em Porto Velho, maior eleitorado, as pesquisas chegaram a apontar até 50 por cento dos votos para o atual Governador e pouco mais de 20 para Rogério. No final, as urnas disseram que Rocha fez 98.731 votos (39,18 por cento) e Rogério 68.597 (27,22 por cento). Em Ji-Paraná, por exemplo, principal reduto eleitoral de Marcos Rogério, o senador teve 30.234 votos (46,82 por cento) contra 24.104 de Rocha (37,33 por cento). Em Ariquemes, terceira maior cidade de Rondônia, Marcos Rogério ficou bem à frente. Teve 23.335 votos (49,19 por cento), contra 13. 058 (27,53 por cento) de Rocha. Já o Governador ganhou bem em Cacoal, Jaru e Rolim de Moura. Rogério foi bem em Vilhena, cidade do senador do PL eleito, Jaime Bagattoli, entre várias outras cidades. Pau a pau. Como será o segundo turno?

LEBRÃO CORRE O RISCO DE PERDER SUA CADEIRA E LUIZ CLÁUDIO SER O NOVO DEPUTADO FEDERAL

Rolo feio para os lados do deputado federal eleito Lebrão, que com seus 12 mil votos foi levado ao Congresso pela votação da legenda e, principalmente, dos 85 ml votos de Fernando Máximo. Ele agora enfrenta a dureza da lei eleitoral. Lebrão tem uma condenação em segunda instância e apresentou ao TRE certidões negativas como se não houvesse nada a impedir o registro da sua candidatura. Depois da eleição, o PL, partido do primeiro suplente, Luiz Cláudio da Agricultura e o próprio ex-deputado, ingressaram na Justiça, pedindo a cassação dos votos e da eleição de Lebrão, para que a vaga passe a Luiz Cláudio, que fez mais de 19 mil votos. O caso começou a ser tratado tão logo as urnas fecharam. Caso haja mudança na composição da bancada, o União Brasil perderia uma cadeira e o PL teria uma a mais: Sílvia Cristina, Coronel Chrisóstomo e Luiz Cláudio. O União Brasil ficaria com Fernando Máximo, Maurício Carvalho e Cristiane Lopes. O caso Lebrão deve ser decidido pela Justiça Eleitoral antes de 18 de dezembro, data da diplomação dos eleitos.

TODOS OS OITO DEPUTADOS DA BANCADA FEDERAL SÃO APOIADORES DO PRESIDENTE BOLSONARO

Os partidos de esquerda não conseguiram eleger um só deputado federal. O nome que ficou mais próximo disso foi o da ex-senadora Fátima Cleide, que foi bem nas urnas, mas, sozinha, ficou de fora. Todos os oito eleitos fazem parte da base de apoio ao presidente Bolsonaro, incluindo-se aí os dois emedebistas eleitos, o duas vezes coordenador da bancada federal, Lúcio Mosquini e o ex-prefeito de Ariquemes, Thiago Flores. Fernando Máximo, o homem dos 85 mil votos, campeão das urnas para a Câmara, é bolsonarista de primeira hora. O é também a segunda mais votada, Silvia Cristina, que deixou o PDT de esquerda para entrar no PL da direita. Maurício Carvalho, Cristiane Lopes e Lebrão também serão aliados a Bolsonaro, caso ele seja eleito e de oposição a Lula, caso o petista seja o vencedor. Caso Lebrão seja substituído por Luiz Cláudio, também não muda. O ex-deputado é do partido do Presidente, o PL. O oitavo parlamentar é, certamente, o maior aliado de Bolsonaro. O Coronel Chrisóstomo, reeleito, militar, se diz muito próximo ao Presidente e baseou toda a sua campanha nesta relação. Ou seja, 100 por cento da bancada rondoniense, Estado onde, aliás, o Presidente fez mais de 62 por cento dos votos, no primeiro turno.

CENSO DO IBGE JÁ OUVIU 869 MIL RONDONIENSES, MAS EM 41 MIL DOMICÍLIOS NÃO HAVIA NENHUM MORADOR

Enquanto só se fala em política e eleição, está acontecendo um evento da maior importância para o país, sendo realizado quase de forma silenciosa, mas cujo resultado será vital para nossas vidas, daqui para a o futuro. Trata-se do censo do IBGE, que começou em 1º de agosto e que, até agora, só em Rondônia, ouviu nada menos do que 869 mil pessoas, a imensa maioria delas de forma presencial. Foram visitados nada menos do 349 mil domicílios rondonienses, mas em cerca de 41 mil residências, não foi feita a entrevista, pela ausência dos moradores. Em todos eles, foi deixado um questionário para ser preenchido. O superintendente do IBGE em Rondônia, Luiz Cleyton Holanda Lobato, explica que quando o recenseador não encontra o morador, deixa uma folha de recado padronizada do IBGE, informando nome, número da matrícula e número de telefone para contato. A partir no número da matrícula, é possível checar se é servidor do IBGE no site do instituto (www.ibge.gov.br). Em nível nacional, o IBGE decidiu prorrogar o censo até dezembro.

NUMA SÓ OPERAÇÃO, TRÁFICO PERDE 15 MILHÕES E MEIO DE REAIS E UMA FAZENDA DE 2 MILHÕES DE REAIS

Cerca de 3 milhões de dólares. Aos valores atuais, aproximadamente 15 milhões e meio de reais. Praticamente um grande prêmio médio da Mega Sena. Este é o valor da cocaína apreendida em abril, numa única operação policial, e, abril passado. Agora, os tentáculos da lei estão chegando aos envolvidos no tráfico desta grande quantidade de drogas, localizados, após intensa investigação da Polícia Federal que, com apoio do PM rondoniense, cumpriu mandados de busca e apreensão e um de prisão em Rolim de Moura e São Miguel do Guaporé. Por decisão judicial, também foi cumprido o sequestro de bens dos envolvidos, incluindo uma fazenda avaliada em mais de 2 milhões de reais. A intenção de apreensão de bens, segundo fontes da PF e do Judiciário, é a de estrangular as finanças dos traficantes e descapitalizá-los, para que sejam impedidas novas ações das quadrilhas. Rondônia continua sendo caminho importante para a distribuição da cocaína, principalmente vinda da Bolívia, para o restante do Brasil e para vários países. O combate aio tráfico, contudo, tem tido bastante sucesso nos últimos anos.

INTERVENÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL ACABA COM DEBATE ENTRE CANDIDATOS AO GOVERNO NO ACRE

O lamentável evento aconteceu há alguns dias, mas ainda vale protestar. Decisões exageradas, geralmente de forma monocrática, de juízes eleitorais, ao invés de fazerem Justiça, prejudicam e atrapalham o processo eleitoral. Foi o que aconteceu no Acre. A Rede Amazônica, afiliada à Globo, havia programado um debate com os candidatos cujos partidos têm representação no Congresso Nacinal, como manda a lei. Mas a desembargadora Denise Bomfim, quando o debate estava para ser iniciado, determinou a participação também do candidato do nanico Agir, que tem zero membros no Congresso. Obviamente que a emissora não tinha mais tempo para reorganizar toda a produção do evento e, lamentavelmente, foi obrigada a cancelar tudo, tirando o programa do ar. Prejuízo para os candidatos que iriam debate, prejuízo para o eleitorado, que perdeu a oportunidade de ouvir propostas dos candidatos que tinham alguma chance de vencer ou se crescer ante a população e derrota de uma decisão exagerada, que causou grandes danos a uma emissora da grandeza da afiliada à Globo. Um dia, quando realmente tivermos um país sério, a Justiça Eleitoral será extinta; os mandatos serão de cinco anos sem reeleição e a formação da organização das eleições será feita apenas poucos meses antes do pleito, convocados juízes da Justiça comum. Enquanto isso, ficaremos à mercê de decisões intervencionistas como essa e tantas outras, que muito mais prejudicam do que ajudam a democracia.

PERGUNTINHA

Depois do fiasco generalizado das pesquisas eleitorais, você ainda acredita nelas ou acha que deveriam ser proibidas no período eleitoral?

Comentários

  • 1
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    Alzemiro 06/10/2022

    Sem Duvidas! Lula 13 e Marcos Rogerio.

  • 2
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    Genivaldo 06/10/2022

    sem duvidas deveriam ser extinguidas todas pesquisas, pois só erraram.

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Winz

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